Evento: Destino Dubai é lançado no Brasil

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lugar conhecido ao longe por abrigar hotéis luxuosos e exóticos e ter vida noturna moderna e agitada em pleno deserto, Dubai, a capital dos Emirados Árabes, vai ser apresentada de uma forma bem mais completa para os brasileiros em um evento direcionado ao trade turístico. É o "Destino Dubai", o maior evento de turismo já realizado pelo governo dos Emirados Árabes no Brasil para lançar Dubai como destino turístico e de negócios.

As atividades, organizadas pela Solution Serviços Especiais, de André Beraha, ocorrem no dia 3 de junho, no Copacabana Palace, Rio de Janeiro, e no dia 6, no Grand Hyatt, em São Paulo.

Nada mais natural que eventos desse porte ocorram no Brasil, único país da América, além dos Estados Unidos, que recebe vôos da Emirates, companhia aérea de Dubai.

São seis vôos por semana chegando e saindo de São Paulo e que, até o meio deste ano, passarão a ser diários.

Além disso, acredita-se que, na seqüência, seja instalado na cidade um escritório do DTCM Department of Tourism & Commerce Marketing de Dubai.

As possibilidades são imensas. Dubai vai ser apresentada aos operadores de turismo e imprensa especializada de todo o Brasil como destino para os mais diversos fins, como férias com a família, viagem de compras, prática de esportes, realização de negócios, visitas a praias paradisíacas, turismo cultural e tantas outras opções, sendo considerada uma das economias emergentes mais promissoras. Como uma pequena amostra da situação, vale lembrar que o turismo e o mercado imobiliário são os principais negócios de Dubai.

O emirado já ultrapassou 350 hotéis, sendo metade deles 5 estrelas e tem o único hotel sete estrelas do mundo, o famoso Burj Al Arab, em forma de vela de barco, construído em uma pequena ilha artificial perto da praia.

Partindo de avião em qualquer direção, Dubai fica a 5 horas de 1/3 da população da Terra, sendo um ótimo ponto de entrada para o Oriente, sem a necessidade da burocracia e demora em se obter o visto de trânsito americano.

O vôo direto de São Paulo, por exemplo, demora 14 horas e 30 minutos e custa, em média, US$ 1.350,00, e o visto é emitido rapidamente.


http://www.parana-online.com.br/noticias/index.php?op=ver&id=343131&caderno=19

Cruzeiros marítimos para o mundo árabe

terça-feira, 22 de abril de 2008

São Paulo – Depois de engrossar as listas de hotéis e vôos para Dubai, agora os brasileiros também são clientes certos nos cruzeiros marítimos que ocorrem na região. A Costa Cruzeiros, companhia italiana líder do mercado de cruzeiros na Europa, que opera no Brasil, enviou, entre os meses de dezembro do ano passado e março deste ano, 1.200 brasileiros para cruzeiros nos mares do mundo árabe. No começo deste mês, a empresa abriu no país as reservas para os cruzeiros da nova temporada, que começa em novembro.

"Acredito que teremos a mesma procura ou mais", afirma a gerente de Vendas e Marketing da Costa Cruzeiros no Brasil, Claudia Del Valle. As saídas não são do Brasil. É preciso se deslocar até a Europa ou os Emirados para embarcar. Um dos próximos roteiros oferecidos é de 19 dias, sai de Nápoles, na Itália, passa pelo Egito, Jordânia, Iêmen, Omã, Fujairah e Abu Dhabi, nos Emirados, chegando então em Dubai. Há outro, por exemplo, de sete noites, que parte de Dubai, passa em Omã, Fujairah, Abu Dhabi, Bahrein e volta para Dubai.

A última temporada foi a segunda oportunidade na qual a Costa Cruzeiros ofereceu os cruzeiros no mundo árabe aos brasileiros. Na temporada anterior, dezembro de 2006 a março de 2007, também foram feitas algumas vendas, mas a maioria das reservas eram feitas na Itália, sede da empresa, e havia poucas vagas para os brasileiros. A partir do ano passado, a Costa Cruzeiros do Brasil passou a fazer as reservas diretamente e começou então a divulgar mais as viagens marítimas para este destino.

A Costa Cruzeiros do Brasil, que tem sede em São Paulo e filial no Rio de Janeiro, não vende diretamente os cruzeiros para os turistas. Eles são comercializados por agências de viagens, que procuram a empresa diretamente ou os seus representantes nos diversos estados nacionais. O cruzeiro de 19 noites no mundo árabe, por exemplo, tem custo de US$ 1.779 por pessoa, mas muitas agências montam pacotes, incluindo outros serviços, como a viagem aérea e estadia em hotéis. O preço, então, fica diferente.

O cruzeiro de sete noite custa US$ 979. Esses preços incluem a viagem no navio e os seus serviços. Quando o navio atraca em diferentes portos, são oferecidos passeios opcionais para os clientes em terra firme, explica Claudia. O viajante, porém, tem a opção também de apenas desembarcar no porto e fazer o seu próprio roteiro dentro da cidade em que parou. A Costa Cruzeiro, segundo a gerente de Vendas e Marketing, é a única empresa de cruzeiros que tem permissão para atracar nos portos do emirado de Dubai.

Claudia explica que os clientes brasileiros dos roteiros no mundo árabe são normalmente cruzeiristas, pessoas que já estão acostumadas a fazer cruzeiros e querem opções diferentes. Muitos já são clientes fiéis da Costa Cruzeiros e ficam atentos aos novos destinos oferecidos. Uma das vantagens de estar num cruzeiro na região, explica ela, é que o turista pode consumir, no navio, comida ao gosto dos brasileiros. Tirando Dubai, nos Emirados, explica ela, os outros pontos de parada não costumam ter opções de culinária mundial.

É ainda, segundo ela, uma vantagem de um cruzeiro, a comodidade de estar com as roupas acomodadas na cabine, e ir visitando diversas regiões, não tendo que refazer as malas em cada parada. O turista desce no porto, conhece o local, e volta para a comodidade do navio, ainda com os diversos serviços e lazer oferecido a bordo. Os navios que vão operar pela Costa Cruzeiro no mundo árabe, com passagem por Dubai, na próxima temporada, acomodam 1.680 pessoas e 2.370 pessoas.


http://www.anba.com.br/noticia.php?id=18083

Propaganda do vôo Dubai-São Paulo ganha prêmio

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Filme para internet feito para promover a rota da Emirates Airline foi contemplado como melhor micro-site no prêmio britânico Creative Circle. Batizado de 'Non-stop Fernando', ele mostra um paulistano falando por 14h40, o tempo do vôo, sobre o Brasil e sua cidade.

São Paulo – Uma campanha publicitária na internet da Emirates Airline, criada para promover seu vôo direto entre Dubai e São Paulo, ganhou o prêmio britânico Creative Circle para o melhor micro-site. A premiação ocorreu no mês passado, em Londres, e foi divulgada ontem (17) pela companhia aérea.

A agência responsável pela campanha é a londrina Lean Mean Fighting Machine, que criou um filme chamado "Non-stop Fernando" (Fernando Sem Parar), no qual um personagem paulistano fala exaustivamente sobre o Brasil, e, especialmente, sobre São Paulo.

A peça, divulgada no exterior, mostra o personagem, em sua casa, falando em inglês sobre diversos temas, como futebol, cultura, restaurantes, política e telenovelas, enquanto toca um violão, prepara uma caipirinha, ou relaxa em sua sala.

O filme dura 14 horas e 40 minutos, que é o tempo da viagem entre Dubai e São Paulo, e, segundo a Emirates, foi idealizado com o objetivo de quebrar um recorde mundial. De acordo com a empresa, a peça está sendo analisada pelo Guinness World Records.

A campanha foi lançada no ano passado, uma vez que o vôo foi inaugurado em outubro como a 94ª rota internacional da companhia. Os aviões da Emirates têm feito o percurso com alto grau de ocupação, tanto de passageiros como de cargas.

No último ano fiscal, encerrado em março, a empresa sediada em Dubai teve um lucro recorde de 3,5 bilhões de dirhans, ou US$ 953 milhões pelo câmbio atual. No mesmo período ela transportou 20 milhões de passageiros e 1,3 milhão de toneladas de carga.

O filme premiado pode ser visto na íntegra no site www.nonstopfernando.com .


http://www.anba.com.br/noticia.php?id=18074

Evento hoje: Noite Artística e Musical (São Paulo)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Centro Cultural Árabe Sírio, Rua Augusta,1053 - quarta-feira, dia 17/04/2008 às 20h30.
 
www.ccsirio.org
Tabacaria: Violão, Voz e Poesia.
Apresentada por Mário Sérgio Barroso.

Com um repertório que decorre sobre vários temas como humanidade, sociedade, história entre outros em homenagem à Cultura Árabe. Haverá também uma pequena exposição de telas do artista plástico Heinz Budweg.
No encerramento da noite haverá apresentação do Grupo de Dança Folclórica Árabe e será servido coquetel.

Parte III - Fundamentos do Budismo: No Ritmo do Universo

segunda-feira, 14 de abril de 2008

"O inverno nunca falha em se tornar primavera".1 Esta frase de Nitiren Daishonin ilustra bem a presença do ritmo nos fenômenos do Universo. A vida humana também é marcada de ritmos, de uma variedade deles. Quem ou o que empunha a batuta que rege essa grande e perfeita sinfonia?

