Poemas que já decorei O Azul é mais Azul que o Anil (Daisaku Ikeda)

sexta-feira, 31 de julho de 2009


O novo amanhã é dos jovens,
Tal como a exuberância dos verdes campos de trigo
Na manhã clara de geada. Mesmo em março,
O frio é rigoroso
No Fuji escarlate na alvorada. 

A convocação repentina
Como o lampejo de um relâmpago,
Seis mil companheiros emergidos da terra
Lá compareceram. Branco se tornava o ar expirado,
E os passos no chão adormecido
Ecoavam pelo bosque ainda escuro. 

Havia moças de rosto ruborizado,
Como também adolescentes de uniforme escolar
E jovens que inflavam o peito imponentemente
Apesar de desprovidos de roupas próprias de frio.

No ambiente gelado e ainda escuro,
Seus olhos cintilavam num pulsar precioso
Prestes a receber o majestoso "tempo"
Com o raiar da alvorada.

Ah! A expressão da genuína vida dos jovens,
Pura e vigorosamente,
Anunciavam a ascensão do Sol novo e fulguroso.
Oh! Dezesseis de março —
Eternizado ficará para sempre.

Nesse dia,
Em torno do venerado mestre,
Delineou-se o modelo do Kossen-rufu
E tornou-se o "Dia do Juramento",
Inalterável por todo o eterno futuro,
Da luta conjunta de mestre e discípulo.

Assim, preservando o profundo significado desse dia,
Este foi denominado de
"Dia Comemorativo do Kossen-rufu".

Decorrida a terrível batalha deste século
Como tempestade para a humanidade,
O pulsar da correnteza do Kossen-rufu
Emergiu no bailar imbatível
Do herói que se levantou resoluto
Envolto pela chuva e escuridão.

Dia 3 de maio de 1951 —
"Atirem meus restos mortais na Baía de Shinagawa
Se eu não concretizar 750 mil famílias" —
Ante esta declaração que ressoou pelo chão,
A chama, no peito dos companheiros, expandiu-se.

No desenrolar dos sete anos,
Árduas lutas se sucederam
Desgastando a própria vida
Numa demonstração de que
Não há outro momento para lutar
Do que agora,
E que todo o esforço ora canalizado
Encerra o valor de milhares de anos.

Ah! Nos dias que se sucederam,
A onda de júbilo dos companheiros revivescentes
Formou finalmente
A fileira de 750 mil heróis emergidos da terra.

Setecentos anos se passaram
Desde o levantar do Grande Filósofo.
Foi o tempo que amadureceu
Ou o tempo foi atraído e criado?
Místico é o assentamento do alicerce do
Kossen-rufu de Mappo.1

Primeiro de março de 1958 —
O ardor da proteção
Transformou-se na inauguração
Do grande Auditório do Ensino Essencial do
Sutra de Lótus,
Que havia muito não se via igual,
E assim se concretizou uma das aspirações do mestre.
Naquela ocasião,
Por providência das entidades budistas
Ou foram Bonten e Taishaku que desceram à terra,
Uma notícia se espalhou:
O primeiro-ministro compareceria
No dia 16 de março.
E o mestre propôs
Tornar esse dia
Uma Cerimônia de Demonstração do Kossen-rufu.

Os jovens emergidos da terra,
Considerados por ele atores principais da
Grande cerimônia
Seis mil se reuniram ante a repentina convocação.
Lá estavam os jovens musicistas do Kossen-rufu
E também os "Anjos da Paz"
Abrilhantando a marcha com valentia e beleza.

Na manhã enregelada
Juntos saborearam a sopa quente de leitão,
Fazendo penetrar no corpo e na alma
O sentimento do mestre.

Mesmo trajados pobremente
Transbordavam de felicidade e orgulho
Por viver pela nobre missão.
A alegria de viver juntos ao lado do mestre
E de juntos avançarem com o mestre
Compôs o sorriso de profunda satisfação.

Sem buscar fama nem abrigo
Fortuna e nem mesmo benefícios,
Elevando o espírito valente e cristalino
Com o desejo único de tudo consagrar
Junto com o mestre
Em prol da Grande Lei.