 

Todos os fenômenos da natureza compõem-se de uma infinidade de ritmos. O historiador de Arte francês René Huyghe (1906-1997) especula que todas as matérias são feitas de energia e possuem uma vibração ou ritmo particular.

Por ritmo, entende-se todo movimento ou ruído que se repete a intervalos regulares.

É só observar ao redor para descobri-los. O ritmo está, por exemplo, no caminhar das pessoas pelas ruas, na chuva que cai, no vaivém das ondas. Se fechar os olhos e prestar atenção a si próprio neste exato instante, perceberá uma diversidade de ritmos também: o pulsar do coração, a respiração, o fluir do sangue pelo corpo, o piscar dos olhos e muitos outros.

A vida diária das pessoas também possui um ritmo. Normalmente, quando amanhece, como sob a regência de um maestro que movimenta sua batuta, começa o dia com os primeiros raios de sol. É hora de acordar, tomar café, locomover-se para o trabalho, executar as tarefas do dia na empresa ou escola e, ao final da tarde, é o momento de voltar para casa, jantar e dormir para, no dia seguinte, repetir praticamente as mesmas ações e situações.

O ritmo também é um dos elementos básicos da poesia, da música e de outras formas de expressão da arte.

Como se pode observar, o ritmo integra tudo o que existe no grande Universo. Faz-se presente na natureza, em todas as formas de vida e em suas funções orgânicas. Ele é o impulso ou o estímulo que caracteriza a vida.

Em "A sabedoria do Sutra de Lótus", Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional, comenta a esse respeito: "Certamente, há um ritmo no Universo. E o ritmo de um indivíduo pulsa em perfeita harmonia com ele. Parece-me que a vida, em essência, é uma expressão da ressonância harmoniosa entre o macrocosmo do Universo e o microcosmo de nossa vida".2 Com base nesse comentário de Daisaku Ikeda, o ritmo da vida humana está, em sua essência, em harmonia com o ritmo do Universo. Então, por que muitas vezes ocorre de as pessoas adoecerem, de nada do que planejaram dar certo a ponto de pensarem que o Universo inteiro está conspirando contra elas?

Segundo os ensinamentos do Budismo de Nitiren Daishonin, a doença é um dos quatro sofrimentos naturais da vida (os outros três são: nascimento, velhice e morte)3 pelos quais todos, sem exceção, passam, ou seja, constituem o próprio ritmo da vida. No entanto, há casos em que a doença é provocada por um descuido da própria pessoa. Tudo ocorre como conseqüência ou efeito de uma causa praticada pelo indivíduo. Assim, se algo não saiu conforme o esperado, há uma causa ou razão para isso. Com base nesse raciocínio, surgem as questões: uma pessoa pode alterar o ritmo de sua vida, da natureza que a rodeia? Ela pode fazer com que o Universo conspire ou não a seu favor? A resposta para essas questões é sim. Isso pode ser observado na degradação ambiental, nas mudanças súbitas do clima como efeitos da interferência do homem. Na saúde também, há vários problemas que poderiam ser evitados se o ritmo correto ou natural da vida fosse respeitado.

Ritmo e saúde

Segundo estudos do especialista em Fisiologia normal e patológica, Dr. José Anías Calderón, o ritmo dos seres vivos se desenvolve com o processo evolutivo, de acordo com sua adaptação ao meio ambiente. Por exemplo, o sinal da luz solar proporciona a sucessão da noite e do dia, as mudanças das estações, a flutuação da condição do tempo, assim como a interação entre os animais, e destes com seu hábitat, o que determina o ritmo vital dos seres vivos.

Dessa maneira, um grupo de animais adotam o regime de atividade noturna, com o sono e repouso diurno; outros, geralmente os mais desenvolvidos (incluindo os humanos) descansam à noite e entram em atividade de dia.

De acordo com esse regime diurno e noturno, desenvolvem-se neles seus ritmos alimentares, de sono, vigília, descanso e trabalho. Nos órgãos e sistemas dos seres vivos, tudo está vinculado entre si e subordinado ao ritmo do dia solar principalmente.

Atualmente mais de cem sistemas fisiológicos e aproximadamente trezentos processos e funções biológicas que possuem certa periodicidade, geralmente dentro das 24 horas do dia, são conhecidos.

Todos os sinais de luz, som, temperatura e demais fatores vitais que rodeiam as pessoas determinam o funcionamento rítmico de seu organismo. Está demonstrado que se esses sinais se modificam por 21 dias, determinarão mudanças nos ritmos do corpo.

Exemplos de alteração do ritmo podem ser observados em viagens longas, em que há mudança de fuso horário, e na troca de turnos no trabalho. Levam-se alguns dias até que as pessoas se acostumem à mudança nos horários, sentindo sono quando deveriam estar despertas e vice-versa.

Quando ocorrem alterações no ritmo, há perda de equilíbrio orgânico e aumentam as possibilidades de estresse e de doenças.

Ao contrário, quando as pessoas recuperam o ritmo da vida, conseguem realizar em duas horas o que antes levavam quatro.

Por essa razão, um alerta: cuidado com o ritmo acelerado e extremamente agitado do dia-a-dia. Atente para os seguintes pontos: organize sua vida com períodos de trabalho e de descanso estáveis, mantenha uma alimentação adequada e em horários regulares e procure ter um bom sono.

Esses cuidados com o ritmo podem ajudar a pessoa a chegar à velhice o mais sã possível.

Será impressão ou o tempo está passando mais depressa?

"Como o tempo voa!", "Parece que foi ontem!", as pessoas exclamam admiradas e, ao mesmo tempo, preocupadas ao verem que não conseguiram cumprir seus compromissos.

Essa sensação de que o tempo está passando mais rápido deixa as pessoas ainda mais ansiosas.

Na realidade, há uma aceleração da expansão do Universo e, conseqüentemente, do tempo. No entanto, isso ocorre em escalas que não podem ser sentidas pelos seres humanos.

A impressão de que o tempo está acelerando é mais uma conseqüência da percepção, da rotina em que as pessoas vivem. A sensação do tempo depende das experiências vivenciadas. A mente humana sente o tempo passar pelos movimentos percebidos ou da rotina e isso é registrado no cérebro. Ou seja, quanto mais habituais forem as ações ou os movimentos, mais rápido o tempo parecerá passar. Por exemplo: para um motorista principiante chegar a um lugar que não conhece bem, pode parecer uma eternidade. Ele tem de prestar atenção à troca de marchas, a tudo que ocorre ao seu redor para não causar ou sofrer acidentes, ao caminho que deve seguir para não se perder, aos sinais de trânsito. Numa segunda vez, todas essas ações se tornam mais fáceis, quase mecânicas para ele. Quanto mais ele as repetir, mais rápido o tempo lhe parecerá passar, a ponto de deixar de prestar atenção a detalhes de suas próprias ações.

Quanto mais as pessoas avançam na idade, mais são as experiências vividas e mais rápido os anos parecerão passar.

O tempo é o mesmo para todos. Um dia tem igualmente 24 horas. No entanto, são as pessoas que fazem o ritmo de sua vida diária.

No ritmo da Lei

O Budismo de Nitiren Daishonin elucida que tudo é regido pela Lei universal de Nam-myoho-rengue-kyo. Sinteticamente, nam é a transliteração da palavra sânscrita namas e significa "devotar a própria vida"; myoho, "Lei Mística"; rengue, "flor de Lótus" ou "simultaneidade de causa e efeito"; e kyo, sutra, ensinamento, a voz do Buda. Kyo significa também ritmo, sons e vibrações da vida que permeiam o Universo. Ainda, eternidade, continuidade da vida pelo passado, presente e futuro.4

Nesse sentido, quando uma pessoa recita o Nam-myoho-rengue-kyo, sua vida entra em perfeita harmonia com o Universo. Por que isso acontece?

Segundo os ensinamentos budistas, todas as pessoas possuem dez estados de vida: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda. De acordo com o estado de vida em que elas se encontram, conseguem influenciar o ambiente ou são influenciadas por ele. Elevar seu estado de vida é o objetivo primordial do budismo, para que manifestem a sabedoria de conduzir tudo ao seu redor de maneira correta e segura.

O Nam-myoho-rengue-kyo é a energia máxima do Universo. Ao recitá-lo, essa energia se manifesta na vida da pessoa e seu estado de Buda inerente é ativado. Quanto maior for a energia positiva, maior serão a força e a sabedoria manifestadas na vida de uma pessoa, proporcionando sua mudança interior e contribuindo para que outras pessoas façam o mesmo. O presidente Ikeda comenta: "No Budismo de Nitiren Daishonin, uma condição essencial para atingir a iluminação é a recitação da frase Nam-myoho-rengue-kyo. A esse respeito, o Buda diz: 'Praticar simplesmente os sete caracteres do Nam-myoho-rengue-kyo pode parecer limitado, mas como esta lei é a mestra de todos os budas do passado, presente e futuro, a mestra de todos os bodhisattvas do Universo e o guia que possibilita a todos atingirem a estado de Buda, sua prática é incomparavelmente profunda'. Convicto de que a suprema iluminação deve ser acessível a todos, Daishonin estabeleceu esse modo simples de prática que qualquer pessoa pode realizar e chegar à verdade absoluta".5

O Buda Nitiren Daishonin não revelou o Nam-myoho-rengue-kyo como energia máxima do Universo de forma aleatória. De acordo com seus ensinos, tudo no Universo está sujeito a um único princípio ou Lei. Compreendendo essa Lei, um indivíduo pode manifestar o potencial inerente em sua vida e atingir uma perfeita harmonia com seu ambiente.