Nesta propagação alicerçada no juramento,
Transcendendo a vida e a morte,
E de acordo com os sagrados ensinamentos,
Foi assentada a história de absoluta vitória 
Que mesmo as ondas das maldades
Não puderam impedi-la.

No alvorecer do ano de 1958,
No meio do turbilhão contra a fúria da doença, 
O indomável mestre em seu brado revelou:
— Quero lutar por mais sete anos,
Até alcançar dois milhões de famílias.

Compreendendo seu sentimento
Sozinho e na profunda tristeza,
Jurei naquele dia herdar inteiramente
A tocha da concretização do
Kossen-rufu por toda a vida
Mesmo que preciso fosse atirar meu corpo ao chão.

Muitos companheiros
Pouco sabiam da gravidade da saúde do mestre
E otimistas estavam por sua recuperação.
Sozinho, visualizando o futuro do Kossen-rufu,
Dispus-me profundamente determinado
A jamais esquecer os ensinamentos do mestre
Mesmo deitado, imerso em meus sonhos.
O mestre, por sua vez, não permitindo
Que me afastasse,
Treinou-me em meio ao rigor, 
Dedicando todos os seus esforços.
Não esquecerei o brado do âmago de meu mestre:
— Nada mais quero.
Somente busco valores humanos de confiança!

Ah! Dia 16 de Março —
O primeiro mandatário não compareceu,
E a cerimônia teve início
Com a presença de sua esposa e genro.

O venerado mestre,
Arrastando seu corpo doente,
Levantou-se na liderança pessoal
Dos jovens emergidos da terra,
Assentando aí o espírito da
Concretização do Kossen-rufu.

Misticamente,
A radiante cerimônia tornou-se
O momento solene da transmissão,
Do estandarte dos herdeiros,
Do mestre para o discípulo.

O mestre e pai,
Carregando seu corpo debilitado,
Resoluta liderança tomava.

Ante o palanquim construído pelos discípulos,
Repreendeu-os com rigor:
— É demasiado grande!
Não serve para a batalha!
Porém, nele subiu
Louvando a preocupação dos discípulos,
Suas palavras tocaram
As profundezas de seus corações.
Sucesso ou fracasso, quem irá empreendê-lo?
A verdade da vida devotada até a morte
Tal como o aspecto imponente 
De Komei contado no Gojoguen,2
A figura do venerado mestre sobre a plataforma
Parecia lançar raios de luz eternos e indestrutíveis.

— Nós somos soberanos do mundo da religião!
O brado vigoroso do grande herói,
Que nasceu para o Kossen-rufu,
Ecoou por entre os gigantescos cedros de 700 anos.

Eu declaro —
Aquele brado triunfante
Do grandioso soberano dos povos,
Que ressoou por todo o mundo
E por toda a eterna era de Mappo,
Parecia obscurecer até mesmo
A brilhante jornada do Grande Rei Alexandre.

A enfermidade do mestre
Era demais grave.
A mim, que o sustentava nos braços,
Ele espremeu da sua vida
As intrépidas palavras:
— Daisaku! Eu conclui todo o meu trabalho.
Já posso morrer quando quiser. 
O resto deixo com você! —
Aquelas palavras,
Em meus ouvidos,
Ainda ressoam nitidamente.

O mestre estava com 58 anos
E o discípulo, com 30.
Talvez, por ter herdado a sua vida,
Pude receber os 60 anos em seu lugar.

Meus caros jovens!
Agora, com o mesmo sentimento do mestre,
Peço-lhes que me sucedam.

Ah! Ainda hoje
Lembro com profunda gratidão
A benevolência grandiosa do
65º sumo prelado, Nitijun Shonin,
Que nos assistiu do começo ao fim.

Na conclusão de sua liderança
De inúmeras e árduas batalhas,
O mestre, agora deitado enfermo em seu leito,
Perguntou-me:
— Que livro está lendo?
Estude! Estude! Estude!
Repreendia-me com rigor e benevolência.

Disse-me num outro momento:
— Sonhei que fui ao México.
No calor de seus olhos benevolentes
Podia-se ler:
— Em tuas mãos confio o mundo!