Estudando profundamente o Sutra de Lótus, Nitiren Daishonin chegou à compreensão de que sua essência está contida na palavra Nam-myoho-rengue-kyo. Além disso, ele deu a essa Lei uma forma concreta ao inscrevê-la no mandala chamado Gohonzon para que as pessoas pudessem manifestar a sabedoria do Buda e atingir a iluminação. Em seu tratado intitulado "O objeto de devoção para a observação da mente", ele declara que ao recitar o Nam-myoho-rengue-kyo com fé no Gohonzon, a materialização da Lei universal, é possível revelar a própria natureza de Buda, pois, assim como as ondas de rádio, que são imperceptíveis aos olhos, mas que cruzam o mundo e se tornam audíveis na medida em que o receptor sintoniza a freqüência das ondas, o Nam-myoho-rengue-kyo possibilita que a vida da pessoa passe a vibrar na mesma freqüência harmoniosa do Universo.

Ainda segundo o Budismo de Nitiren Daishonin, todos os fenômenos estão sujeitos ao princípio de causa e efeito. Conseqüentemente, a atual condição de vida de uma pessoa é o resultado de todas as causas feitas no passado. Por meio da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo pode-se criar a mais fundamental das causas, que contrabalançará os efeitos negativos do passado e conduzirá à felicidade absoluta.

Nesse sentido, para estar em ritmo com o Universo, é fundamental recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. Nesta simples, porém, poderosa palavra, está contida toda a Lei que rege o Universo. Ao recitá-la, é como se pessoa estabelecesse um diálogo com o Universo e, assim, manifestasse a sabedoria para entrar em sintonia com ele e colocar sua vida na mesma órbita. Sobre isso, o presidente Ikeda escreveu: "As orações embasadas na Lei Mística não são abstratas. Nas profundezas da vida elas manifestam-se concretamente. Oferecer oração é o mesmo que conduzir um diálogo, um intercâmbio com o Universo. Quando oramos, abraçamos o Universo com nossa vida, ou itinen (determinação). A oração é uma luta para expandir nossa vida".6

É primordial estabelecer um ritmo de avanço na vida para que não haja arrependimentos futuros. Possibilitar que as pessoas sejam verdadeiramente felizes é o objetivo fundamental da prática budista. Todos podem entrar nesse ritmo. Mas, para isso, é preciso sair da zona de conforto e, então, dar um novo impulso na vida todos os dias, não se permitindo cair na rotina e tendo sabedoria para conduzir a vida num ritmo de alegria rumo à verdadeira realização.

O presidente Ikeda escreveu: "Todo o Universo está tocando um 'som maravilhoso'. O próprio Universo é uma sinfonia da vida, um coral cantando por todos os seres e fenômenos — uma serenata, um noturno, uma balada, uma ópera, uma suíte. O Universo toca todos os 'sons maravilhosos'. A base disso tudo é a Lei Mística. É o Nam-myoho-rengue-kyo. (...) Recitar Daimoku é como cantar uma obra musical".7

O ritmo frenético da vida não pára. O tempo parece passar cada vez mais rápido. É preciso ter muita sabedoria para aproveitar cada segundo e estar no ritmo de avanço do próprio Universo. Caso contrário, a pessoa pode se perder e não mais encontrar significado em sua existência. É justamente para isso não ocorrer que existe a prática budista.

NOTAS 1. The Writings of Nichiren Daishonin, pág. 536. 2. Brasil Seikyo, edição nº 1.424, 2 de agosto de 1997, pág. 3. 3. Leia mais a respeito na Terceira Civilização, edição nº 452, abril de 2006, págs. 6-15. 4. Leia mais a respeito no Especial "Lei Mística: o caminho para a felicidade absoluta". Terceira Civilização, edição nº 445, setembro de 2005, págs. 7-19. 5. Terceira Civilização, edição nº 445, setembro de 2005, pág. 8. 6. Apostila do Exame de Budismo de 1998, págs. 40-41. 7. Brasil Seikyo, edição nº 1.555, 13 de maio de 2000, pág. A3.

Ritmo e música

 

Musicalmente falando, a palavra "ritmo" sugere duas interpretações: uma sucessão de sons e silêncios organizada em sua duração (longos ou curtos) e o conjunto de sons dentro de um contexto temporal, caracterizando o que também pode ser chamado de gênero, tal como o samba, o rock, a valsa, e assim por diante.

O ritmo faz parte do nosso corpo a começar pelo batimento constante do nosso coração. Em função dessa característica orgânica, quando as notas musicais se organizam no tempo, formando um agrupamento de durações que se repetem, ocorre um verdadeiro fenômeno em nossa resposta corporal: sentimos vontade de dançar. É lógico que uma organização rítmica pode ser estimulante ou não, e isso vai depender de quem está produzindo esses sons.

Podemos dizer que o ritmo dentro de um contexto musical pode nos encaminhar a boas ou más sintonias. Da mesma maneira, um grupo de músicos que toca junto comunica o que há de mais verdadeiro na relação entre eles, também por meio da sintonia rítmica.

Já estive presente em apresentações musicais em que, num dado momento, apenas um percussionista concentrou e emocionou toda a platéia com seu ritmo vital. Nesse momento, o ritmo traduz a história, o sentimento e a cultura de quem está tocando. São apenas sons, sem melodia, organizados no tempo, que se transformam em plena vida.

Como digo aos meus alunos, a maioria crianças, a música toca o nosso coração quando sentimos o pulso da canção. Não existe teoria que substitua a escuta de uma boa música e um ambiente propício para que nosso corpo se solte e seja livremente conduzido pela combinação rítmica e melódica dos sons. Quando todos tiverem essa oportunidade e estimularem essa prática em seu dia-a-dia, certamente o mundo se tornará bem melhor.

Ritmo e ciência

 

Por meio dos estudos científicos, o homem tem procurado descrever os inúmeros fenômenos que ocorrem na natureza. Um exemplo clássico no campo da Física é a lei da gravidade. Por que os objetos caem? O que está por trás desse fenômeno? O famoso cientista Isaac Newton, observando os efeitos da força entre os corpos materiais, descreveu a lei da gravidade. Essa força tem explicado a manutenção das órbitas da Terra e dos outros planetas em torno do Sol, assim como a Lua em sua órbita ao redor da Terra.

Por outro lado, o homem, em busca da compreensão do que se passa no mundo das mínimas partículas deste Universo, vem revelando inúmeros mistérios que ocorrem em torno de um átomo. Sabe-se que cada tipo de átomo tem comportamentos específicos e, nesse sentido, os cientistas podem estudá-lo com muita precisão. Mesmo os elementos do nosso organismo são fundamentalmente constituídos de átomos com comportamentos específicos. Ainda nesse campo do mundo extremamente pequeno, por exemplo, Max Planck, físico alemão considerado o "Pai da Teoria Quântica", conseguiu descrever o fenômeno da emissão de luz de um corpo material. Sabe-se que hoje em dia a luz emite energias em pacotes muito bem definidos que são conhecidos como quanta.

Por meio do entendimento desses complexos fenômenos da natureza, o homem conseguiu desenvolver as mais sofisticadas tecnologias. Um exemplo disso é o avanço no campo da telecomunicação. O uso da telefonia celular foi possível depois que os mecanismos que ocorrem na transmissão de ondas eletromagnéticas foram desvendados.

Enfim, em nosso Universo existem inúmeros e complexos fenômenos na natureza. E os cientistas vêm aos poucos desvendando e elaborando explicações científicas mediante equações matemáticas que podem ser utilizadas em qualquer parte do planeta. Exatamente por esses fenômenos existentes em nosso Universo terem comportamentos muito bem definidos que podemos dizer que há um ritmo em nosso mundo, não somente no mundo invisível como também neste imenso mundo cósmico que funciona de forma perfeitamente fantástica e harmônica.

Ritmo e dança

 

O ritmo é um fator essencial para que a dança se desenvolva, pois ela não existe sem ele, embora se possa dançar sem música, deixando um vazio no ar.

Há duas conotações de ritmo: o ritmo da música em que se dança e o ritmo corporal, que está relacionado ao ouvido musical considerado afinado quando se dança dentro dos compassos musicais.

Em relação ao ritmo corporal, dentre as pessoas que dançam, existem aquelas que possuem ritmo e as que não o tem, e isso não é tão relevante quando não se tem a dança como profissão.

O profissional da dança tem como obrigação dançar no ritmo, no compasso, na cadência. Os demais podem aguçar sua percepção auditiva por meio de um treinamento. Dançar fora do ritmo é visualmente ruim e causa uma sensação de estranhamento para quem observa e isso pode ser melhorado aguçando a percepção musical auditiva. Para entrar no ritmo da dança, é necessário, entre outras coisas, aprender a ouvir e a perceber.