Fazendo do coração do mestre 
O meu próprio coração,
Jurei voar em prol do Kossen-rufu mundial
Por este céu imenso
Como o grande pássaro da lenda chinesa.

Quatro dias antes do falecimento —
O leão rugiu severa e rigorosamente:
— Não afrouxem as mãos do ataque!
Cravando assim o pilar do avanço dos discípulos
Como vagas furiosas.

Ah! Inesquecível 2 de abril...
Cercado pela exuberância das cerejeiras
O venerado mestre partiu para o Ryozen.3
A parte de sua vida que aqui ficou
Iniciou o ataque inabalável
Rumo à concretização do Kossen-rufu.

Na época
Assim escrevi em meu diário:
"Um jovem discípulo de Toda
Avança sozinho e imponente
Contra os ventos do norte."

Nos trinta anos que se seguiram,
Fazendo frente aos tormentos das ventanias
E me expondo só debaixo do sol escaldante,
Movido pelo desejo único de proteger
Os meus queridos companheiros,
Dispus-me no combate a todos os
Obstáculos e maldades
Sem retroceder um passo sequer
Dia após dia.

Por estar ciente
De que o budismo é vitória ou derrota,
Não me permiti,
Em meio às ondas bravias,
Um momento de estagnação ou hesitação
Para provar à posteridade
A figura autêntica e valente
Tal como Ashura.

Os saudosos irmãos,
Que estiveram no glorioso 16 de março,
Viveram também a jornada de trinta anos
Sem nunca retroceder,
Registrando junto comigo,
Corajosa e valentemente,
A sinfonia da gloriosa jornada.

A tempestade dos três fortes inimigos
Por várias vezes
Tentou se levantar à nossa frente.

Houve dias turbulentos de intensos ataques
E traição de astutos e perversos.
Entretanto, com toda a radiância,
Nós os vencemos completamente.

As jovens daquela época
Que transpuseram as inúmeras intempéries
Com as asas da esperança, 
São hoje rainhas acariciadas 
Pelas douradas brisas da felicidade.

Os jovens,
Como pilares da sublime fortaleza da paz
Para a grandeza do ser humano,
Assentaram imponentemente seu alicerce inabalável.

A mística relação dos companheiros
Concebida no passado infinito de kuon,
A força da união que converte o itai em doshin,
O austero laço de devoção da vida
Pelo ideal dos sagrados ensinamentos —
Em torno desse eixo diamantino e indestrutível
Estabeleceu-se para toda a posteridade
O alicerce do Kossen-rufu.

O ardor dos jovens que se sucedem ilimitadamente,
Emerge como nuvens brancas
Hoje e amanhã também
Lá no azul do horizonte.

Quando novamente percorrer
O espaço celestial do novo século,
Não haverá mais nuvens escuras
De obstáculos e maldades.
O rosto dos jovens filhos do Buda
Resplandecente estará com todo o vigor
E as pétalas irão bailar
Ao vento da fragrância de sua jornada.

O jovem é o tesouro imensurável.
Todo labor e dificuldade,
Até mesmo vitórias e derrotas,
Tudo é trampolim para o maravilhoso dinamismo.

Meu jovem! Meus caros jovens!
Peço-lhes que se encarreguem
Do novo e segundo "Sétimo Sino".
Na propagação gradativa para o Leste
De acordo com o seu próprio princípio,
O budismo chegou ao Japão
E 700 anos se passaram
Para o Grande Filósofo aqui emergir
Com toda a imponência do Sol.

Passados sete séculos desde então
Uma mística organização nasceu,
Revertendo as ondas do Kossen-rufu da Verdadeira Lei
Para a propagação gradativa para o Oeste
Banhando as praias da Ásia e de todo o mundo.

Agora, a Lei Mística —
O supremo raiar da grandiosa luz da vida —
Está prestes a cobrir
Toda esta Terra azul.

Meu jovem,
Não questione se a grandiosa
Correnteza do Kossen-rufu
É ou não uma certeza no curso da história.