Do ponto de vista da dinâmica corporal, podemos utilizar os termos gregos em relação às batidas dos pés na marcação rítmica: "ársis" e "tésis". O primeiro significa levantar com o sentido de esforço e o segundo, pousar com o sentido de relaxamento. Assim, o silêncio poderá figurar como "ársis" ou "tésis" e, diferentemente do que geralmente se imagina, nota-se que no silêncio também há ritmo. A dança flamenca, por exemplo, utiliza-se muito desses silêncios para que haja a marcação rítmica entre uma batida de pé e outra. Podemos perceber, principalmente nessa modalidade, a sutileza do ritmo. Uma aceleração ou uma diminuição de velocidade faz uma enorme diferença. É o ritmo que dá vida a uma obra e é por meio dele que a vida se expressa.

Se pensarmos no fluir tranqüilo e contínuo de uma corrente de água; nos soldados em marcha; no tique-taque do relógio; no ritmo biológico e circadiano; no anda-pára de um congestionamento; nos batimentos cardíacos; no compasso de uma música, nos movimentos da dança, estaremos observando diferentes espécies de ritmo, cujo aspecto comum é a sincronia. Platão disse: "Vós distinguireis o ritmo no vôo de um pássaro, nas pulsações das artérias, nos passos de um dançarino, nos períodos de um discurso". O ritmo é um fator essencial para que uma dança ou a vida se desenvolva. Para finalizar, eu diria que o ritmo faz parte da vida e estará fora do contexto quem não buscar sintonia.

Ritmo biológico

 

Muitas vezes, nós nos deparamos com tantos afazeres que pensamos: "Bem que o dia podia ter umas quarenta horas!". Porém, para que o dia com esse tanto de horas fosse realmente produtivo, nosso organismo teria de passar por uma fase de adaptação, pois ele segue um ritmo, o ritmo circadiano (do latim circa diem, que significa "por volta de um dia"). Este ritmo regula todos os processos do corpo desde a digestão até a eliminação, desde o crescimento e a renovação das células, assim como a regulação de temperatura corporal, num ciclo de 24 horas.

O "relógio" que monitoriza todos esses processos encontra-se no cérebro, dentro do hipotálamo, acima da glândula pineal. Um dos hormônios produzidos por esta glândula, que influencia bastante o nosso dia-a-dia, uma vez que ele é indutor do sono, é a melatonina. A melatonina tem aumento de produção no início da noite e queda no final. É por esse motivo que temos sono à noite e, portanto, um dia com quarenta horas não renderia muito, pois teríamos de lutar contra o sono. Como a produção de melatonina é sensível à luminosidade (natural ou artificial), muitas pessoas que trabalham em turnos, de fato, conseguem se manter acordados de madrugada. Porém, cronicamente, podem apresentar fadiga, dores no corpo, cefaléia, irritabilidade e alterações cognitivas. Pessoas que viajam para locais de fusos horários diferentes também sofrem para se adaptar. Em geral, o organismo precisa de um dia para cada hora de fuso para se adaptar. Em outras palavras, pessoas que viajam para o Japão precisariam de doze dias só para o organismo se adaptar. É claro que isso nem sempre é viável, porém, é recomendável.

Respeitando-se nosso ritmo biológico, podemos obter o melhor das funções de nosso organismo, pois atualmente há estudos que investigam o aparecimento de várias doenças com a qualidade de sono/vida que as pessoas têm.

Tópicos de discursos de Daisaku Ikeda

 

"A Terra realiza a rotação em torno de seu eixo e ao mesmo tempo faz a translação em volta do Sol. O Sistema Solar, por sua vez, move-se no centro da galáxia conhecida como Via Láctea a uma velocidade de 220 quilômetros por segundo, ao passo que a Via Láctea também faz a rotação na forma de espiral. O Universo não fica parado nem por um momento. Ele se movimenta de acordo com um ritmo místico. E essa força eterna e suprema, essa Lei, esse ritmo é o Nam-myoho-rengue-kyo. Compreender essa Lei Mística significa possuir o supremo poder e sabedoria do Universo. Não há nada mais poderoso que isso. Conseqüentemente, não há nada a temer.

"O Universo está se movimentando. Todos os fenômenos estão num movimento dinâmico. Portanto, vamos fundir nossa vida vibrantemente com o ritmo do Universo e nos empenhar com toda a energia junto com a Soka Gakkai, a organização dedicada à concretização do desejo e do decreto do Buda, em prol da Lei e do Kossen-rufu. Todos os esforços que empreendemos para essa causa enriquecem nossa vida. Eles envolvem nossa família e nossos entes queridos em eterna boa sorte e benefícios. Por favor, creiam profundamente nisso."

(Brasil Seikyo [BS], edição nº 1.773, 27 de novembro de 2004, pág. A3.)


"Certamente, há um ritmo no Universo. E o ritmo da vida de um indivíduo pulsa em perfeita harmonia com ele. Parece-me que a vida, em essência, é uma expressão harmoniosa entre o macrocosmo do Universo e o microcosmo da nossa vida.

"Em termos de 'ritmo', o Universo em si produz um tipo de ritmo cósmico. É um ritmo benevolente que possibilita todos os seres vivos crescerem e se desenvolverem. Poderíamos até mesmo chamá-lo de 'comprimento de onda' de benevolência. Os seres vivos são 'receptores' que podem interceptar esse comprimento de onda. Não importando onde estejamos, quando 'sintonizamos' a 'freqüência' do estado de Buda, nossa vida é envolvida por essa benevolente melodia que nos infunde o espírito de desenvolver nossa vida e de auxiliar outros a fazerem o mesmo.

"Também poderíamos usar a imagem de um diapasão para descrever esse fenômeno. Se os senhores tivessem dois diapasões do mesmo comprimento de onda e fizerem vibrar um deles, o outro, mesmo que estivesse a uma certa distância, também começaria a vibrar espontaneamente.

"Continuando com essa analogia, quando o diapasão de nossa vida começa a vibrar com benevolência, então, mesmo que a princípio sejamos os únicos, outro diapasão começará a vibrar com a mesma benevolência. E embora no começo apenas dois ou três entrem no ritmo, outros com certeza seguirão. A benevolência possui certo 'comprimento de onda'; mas alguém tem de ser o primeiro a fazer vibrá-la. Entretanto, um diapasão não vibrará se for deixado sozinho num canto; para produzir som, deve-se colocá-lo de pé. O mesmo é verdadeiro com relação à nossa vida.

"No capítulo 'Surgimento da Torre de Tesouro', o encontro dos budas das dez direções é como vários diapasões começando a soar em uníssono como resposta às reverberações do diapasão do espírito de Sakyamuni para 'assegurar que a Lei perdure' (The Lotus Sutra, cap. 11, pág. 177). Isso ilustra perfeitamente o princípio da ressonância benevolente.

(BS, edição nº 1.424, 2 de agosto de 1997, pág. 3.)


"Enquanto recitamos com ressonância o Nam-myoho-rengue-kyo, o ritmo fundamental do Universo, trabalhamos, falamos e agimos em prol do desenvolvimento da sociedade, da paz mundial e da felicidade da humanidade. Não existe uma vida mais nobre do que essa. É por isso que pessoas de consciência do mundo inteiro estão buscando o budismo, a suprema Lei que permeia a vida e o Universo."

(BS, edição nº 1.638, 2 de fevereiro de 2002, pág. A3.)


Revista Terceira Civilização: DEZEMBRO DE 2006 — EDIÇÃO Nº 460

Parte III - Fundamentos do Budismo: Macrocosmo e microcosmo, uma busca pelo uno

Há hoje um consenso em todo o mundo, nos diversos campos da atuação humana, de que, de alguma forma, macro e microcosmo estão intimamente relacionados. De fato, afirmar o contrário seria ir contra quase todas as tendências existentes. Chega a causar admiração imaginar que, em eras anteriores, o homem considerava o macro e o micro como sistemas separados e sem nenhum vínculo entre si. A história dessa fenomenal mudança de visão é a própria história do pensamento ocidental, como se verá nas páginas seguintes. E ela aponta para uma direção: a de que a conscientização quanto a essa questão — mais especificamente, que não há motivos para uma distinção formal entre o macro e microcosmo — traz também uma maior conscientização do papel do homem neste vasto, enigmático, porém magnífico, Universo.

Em tudo, um pouco de tudo — a cisão entre o macro e o micro

Na história do Ocidente, foram os gregos os primeiros a procurar entender o que é o Universo e tudo o que nele existe. A idéia básica era simples: para se entender o todo (o macrocosmo), é preciso primeiro entender do que ele é feito. Assim, a busca pelo conhecimento do Universo iniciou com o estudo da menor estrutura de que ele seria feito (o microcosmo). Leucipo e Demócrito (com maior ênfase neste último) foram os primeiros a postular a existência de um vazio em meio ao qual se moveriam os átomos (as menores partículas existentes). Para eles, todo o Universo seria basicamente um vazio contínuo, incorpóreo e infinito entremeado por partículas corpóreas e descontínuas, os átomos.1

Atualmente, a ciência sabe com certeza que o átomo não é a menor partícula do Universo e se especula que o "vácuo" de que ele é feito não seja exatamente vazio [leia mais adiante]. No entanto, pode-se perceber já nesta alvorada do pensamento ocidental uma tentativa abrangente de compreender (ou pelo menos de se equacionar) o Universo, busca esta que originou um sem número de diferentes cosmogonias.

Leucipo, Demócrito e outros gregos são considerados os pais da filosofia ocidental. E logo se percebeu que a Filosofia, em sua hercúlea tarefa de universalizar o conhecimento, sozinha, era insuficiente. Aos poucos, o homem se deu conta de que era preciso se especializar. Assim, aos filósofos, antes ávidos em conhecer tudo, coube a missão de investigar as questões da alma. Alguns, como Hipócrates, que buscavam suas respostas na fisiologia humana, deram origem às Ciências Biológicas. Da mesma forma, a Matemática, Química, Astronomia e praticamente todos os grandes ramos das Ciências Naturais originaram-se dos esforços pioneiros dos filósofos gregos em sua busca pelo conhecimento.

Assim, a própria necessidade pela especialização do conhecimento — que, de fato, rendeu imensos progressos à humanidade —, criou o que poderia ser considerado uma compartimentalização do saber, gerando também a distinção entre o macro e o microcosmo.

Em busca do uno perdido: um eterno retorno



Mas algo estava errado. Algo sempre esteve errado. É como se bem no íntimo da alma humana, alguma coisa martelasse a mente do homem lembrando que a compreensão do Universo estava incompleta sem uma busca pelo uno, o que também pode ser entendido aqui, talvez, como uma ânsia por uma verdade universal ou um retorno à origem, ao estado original, quando tudo era perfeito.

Afinal de contas, a Natureza, com suas leis harmônicas, não cessava de dar pistas da existência de uma ordem natural em tudo. Por exemplo, desde a Antiguidade se conhecia fatos como a Razão Áurea [leia no box das págs. 8–9] e a mitologia e as artes jamais se cansaram de expressar sua preocupação pelo retorno do homem à origem: não seria o esforço de Adão e Eva de voltar ao Paraíso como um retorno à sua condição primeva? Os cavaleiros do rei Arthur não procuravam retornar o santo cálice ao seu local de origem? Moisés não prometeu retornar todo o seu povo à terra prometida? Mesmo clássicos modernos baseados em tradições mitológicas, como a trilogia O Senhor dos Anéis, apregoam o retorno à uma origem harmônica e perfeita.

Pode-se afirmar que, de certa forma, a religiosidade e as diferentes correntes místicas em geral de certa forma tentaram, ou tentam, ocupar uma função na psique humana que as próprias ciências naturais não foram capazes de preencher.

Na filosofia, Friedrich Nietsche, partindo de duas premissas básicas — o tempo é infinito e as forças são finitas — acreditava que a idéia do retorno era uma necessidade lógica. É dele a famosa Doutrina do Eterno Retorno, e são dele estas palavras: "Pensemos este pensamento em sua forma mais terrível: a existência, assim como é, sem sentido e alvo, mas inevitavelmente retornando, sem um final ao nada: o eterno retorno.

"Essa é a mais extrema forma do niilismo: o nada (o 'sem sentido') eterno!

"Forma européia do budismo: a energia do saber e da força coage a uma tal crença. É a mais científica de todas as hipóteses possíveis. Negamos alvos finais: se a existência tivesse um, teria alcançado."2 [NR: Os grifos são do próprio Nietzsche.]

No campo da psicanálise, Carl Jung foi um dos primeiros a identificar o retorno ao uno como uma necessidade psicológica natural do ser humano. Para ele, esse retorno seria a busca pelo Self (em alemão, Selbst): "Um novo centro ontológico e antropológico é retomado pelo Romantismo e pela psicologia junguiana, o qual é chamado de Selbst. Selbst é um substantivo alemão neutro que revela a concepção do homem que se funda sobre tudo que se denominou de substância ou sobre tudo que se denominou de espiritualmente essencial. O Selbst para os românticos seria o centro que se situa no coração espiritual de cada ser humano. Centro de convergência do 'de fora' e do 'de dentro', espaço da imaginação ativa, expressão da unidade dos opostos, e onde o microcosmo que é o homem une-se ao macrocosmo que é o divino ou a Natureza, o que define a eternidade da nossa existência e de nossa consciência."3

NOTAS 1. Cf. Pré-Socráticos, Coleção Os Pensadores, São Paulo, Editora Nova Cultural, 1996, pág. 31. 2. Nietzsche, Coleção Os Pensadores, São Paulo, Nova Cultural, 1987, vol. II, pág. 163. 3. http://www.rubedo.psc.br/artigosb/visaopsi.htm

A Física moderna e a mente de Deus

 

Se, por um lado, as ciências naturais, a mitologia e as artes sempre intuíram a necessidade de um retorno ao uno — em outras palavras, a reunificação do macrocosmo e do microcosmo —, por outro lado, não se pode negar que atualmente as ciências exatas estão dando passos gigantescos nessa direção. Segundo alguns cientistas, é apenas uma questão de tempo.

E o principal protagonista disso é uma área do conhecimento científico relativamente nova, comparada às outras: a Física. Atualmente, os cientistas explicam o Universo com base em duas grandes correntes teóricas: a Teoria da Relatividade Geral e a Mecânica Quântica. Infelizmente, ambas descrevem o Universo apenas de forma parcial.

A Teoria da Relatividade Geral, elaborada pelo gênio alemão no início do século XX, descreve a força da gravidade e o Universo em grande escala. A Mecânica Quântica é a física das pequenas partículas, em escalas que chegam a um milionésimo de milionésimo de centímetro [leia no box das págs. 12–13]. Atualmente, os cientistas buscam uma terceira teoria que unifique as duas primeiras e que chamam de Teoria Quântica da Gravidade. Em outras palavras: a ponta de lança da Física moderna hoje é justamente encontrar uma linha de pensamento que descreva o macrocosmo e o microcosmo, ao mesmo tempo. Sem exageros, aquele que primeiro conseguir unificá-las certamente se juntará a Albert Einstein no panteão dos grandes intelectos da humanidade.

Einstein (que, aliás, rejeitava a idéia bíblica de Deus) afirmou que "Deus não joga dados", para defender a existência de uma ordem no Universo. Talvez numa alusão ao cientista alemão, Stephen Hawking, um dos mais importantes físicos teóricos da atualidade, assim descreveu sua própria busca por uma teoria unificada: "Se realmente descobrirmos uma teoria completa, seus princípios gerais deverão ser, no devido tempo, compreensíveis para todos, e não apenas para uns poucos cientistas. Então, todos nós, filósofos, cientistas e simples pessoas comuns, seremos capazes de participar da discussão de por que é que nós e o Universo existimos. Se encontrarmos uma resposta para essa pergunta, seria o triunfo último da razão humana — porque, então, conheceríamos a mente de Deus".4

A Mecânica Quântica ou Física Quântica e a Relatividade Geral revelaram um leque de novas e antes impensadas probabilidades. Com base particularmente em complexas equações matemáticas, esses novos ramos das ciências prevêem a existência de buracos negros, espaço–tempo curvo e pontes entre diferentes regiões do espaço–tempo (hoje denominadas de "buracos de minhoca"). Elas também afirmam que o espaço "vazio" poderia, na verdade, estar preenchido com pares de partículas e antipartículas virtuais. Essas partículas teriam comprimento, mas nenhuma outra dimensão, assemelhando-se a finíssimas cordas, o que ficou conhecido como Teorias das Cordas (por serem várias teorias que adotam essa hipótese).5

Mas nem tudo é consenso. Alguns autores mais críticos argumentam que, pelo fato de a Mecânica Quântica ser extremamente complexa e por haver um universo (literal e metaforicamente falando) entre ela e a Teoria da Relatividade Geral, algumas de suas conclusões poderiam levar a se afirmar quase tudo sobre tudo, por exemplo, a existência de fenômenos paranormais, como a telepatia, levitação, cura pela imposição de mãos, teleportação, e assim por diante.6

Um Universo sistêmico

No início do século XX, uma nova forma de pensar começou a tomar forma e a expandir-se para as artes e as ciências humanas, ganhando terreno em disciplinas como a Lingüística, a Psicologia, a História, a Semiótica, a Epistemologia, a Matemática e uma em especial: o Estruturalismo. Basicamente, é uma forma de pensar e um método de análise que examina grandes estruturas, as relações e funções entre seus componentes e as relações com outras estruturas. Nomes como Lévi-Strauss, Althusser, Merleu-Ponty, Bachelard, Foucault, Derrida, Adorno, Arendt, Eco, Peirce, Saussure, Barthes e muitos outros passaram a ser conhecidos de quase todos os estudantes de Ciências Humanas.7 Sua importância para se entender a cultura do século XX é tamanha que o Estruturalismo ganhou força de movimento, chegando a influenciar ideologias, como o Marxismo.

De certa forma, o Estruturalismo pode ser pensado como uma tentativa de se entender agregados de sistemas. Em outras palavras, estudar as relações entre as partes para se entender o todo. Poderia se pensar, com certa dose de ironia e liberdade de expressão, que a busca pelo conhecimento compartimentalizado iniciado com os gregos (para se entender o microcosmo), no século XX voltou-se a totalizar na busca da compreensão do macrocosmo.