Questione sim, a todo momento,
Se possui ou não a paixão
De tornar o Kossen-rufu numa certeza
Em seu próprio coração
Com o labor e suor de si mesmo.

Kossen-rufu é
Implantar o supremo estado de vida do Buda
No coração da humanidade
Seguindo o testamento de Daishonin,
Cobrindo esta grande Terra eternamente
Com o desabrochar exuberante
De flores da renascença da vida.

Tient'ai declarou:
"O azul é mais azul que o anil!"

A você, meu jovem,
Oro ardentemente para que,
Abraçado à Lei básica 
E emitindo ilimitados raios de luz
Do interior de sua própria vida,
Trace com audácia
Todo o curso da grandiosa história
Do triunfo da sinfonia do povo.

Para todo compromisso,
No raiar da "Era dos Jovens"
Heróis da missão
Haverão de emergir em sucessão.
Ah! A grande expedição para os próximos trinta anos
Assinala agora a sua partida.

Eu acredito que vocês,
Meus jovens e minhas jovens,
Haverão de transpor valentemente
Os desconhecidos picos das intempéries
Para tocar solene e vigorosamente
Os sinos da alvorada do novo século.

O tempo retorna
E aqui recebemos 
O "Dia Comemorativo do Kossen-rufu".
Este dia não é senão
A manhã de renovada esperança
Dos meus queridos discípulos.

Meus jovens,
Haja o que houver,
Avancem sempre!
Agora é o tempo
Que não devem
Recuar um passo sequer.

Jovens!
Haja o que houver,
Desafiando resolutamente 
O labor no aprimoramento diário,
Cantem, cantem altivamente
Os versos da juventude alegre e vigorosa.

Com a harmonia de ouro
Indestrutível por toda a existência,
Desbravem com todo o ardor
A nova manhã da história da humanidade
E completem por mim o sagrado empreendimento.

Agradecendo sinceramente a todos os
companheiros que compareceram à cerimônia
em meio ao vento gelado desde as primeiras horas da manhã do dia 16 de março de 1958,
elevo minhas orações formulando votos de
felicidade e de longa vida.

De mãos postas em oração...

O Poeta Laureado
Em 9 de março de 1988 

Tunísia tem beleza e personalidade

quarta-feira, 29 de julho de 2009

 24/07/2009-14h:34  A Tunísia é um destino interessante para quem quer escapar dos roteios mais conhecidos e entrar em contato com outras culturas.
De maioria muçulmana, a Tunísia é liberal, pois os moradores podem escolher e praticar suas religiões sem fanatismo. As mulheres não são obrigadas a usar o véu e têm os direitos respeitados.

De acordo com Lucila Nedelciu, diretora da Raidho Tour, a Tunísia tem uma arquitetura exótica, com cúpulas brancas e elegantes torres e uma mescla de raças, o que resulta em uma população de beleza e personalidade. 

"São freqüentemente bilíngües, falam francês, além da sua língua materna, o árabe, e sempre com domínio do inglês, alemão, espanhol e qualquer outro idioma exigido para os negócios nos bazares", explica. 

"Nada se compara à emoção de andar a camelo ou então em um off road 4x4 pelas dunas do deserto do Sahara com trajes típicos árabes, e apreciar o pôr do sol", diz Lucila. 

O roteiro de 10 dias no País inclui visitas a Tunis, Sidi Bou Said, Porto de Kantaoui, Kairouan, Sheitla, Gafsa, Tozeur, Ong Jemel, Douz, Matmata, Djerba, Medenine, Sfax, Jem e Hammamet.

O pacote custa a partir de 1.800,00 euros por pessoa, incluindo parte aérea e terrestre, com 12 refeições além de guias locais falando espanhol, todos os transfers, passeios e seguro viagem. O telefone é (11) 3833-1200.

HR Viagens (SP) cria site para divulgar Tunísia

HR Viagens e Turismo, de São Paulo, que é especializada em pacotes para a Tunísia, criou um sitepara promover viagens ao país árabe localizado no norte da África. A informação é da Agência Anba.