A partir dessas premissas, autores mais recentes propuseram uma união do racional ao espiritual, surgindo assim as abordagens holísticas, justamente para se chegar a um denominador comum entre o macro e o microcosmo. Entre esses, um dos autores que mais se destacam é Fritjof Capra. Por exemplo, ele afirma: "A concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e de integração. Os sistemas são totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser reduzidas às de unidades menores. Em vez de se concentrar nos elementos ou substâncias básicas, a abordagem sistêmica enfatiza princípios básicos de organização. Os exemplos de sistemas são abundantes na natureza. Todo e qualquer organismo — desde a menor bactéria até os seres humanos, passando pela imensa variedade de plantas e animais — é uma totalidade integrada e, portanto, um sistema vivo. As células são sistemas vivos, assim como os vários tecidos e órgãos do corpo, sendo o cérebro humano o exemplo mais complexo. Mas os sistemas não estão limitados a organismos individuais e suas partes. Os mesmos aspectos de totalidade são exibidos por sistemas sociais — como o formigueiro, a colméia ou uma família humana — e por ecossistemas que consistem numa variedade de organismos e matéria inanimada em interação mútua. O que se preserva numa região selvagem não são árvores ou organismos individuais, mas a teia complexa de relações entre eles."8

Assim, não haveria uma separação clara e definida entre o macrocosmo e o microcosmo, e eles poderiam ser concebidos como uma infinidade de sistemas entrelaçando-se, influenciando-se e formando um único e gigantesco organismo. O próprio uno em si.

Budismo: sabedoria universal

 

Para se entender qualquer filosofia oriental, é necessário, antes de mais nada, que o indivíduo se abstraia da estrutura greco–hebraica pela qual se apóia o modo de vida ocidental. Harold Bloom, um dos mais importantes e conhecidos críticos literários do mundo, acredita piamente que o homem do Ocidente pensa como os gregos (que, afinal, fundaram a civilização ocidental) e sente como os hebraicos (que, por sua vez, fundaram as mais importantes religiões do Ocidente).9

O budismo não é exceção. Somente a partir dessa abstração é possível entender plenamente conceitos como "existência e não-existência" (kuu), "três mil mundos num único momento da vida" (itinen sanzen) e outros. E somente assim é possível se admirar com as espantosas semelhanças entre esses conceitos e alguns mistérios que apenas recentemente as ciências, em particular a Física, vêm desvendando.

Einstein, com sua Teoria da Relatividade Geral, demoliu totalmente a noção convencional de tempo, ao explicar que ele é relativo, o que muito lembra o conceito de "tempo sem início" (kuon ganjo). A Mecânica Quântica, ao propor a existência de matéria e antimatéria e afirmar que o "vazio" do Universo não é exatamente "vazio", parece fazer ressoar o conceito budista de "existência e não-existência" (kuu).

Assim como a Física propõe a teoria do Big Bang para explicar a origem do Universo, o budismo também fala de um passado inimaginavelmente remoto, chamado gohyaku jintengo, e de uma causa original e um efeito original.

Conceitos como a unicidade do ser vivo e seu ambiente (esho funi) e da mente e seu corpo (shiki shin funi) são hoje bem assimilados pela Ecologia e pela Medicina [leia nos boxes das págs. 14 e 15].

O budismo também propõe um retorno do indivíduo (o microcosmo) ao seu "eu" original e macrocósmico —, em outras palavras, a manifestação do estado de Buda original de cada um. Além disso, a idéia de que todos os fenômenos no Universo estão relacionados entre si também encontra eco no budismo, que explica o conceito de origem dependente [engui, leia no box da pág. 15]. E os impressionantes esforços dos cientistas para elaborar uma Teoria da Gravidade Quântica (e, assim, unificar suas concepções de macrocosmo e microcosmo) encontram paralelo nos igualmente impressionantes esforços de Nitiren Daishonin de desvendar uma lei geral do Universo, unificando os mundos natural e espiritual, a qual ele denominou Nam-myoho-rengue-kyo.

Por outro lado, é grande o número de autores ocidentais que associam conceitos budistas ao pensamento ocidental. Além dos já mencionados Nietzsche, Jung, Capra, poderiam ainda ser listados autores como Arthur Schopenhauer, James Lovelock e outros.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, assim explica a visão budista de macro e microcosmo: "O budismo afirma que a vida interior dos indivíduos corresponde à vastidão do 'cosmo exterior' do mundo dos fenômenos. O mundo interior vibra com a ilimitada energia da benevolência, amor, sabedoria, razão, assim como as várias emoções, impulsos e desejos. A cada instante, essa energia surge de dentro para criar, em interação com o cosmos que habitamos, um novo ser, um novo mundo. Quando nosso cosmo interior está em harmonia dinâmica, sua energia criativa é comunicada ao mundo em ondas de alegria, encontrando uma expressão concreta nas ações marcadas pela razão, sabedoria e benevolência. Em contraste, quando o cosmo interior perde seu ritmo essencial, sua energia assume aspectos destrutivos, agressivos e dominadores, como a cobiça e outros impulsos obscuros. Nessas circunstâncias, a vida interior é uma terra desolada. A desertificação exterior do planeta corresponde exatamente à desertificação espiritual da vida interior.

"A forma como nos relacionamos com nós mesmos (nossa vida interior) está intimamente ligada à forma como nos relacionamos com nossos companheiros (nossa vida na sociedade). E isso está inextricavelmente ligado a como nos relacionamos com o mundo natural. Seres humanos cujo ambiente interno é despojado e desolado caem facilmente presas de uma espécie de egocentrismo que inevitavelmente se manifesta em atos de dominação, exploração e destruição nos mundos social e natural.

"Mas o inverso é igualmente verdade. A natureza íntima e mutuamente interativa da ecologia da Terra, da sociedade humana e da vida interior dos indivíduos significa que a influência harmonizadora da benevolência e da sabedoria que brota de dentro do indivíduo pode ter um efeito transformador positivo até mesmo nos problemas em escala global. A chave para a transformação é a vontade consciente nas profundezas da vida do indivíduo.

"Focando inicialmente nossa vida interior — nosso relacionamento com nós mesmos — o budismo revela e ilumina a lei de causalidade que governa os processos pelos quais tanto os padrões positivos (criativos) quanto os negativos (destrutivos) são registrados e as energias potenciais armazenadas na profundeza de nossa vida. Ao mesmo tempo, o budismo objetiva direcionar a luz da sabedoria budista para o exterior, para revelar a natureza verdadeira e original de todos os fenômenos e gerar suas possibilidades mais criativas, incluindo as sociedades e culturas humanas.

"O mundo fenomenal constitui uma grande rede de elementos mutuamente interativos e sobrepostos, entrelaçados por meio dos fios da causalidade. Essa rede de relacionamento mútuo estende-se para o exterior, abrangendo os mais distantes limites do Universo. Dessa forma, o budismo vê todos os fenômenos do Universo — não somente aqueles que são explicitamente vivos do ponto de vista biológico — como partes integrantes da vida, como entidades 'vivas'."10

Cada vez mais, ciência e budismo parecem chegar a uma convergência de idéias e conceitos sobre os grandes mistérios do Universo. A Física, e em especial a Teoria da Gravidade Quântica, oferece perspectivas animadoras. Mas, aonde essa jornada humana para se entender a ordem do Universo levará? Que resultados trará? Ainda é cedo para respostas. De concreto, sabe-se apenas que essa é a mais fantástica jornada já empreendida pelo esforço humano em todos os tempos. Só essa jornada já valerá a pena.

Notas 4. Hawking, Stephen e Mlodinow, Leonard. Uma Nova História do Tempo. Rio de Janeiro, Ediouro, 2005, pág. 145. 5. Todos esses conceitos encontram-se no livro de Hawking & Mlodinow. 6. Cf. Toben, Bob e Wolf, Fred Alan. Espaço–Tempo e Além, Rumo a uma Explicação do Inexplicável — A Nova Edição. São Paulo, Editora Cultrix, 1982. 7. Uma introdução didática do pensamento estruturalista pode ser encontrada em Fifty Key Contemporary Thinkers — From Structuralism to Postmodernity, John Lechte, Londres e Nova York, Routledge. 8. Capra, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo, Editora Cultrix, 1997, pág. 260. 9. Cf. Bloom, Harold. Onde Encontrar a Sabedoria. São Paulo, Editora Objetiva, 2005, pág. 50. 10. SGI Quarterly, abril de 2006, págs. 12–13.

Razão áurea

O homem sempre teve necessidade de estar ligado a crenças divinas e de buscar a origem do Universo, tentando encontrar nas respostas suas próprias raízes. Para tanto, procurou ordenar tudo que o rodeava. Dessa busca, pode-se dizer, chegou-se à razão áurea, também chamada de proporção áurea, razão de ouro, número de ouro, número áureo ou divina proporção. É uma constante transcendente que tem sido motivo de estudo desde os mais remotos tempos e representa, segundo os estudiosos, a mais agradável proporção entre dois segmentos ou duas medidas. Essa proporção foi identificada como sendo equivalente a 1,618, e convencionou-se chamá-la de Phi ( ), em homenagem ao arquiteto grego Fídias (Phidias), construtor do Partenon e que utilizou o número de ouro em muitas de suas obras.

Não se sabe ao certo quem começou a estudar esse misterioso número. A primeira definição dessa proporção aparece no livro II dos Elementos de Euclides, mas muitos acreditam que este se baseou em estudos anteriores de Theodoro de Cyrene ou de Pitágoras.

Como pode ser visto, o número Phi não é objeto exclusivo da Geometria. Sua utilização é freqüente em pinturas renascentistas. Este número está envolvido com a natureza do crescimento e pode ser encontrado na proporção em conchas (o náutilo, por exemplo), seres humanos (o tamanho das falanges, ossos dos dedos), plantas e em inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem de crescimento.