Segundo a dona da HR, Helena Romano, o site www.destinotunisia.com.br entrou no ar na semana passada e traz fotos, informações sobre o país e opções diferenciadas para a viagem à Tunísia, como golfe e talassoterapia.

Ela explica ainda que criou recentemente um departamento apenas para tratar do destino Tunísia e tem também, entre os profissionais da agência, um tunisiano que vive no Brasil desde 2007 chamado Slim Fsili. É ele quem cuida da área operacional das viagens para a Tunísia. No país árabe, a HR conta com um guia especializado em atender os brasileiros chamado Salem M. Barki. O telefone da HR é (11) 3539-8140.


BAD classifica Tunísia como o país mais competitivo da África

Tunis - A Tunísia foi classificada como o país mais competitivo de África, à frente da África do Sul, do Botswana e das Ilhas Maurícias, de acordo com o relatório anual de competitividade para a África apresentad, em Tunis, pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). 

A Tunísia, que está no 36º lugar em nível mundial, detém a melhor classificação na África com 4,6 pontos, seguida pela África do Sul (4,4), o Botswana (4,2), as Ilhas Maurícias (4,2), o Marrocos (4,1). Namíbia e Egipto chegaram à 6ª posição com 4 pontos cada um. 

A classificação traduz um "nível claramente mais elevado graças à uma boa administração, uma infra-estrutura eficaz e uma estabilidade política", explicou à imprensa Louis Kasekende, economista chefe do BAD, cmo noticia Inforpress. 

Baseado em dados estatísticos e inquéritos que cobrem vários setores (infraestruturas, estabilidade política, governação, saúde…), esta classificação é realizada pelo BAD, Fórum Económico Mundial e Banco Mundial. 

Globalmente, os autores do relatório registram progressos no mercado de bens e no mercado do trabalho, "cada vez mais difícil", bem como nos negócios. 

Em contrapartida, eles sublinham a fragilidade dos países africanos em infraestruturas (transportes, eletricidade e telecomunicações), na instabilidade macroeconómica, na ausência de integração horizontal e nas más condições de saúde, nomeadamente na África sub-sahariana. 

"A infraestrutura nos setores da energia e dos transportes constituem um grande obstáculo à competitividade na África", sublinhou Ndikumana. 

Para melhorar a sua competitividade, os países africanos devem aumentar o investimento, promover os serviços a "um forte valor acrescentado" e adaptar o ensino às necessidades do mercado de trabalho. 

Um esforço de investimento em infraestruturas permitiria à África aumentar o seu crescimento e seria um "meio de reativação orçamental neste período difícil", considerou. 

Cerca 66% dos projetos apoiados pelo BAD referem-se às infraestruturas África, de acordo com Kasekende.


Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é a extravagância do turismo gastronômico

sábado, 18 de julho de 2009

A banda estava tocando um pop árabe improvisado, a dançarina de dança do ventre estava rodopiando furiosamente e os freqüentadores agitados do restaurante estavam dançando e batendo palmas enquanto o garçom servia o último prato da minha refeição - o 12º de acordo com a minha contagem - em meio aos escombros do meu banquete.

Tamara Abdul Hadi/NYT

Os complexos ensopados chamados tagines podem ser saboreados no restaurante Almaz by Momo, como nesta versão de cafta com ovo


Diversidade Culinária

Em meio à fumaça do narguilé eu percebi um enorme prato de frutas. Ao redor dele se encontravam os restos de um homus oleoso, linguiças saborosas com sumo de limão e outras iguarias libanesas. Inchado do banquete, eu me senti como um sultão corrupto governando meu império decadente.

Naquele momento, a sede do império era Al Qasr, um animado restaurante libanês no Dubai Marine Beach Resort and Spa (Jumeirah Beach Road; 971-4-346-1111; www.dxbmarine.com) com um jantar por preço fixo (220 ou 250 dirhans, ou cerca de US$ 58 ou US$ 66, com o dólar cotado a 3,80 dirhans) contendo comida quase ilimitada.