O homem também se valeu da razão áurea para construir inúmeras obras e monumentos (outros exemplos famosos além do Partenon são as pirâmides do Egito), para compor peças musicais (há artigos que a relacionam às composições de Mozart, Beethoven e Schubert) por ser o número que expressa a mais perfeita relação de harmonia já conseguida pelas mãos humanas. Ainda hoje, faz-se presente nos estudos e criação de novos produtos para que sejam visualmente atrativos.

No entanto, torna-se difícil separar a eterna procura por relações com as divindades, iniciada pelos gregos, com relações matemáticas concretas. Em muitas situações não há respostas claras para questões sobre o surgimento da razão áurea em alguns elementos. Será que ela aparece por ser realmente importante ou é apenas uma "coincidência" forçada pelo homem? Essa incerteza, no entanto, é o que a torna ainda mais fascinante.

Se o ponto C é tal que AB/AC = AC/CB, então AB/AC = AC/CB = Phi

Euclides definiu a razão a partir de um segmento e usou essa razão para calcular áreas, construir o pentágono regular, o icosaedro e o dodecaedro.

Física Quântica

 

A Física Quântica é uma teoria elaborada pelo físico alemão Max Planck em 1900, portanto, há mais de um século. No entanto, ainda hoje causa muitas discussões entre físicos e filósofos. Quando Plank estudava a emissão de luz de um material, observou que, em certas temperaturas, a luz dava saltos de uma intensidade para outra. Pelo conhecimento da época, a intensidade da luz deveria variar continuamente. Mas os resultados da experiência teimavam em contrariar tudo o que era afirmado até então. Plank descobriu que a energia não é absorvida ou gerada de modo contínuo, mas sim em pequenos "pacotes", que batizou de quantum (ou quanta, no plural), palavra que significa quantidade, em latim. Na realidade, Planck não tinha a intenção de romper com a física tradicional, ou seja, a física clássica, mas apenas resolver um problema. Por ser uma teoria totalmente inédita, levou quase trinta anos para ser bem-definida, exigindo o trabalho dos físicos mais brilhantes do século XX, incluindo Albert Einstein. Os quanta só ganharam reconhecimento quando Einstein, em 1905, demonstrou cientificamente que eles realmente existiam e, mais tarde, ensinou como usá-los para gerar os poderosos raios laser que hoje em dia têm impacto de valor inestimável.

As aplicações desta teoria vêm ocorrendo continuamente. Na Física Quântica, em determinadas circunstâncias os elétrons encontram uma barreira extremamente fina e há probabilidade de que eles simplesmente a ignorem e sigam em frente, o que é chamado efeito túnel. Seria apenas mais uma descoberta teórica se, em 1981, uma equipe do laboratório da IBM em Zurique, na Suíça, não tivesse transformado essa maluquice do elétron num aparelho de enxergar átomos, o microscópio de efeito túnel. O invento valeu a Gerd Binnig e Heinrich Rohrer o Prêmio Nobel de Física, em 1986, e levou a um avanço extraordinário na indústria de componentes eletrônicos.

Planck certamente não poderia imaginar a contribuição que sua descoberta teria para os dias de hoje. A teoria quântica está presente na vida cotidiana de todos, por exemplo, em telefones celulares, CD players, computadores e em inúmeros equipamentos eletrônicos utilizados na atualidade. Foi também decisiva para os grandes avanços práticos e teóricos em áreas como Astronomia, Medicina, Química e Biologia. Na Biologia, os cientistas procuram relacionar alguns efeitos quânticos no cérebro através das redes neurais.

Seus conceitos ainda geram discussões acerca da forma como se vê o comportamento dos elétrons que constituem o átomo e que faz parte do universo em que todos vivem.

Em termos de teoria, é possível entender melhor os fenômenos desconhecidos do Universo, como a teoria do Big Bang. Na verdade, a tentativa de explicar os resultados experimentais de um comportamento da matéria implicou em uma nova teoria que revolucionou a forma de compreender a natureza do Universo.

Colaboração: Ricardo Yoshioka, vice-coordenador do Departamento de Cientistas (Depac) da Coordenadoria Cultural da BSGI.

Unicidade do ser vivo e seu ambiente (esho funi)

 

O princípio da unicidade do ser vivo e seu ambiente (esho funi) significa que a vida (sho) e seu ambiente (e) são inseparáveis (funi). Funi significa "dois no fenômeno, mas não dois na essência", ou seja, embora as pessoas percebam as coisas como algo separado delas, há uma dimensão de sua vida que é uma com o Universo. No nível mais fundamental da vida, não há separação entre o ser e o ambiente. Esse nível fundamental é chamado de realidade última e foi definido por Nitiren Daishonin como Nam-myoho-rengue-kyo.

Unicidade do corpo e da mente (shiki shin funi)

 

 

 

 

 

 

 

 

Origem dependente (engui)

 

Este conceito budista ensina que toda vida está inter-relacionada, que nada existe isoladamente.

Literalmente, o termo engui quer dizer "surgimento em conexão". Em outras palavras, todos os seres e fenômenos existem ou ocorrem somente por causa de sua relação com outros seres ou fenômenos. Tudo no mundo vem a existir em resposta a causas e condições.

Sakyamuni usou a imagem de dois feixes de junco encostados um no outro para explicar a origem dependente. Ele descreveu como os dois feixes podem manter-se de pé enquanto estiverem apoiados um no outro.

A vida dos seres desenvolve-se de forma dinâmica, numa sinergia de causas internas (personalidade, experiência, perspectiva sobre a vida, entre outras) e as condições externas e relações imediatas. Cada existência individual contribui para criar o ambiente que sustenta todas as outras existências.

O cânone budista apresenta uma parábola que mostra como todos os fenômenos se inter-relacionam gerando uma harmonia perfeita e sutil: "Suspensa no alto do palácio de Indra, o deus budista que simboliza as forças naturais que protegem e nutrem a vida, está uma enorme rede. Uma brilhante jóia está ligada a cada nó da rede. Cada jóia contém e reflete a imagem de todas as outras jóias da rede, que brilha com magnificência em sua totalidade".1 Essa descrição ilustra o conceito de origem dependente, expondo a simbiose do microcosmo e do macrocosmo, que se unem como um único organismo.

NOTA 1. Terceira Civilização, edição nº 345, maio de 1997, pág. 16.

JULHO DE 2006 — TC EDIÇÃO Nº 455

Travel tips in order to make your trip to the UAE

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Information from: http://www.government.ae/gov/en/visitors/uae/tips.jsp

Travel Tips

We have included a wide range of travel tips in order to make your trip to the UAE an outstanding success but do be aware that these are guidelines and some information, such as entry formalities, are subject to sudden changes and should be checked with your nearest UAE embassy before departure.

SECURITY
Personal safety

The UAE is one of the safest places in the world to visit. In fact, it has been designated the world's safest holiday destination by the international travel industry on two occasions. Nevertheless, it is a good idea to take out travel insurance and to take the normal precaution to safeguard yourself and your valuables.

Police Headquarters

Abu Dhabi 02 4461461

Dubai 04 2292222

Sharjah 06 5631111

Ajman 06 7436000

Umm al-Qaiwain 06 5656662

Ra's al-Khaimah 07 2333888

Fujairah 09 2370000

Dubai Police hotline (Al Ameen service) 8004888 alalmeen@emirates.net.ae

Emergency Numbers

Ambulance 998 or 999

Fire 997

Police 999

Coastguard 04 3450520

East Coast Coastguard 09 2380380

Helicopter Service

If you dial 999 or 04 2821111, Dubai Police guarantee that in an emergency a police helicopter will be with you within 8 minutes

TIPPING

Tipping is not expected, but is common practice. Gratuities to staff at hotels are at your discretion. Most restaurants add service charges to the bill (Abu Dhabi 16 per cent; Sharjah 15 per cent; Dubai 10 per cent). If this charge is not included, add 10 per cent of the total to the bill. Taxi drivers do not expect to be tipped. Supermarket baggers, bag carriers and windscreen washers at petrol stations are generally given Dh2.

PHOTOGRAPHY

Film is readily available, so too are processing facilities and colour prints are produced in record time. Ask permission before photographing people in general. Avoid photographing Muslim women and do not photograph airports, docks, telecommunications equipment, government buildings, military and industrial installations.

TIME

The UAE is four hours ahead of GMT. The time does not change during the summer. This means that there is a three hour difference between UK and UAE local times in summer and a four hour difference in winter.

ELECTRICITY

Domestic supply is 220 volts. Sockets suitable for three-pin 13 amp plugs of British standard design are the norm, however it is a good idea to bring an adaptor with you just in case. Adaptors can be purchased in local supermarkets. Appliances purchased in the UAE will generally have two-pin plugs attached.

WEIGHTS AND MEASURES

The UAE uses the metric system, although British and US standard weights and measures are understood.

CLOTHING

Lightweight summer clothing is ideal with a wrap, sweater or jacket for cooler winter nights and air-conditioned premises. Although the dress code in the UAE is generally casual, guests in the larger hotels do tend to dress more formally in the evening. Since you are visiting a Muslim country, bikinis, swimsuits, shorts and revealing tops should be confined to beach resorts. Women are usually advised not to wear short skirts and to keep their shoulders covered. Note that in Sharjah women are prohibited from wearing swimsuits on public beaches.

TOILETS

Most shopping centres, public gardens, museums etc have clean, well-maintained public toilets. Public toilets in souqs and bus stations are usually just for men. Outside of the cities, you can find public toilets at restaurants and petrol stations, however they may not be in good condition and will generally lack toilet paper.