O momento foi um final adequado para minha odisséia pelo cenário culinário de Dubai, uma cidade-Estado livre que se tornou sinônimo de excesso glorioso. Apesar de a crise econômica internacional ter atingido as torres de escritórios, mercados financeiros e canteiros de obras de Dubai como uma tempestade de areia, uma visita em janeiro de 2009 encontrou a ampla cena de restaurantes notavelmente intacta.

Ao longo de três dias, eu provei uma variedade de culinárias, desde o Norte da África até o subcontinente asiático. Para os devotos da comida do mundo árabe-islâmico, Dubai pode oferecer o maior e mais concentrado bufê no planeta.

Credite a diversidade culinária à população cosmopolita de Dubai. Juntamente com o grande número de ocidentais e indianos, os estrangeiros de países muçulmanos - as tripulações das companhias aéreas marroquinas, os comerciantes iranianos, trabalhadores paquistaneses, os bilionários kuaitianos - buscaram oportunidades durante o boom de Dubai, trazendo sua cozinha regional consigo ao mesmo tempo em que transformavam o emirado na Manhattan do Oriente Médio. Um grande contingente de libaneses - cristãos e muçulmanos - também deixou sua marca em Dubai e suas opções gastronômicas.

O resultado é um mercado de alimentos por toda a cidade no qual restaurantes, tanto simples quanto de luxo, que servem mezzes semelhantes a tapas, berinjelas excelentes, cuscuz leve, coalhadas aromáticas, infinitos kebabs, carnes cozidas com fruta, o forte aguardente arak e sobremesas banhadas em mel. Tudo o que você precisa é um táxi e um amor por condimentos.

Após uma dessas viagens de táxi, eu encontrei temperaturas congelantes e neve ao anoitecer no Mall of the Emirates - pelo menos na única rampa de esqui indoor do Oriente Médio. Mas o clima dentro do Almaz by Momo (que fica dentro da loja Harvey Nichols no shopping; 971-4-409-8877;www.altayer.com/companies/food/almazbymomo), um sensual restaurante marroquino, foi puro calor norte-africano: lanternas bojudas laranjas, cadeiras felpudas cor de pistache, música dançante argelina.

Poucos restaurantes de Dubai oferecem um pedigree tão impressionante. O restaurante é uma criação de Mourad Mazouz, o homem por trás de pontos badalados londrinos como o Momo e Sketch. (Estrangeiros não podem ser proprietários de negócios em Dubai, mas Mazouz, um argelino - o "Momo" no nome - foi contratado para criar o conceito e administrar o restaurante.) E com estilo radiando de cada canto, a pergunta surge naturalmente: a cozinha está à altura da decoração?

As azeitonas vermelhas, marinadas em patê de tomate e azeite de oliva, foram imediatamente devoradas por minha amiga Yasmin, uma marchande nascida na Síria e criada em Dubai. Eu considerei isso um forte endosso. Nossos aperitivos, entretanto, provaram alternar sucessos e fracassos. A salada chamada mechouia (20 dirhans) daqui era uma pasta com pedaços grossos feita de tomates levemente grelhados e pimentas, mas causando indiferença na língua. Melhor foi a zalouk (22 dirhans), uma pasta semelhante à base de berinjela, muito mais saborosa e de encher a boca.

A melhor medição de um restaurante marroquino são seus tagines, os complexos ensopados que frequentemente misturam todos os ingredientes presentes na pia da cozinha, de carnes e frutas a molhos. Nós escolhemos uma versão bem simples - cafta com ovo (65 dirhans) - que atingiu perfeitamente o alvo. O cafta era levemente condimentado e complementado perfeitamente pela cobertura suave de ovo e molho de tomate espesso.

Mas nosso cuscuz Almaz (75 dirhans) foi uma decepção. A linguiça merguez que o acompanhava, que pretendia ser condimentada e suculenta, era seca e dura. Os pedaços de cabrito grelhado lembravam uma borracha marinada. Felizmente, o chá de hortelã (25 dirhans) e os doces de pistache-mel-amêndoa (10 dirhans) que arremataram nossa refeição teriam agradado em Marrakech.

No geral, nosso jantar pareceu um ziguezague entre pratos bons e medíocres. Mesmo assim, se você conseguir se esquivar das armadilhas, é possível ter uma refeição satisfatória e cheia de estilo.