FOOD AND WATER

The standard of food hygiene and water quality is extremely high, especially in all of the larger centres, as is evidenced by the Which survey. You should take the time to investigate conditions in smaller cafes in remote areas, although again standards are usually good. Raw salads and shawarmas (meat cooked on a spit and served in a pittta bread sandwich) are to be avoided if you have any doubts.

Water is usually produced by desalination so it is normally safe to drink, nevertheless you may prefer the taste of bottled water. In any case it is advisable to drink plenty of water in the heat so carry a bottle with you at all times.

OPENING HOURS AND HOLIDAYS
OPENING HOURS

Shops Normal shopping hours are from 9.00 a.m.-1 p.m. and 4.00- 9.00 p.m. however many shops, particularly in Dubai and Abu Dhabi stay open all day. Most shopping centres open from 10 a.m to 10 p.m - frequently later. Some supermarkets are open for 24 hours. Although shops and shopping centres are fully air conditioned, the cool of the evening is a favourite time for shopping. Shopping centres and most shops are open on Friday, the Islamic day of rest, but they all close for Juma (Friday) prayers from 11.30 a.m. to 1.30 p.m.

All shops are required to close at prayer times in Ra's al-Khaimah.

Offices

Government offices open at 7.30 a.m. and close at 3.00 p.m. but you would be wise to visit in the morning. Private offices tend to keep longer hours, coming back to work in the evening after an extended mid-day break. Some private businesses open from 8 a.m. to 5 p.m. All government offices close for the weekend at mid-day on Thursday and do not open again until Saturday morning. Some offices outside the public sector are open on Thursday and close on Friday and Saturday.

PUBLIC HOLIDAYS

Since Muslim festivals are timed according to local sightings of phases of the moon, the dates outlined below for Islamic religious holidays are approximate. The precise dates are not announced until a day or so before they occur. If a public holiday falls on a weekend, the holiday is usually taken at the beginning of the next working week.

A three-day mourning period is usually announced when a member of the ruling families or a government minister or the head of a neighbouring state dies. Government offices and some private companies will close for the period.

COMMUNICATIONS AND MEDIA
COMMUNICATIONS
Telephone and fax

The telephone network operated by the national telecommunication organization ETISALAT is superb: local calls are free and direct dialling is available to 150 countries.

The international dial code for UAE is +971. Cheap rates for international direct calls apply from 9 p.m. to 7 a.m. and all day on Fridays and public holidays. There is a complete list of rates at the back of each telephone directory. You do not need to use the emirate access code when dialling an internal number in that emirate. In other words to ring a number in Dubai from Abu Dhabi you must use the 04 prefix. If you are dialling a number in Abu Dhabi from another location in that emirate you will not need to use a prefix.

Yellow page directories are available for each emirate (see also www.emirates.net.ae). These can be purchased at ETISALAT offices.

Pay phones, both card and coin operated, are located throughout the UAE. Phone cards for local use (Dh30 or Dh45) are usually available from ETISALAT offices, supermarkets, pharmacies etc. Coin operated phones take Dh1 and 50 fils.

UAE Exchange National Access Code
International Access Code

Abu Dhabi - 02 (+ 9712)

Ajman - 06 (+ 9716)

Al Ain - 03 (+ 9713)

Dubai - 04 (+ 9714)

Fujairah - 09 (+ 9719)

Jebel Ali - 04 (+ 9714)

Khor Fakkan - 09 (+ 9719)

Ras al-Khaimah - 07 (+ 9717)

Sharjah - 06 (+ 9716)

Umm al-Qaiwain - 06 (+ 9716)

ETISALAT information service - 144

Directory enquiries - 180/181

HEALTH

Remarkably, the UAE was one of only two countries with no reported cases of holiday illnesses recorded in a survey by the leading British consumer magazine, Holiday Which? This is a tribute to the success of government immunization programmes, the provision of adequate clean water and high standards of cleanliness in hotels and restaurants.

Vaccinations

No special immunizations are required, however it would be wise to check beforehand if you are travelling from a health-risk area. Tetanus inoculations are usually recommended if you are considering a long trip. Polio has been virtually eradicated in the UAE and hepatitis is very rare and can be avoided by taking precautions. Hepatitis A is transmitted by contaminated food and water, Hepatitis B, C, D through sexual contact, the use of unsterilized needles and blood transfusions.

Malaria

There are very few mosquitoes in the towns and cities and, since it is not considered to be a risk, malaria tablets are rarely prescribed for travel in the UAE. However, mosquitoes will find you if you are camping near the mountains or exploring wadis or date groves in the evening, so cover up and use a suitable insect repellent as it is always safer to avoid being bitten. If you are in any doubt consult your doctor or your nearest tropical medical centre before your trip.

Sunburn

The sun can be fierce throughout the year so heatstroke and heat exhaustion are always a risk. Adequate sunglasses, hats and high factor sun creams are essential, especially for children.

Health insurance

Public hospitals, where the medical facilities are very good, will deal with emergencies free of charge, however it would be wise to take out medical insurance to cover all eventualities, especially if you need to attend a private hospital or clinic where treatment can be quite expensive. In all instances, medical procedures, including the use of sterilized needles and the provision of blood transfusions are very reliable.

Doctors

If you need a doctor, ask at your hotel, or ring your embassy for recommendations. If you need emergency treatment and are unable to contact a doctor, try one of the major hospitals listed below.

Pharmacies

Most medicines are readily available at pharmacies. Each emirate has at least one pharmacy open 24 hours a day. Check in local newspapers for information. In some emirates a 24-hour municipality emergency number (Abu Dhabi 02 777 929; Dubai 04 2232323) lists the locations of open chemists.

Dentists

Good dentists are readily available, including orthodontists.

Alternative medicine

Chinese medicine is readily available. There is also a homeopathic hospital.

Ambulance service 998 or 999

Airport facilities

In June 2001 Emirates airline designated a special handling area at departures and arrivals for passengers with special needs. As a result, wheelchair passengers will receive a more personalized service.

Package trips

Mare Nostrum (Germany O711 2858202)

Email: geiss@mare-nostrum.de

Website: www.mare-nostrum.de

Vaihingerstr.55, 70567 Stuttgart, Germany organize package trips for disabled individuals or groups from Germany, UK or United States. They will provide English-speaking guides. See also www.routesinternational.com

TRAVELLING WITH CHILDREN

The UAE is a family-oriented environment and small children are welcome and appreciated everywhere. The larger hotels have a good selection of kids' meals, especially in room service. Very small children do not normally eat out at night, but are often welcome. Phone ahead to check. In any case baby-sitting services are available in the main hotels.

There are lots of activities for children, both in and around the five-star hotels, special amusement parks and the many green areas. Children under 12 usually qualify for discounts on admission fees to most museums, amusement parks, swimming pools and entertainment centres.

COMMERCIAL AGENCIES >>

Details on the UAE's Commercial Agency Law, rules and regulations etc.

MARINE LIFE OF THE UAE >>

Coral fish are just one of the many species covered in the marine section of UAEinteract

SPECIAL FACILITIES FOR TRAVELLERS
WOMEN TRAVELLERS

The UAE is extremely safe for women travellers, nevertheless women travelling alone are a novelty and you may find yourself the focus of unwanted attention. You will probably have a more relaxed visit if you stay in one of the four or five star hotels, especially if you can use the hotel's private beach facilities.

Women in the UAE have a much more liberal lifestyle than many of their Gulf counterparts (i.e. women are permitted to drive, work etc) however, women travellers should be aware that they are visiting a society which has strong traditional roots. If you wish to avoid hassle or risk causing offence, do not wear tight or revealing clothes away from the beach clubs and resorts. You will also find that clothing suitable for the more cosmopolitan cities may not be comfortable or convenient for independent travel in rural areas. Loose trousers and a long sleeved cotton shirt will satisfy a wide range of situations.

When socializing in local company wait until a hand is offered to you for a handshake, some devout Muslims prefer not to shake hands with a woman.

Ignore unwelcome comments and above all maintain a sense of humour! Remember that one advantage of being a woman in the UAE is that women are normally served first and banks and post offices, police stations and other government offices frequently have separate queues for women.

DISABLED TRAVELLERS

Several five-star hotels have specially-adapted rooms and other facilities for handicapped people.

Airport facilities

In June 2001 Emirates airline designated a special handling area at departures and arrivals for passengers with special needs. As a result, wheelchair passengers will receive a more personalized service.

Package trips

Mare Nostrum (Germany O711 2858202)

Email: geiss@mare-nostrum.de

Website: www.mare-nostrum.de

Vaihingerstr.55, 70567 Stuttgart, Germany organize package trips for disabled individuals or groups from Germany, UK or United States. They will provide English-speaking guides. See also www.routesinternational.com

TRAVELLING WITH CHILDREN

The UAE is a family-oriented environment and small children are welcome and appreciated everywhere. The larger hotels have a good selection of kids' meals, especially in room service. Very small children do not normally eat out at night, but are often welcome. Phone ahead to check. In any case baby-sitting services are available in the main hotels.

There are lots of activities for children, both in and around the five-star hotels, special amusement parks and the many green areas. Children under 12 usually qualify for discounts on admission fees to most museums, amusement parks, swimming pools and entertainment centres.

Don't forget hats, suncream and water when travelling with children - the tropical sun can be very fierce.