Tamara Abdul Hadi/NYT

No sensual restaurante marroquino Almaz by Momo, decorado com lanternas bojudas laranjas, é possível escolher entre pratos bons e medíocres


Persa clássica e cozinha levantina

Estilo estava em falta no Shabestan no Radisson SAS Hotel (Dubai Diera Creek; 971-4-222-7171;www.deiracreek.dubai.radissonsas.com). Neste restaurante persa de luxo, uma trilha sonora de pop com sintetizadores dos anos 80 era rivalizada em breguice apenas pelos tapetes berrantes estilo anos 70.

Ainda assim, a decoração desestimulante não dissuadia os clientes - empresários sul-africanos, famílias abastadas de língua árabe - de saborearem o baghalah polo-ba-mahichech (perna de cabrito assada com fava e condimentos; 109 dirhans) e kebabs de carne marinados em vários iogurtes.

A culinária persa clássica é célebre por sua mistura de carnes com frutas como pêssegos, cerejas e limas, de forma que pedi um fesenjan-ba-morgh - frango com molho de romã (95 dirhans) - e matei o pão chato quente enquanto aguardava.

Quando o caldeirão chegou, a mistura roxa espessa e em pedaços tinha uma consistência que mais lembrava um cimento quente do que um ensopado. Mas o sabor era excelente. A carne era suculenta, como se tivesse sido assada por horas, e o molho de romã apresentava uma rica mistura agridoce. Uma porção de arroz basmati de grãos longos - com um exterior altamente crocante que os iranianos apreciam - fornecia a base.

Mais surpreendente, entretanto, foi o prato final, que provou que a distância entre Oriente e Ocidente pode ser medida por um fio de macarrão.

Segundo o método italiano, os ocidentais fervem o vermicelli, o cobrem com molho e o servem como prato principal quente. Mas a coda da minha refeição, o faloodeh (45 dirhans), vira de cabeça para baixo esta prática ocidental.

Esta massa a la Pérsia foi congelada e moldada em uma esfera. Cerimoniosamente, o garçom pegou dois pequenos jarros e despejou seu conteúdo - água de rosa e sumo de limão - na massa. O resultado foi um rápido ataque em múltiplos níveis: um choque cítrico frio e agudo amenizado pela água de rosa adocicada e então suavizada pelo espaguete picado. Eu comecei a planejar uma viagem para Teerã.

"Você está prestes a desfrutar da culinária levantina autenticamente única", anunciava o cardápio do Mezza House (Cidade Velha, Yansoun 9; 971-4-420-5444; www.mezzahouse.com), um novo restaurante chique próximo do quase concluído Burj Dubai, que seus empreendedores alegam já ser o prédio mais alto do mundo. "Nossas especialidades incluem tudo das cozinhas libanesa, palestina, síria e jordaniana."

Um amante da cozinha levantina, eu estava ávido como uma criança no Natal. Minha empolgação aumentou quando soube que o chef era de Aleppo, Síria, um dos meus lugares favoritos. Uma brisa quente soprou pelas janelas. Era um dia perfeito no Golfo Pérsico.

Até tentar fazer o pedido. Não, eles não tinham kebabs com molho de cereja, minha especialidade favorita de Aleppo. ("É muito difícil obter cerejas frescas em Dubai", disse Nasser Zuhour, o proprietário de origem palestina, pedindo desculpas.)

Não, eu não poderia pedir um mansaf petit, um prato palestino-jordaniano envolvendo perna de cabrito assada lentamente sobre uma cama de arroz. ("É preciso pedir com antecedência. É para quatro pessoas.")

E não, não havia vinho sírio ou libanês (as licenças para álcool são normalmente concedidas apenas a hotéis e shopping centers).

Eu podia ouvir o terço árabe de Zuhour clicando entre seus dedos. Educadamente, ele sugeriu que ele mesmo decidiria o que eu deveria provar.

Primeiro veio o fatuche (25 dirhans), uma salada de pepino picado, alface, tomate e pedaços de pão torrado. Um tempero a vinagrete acrescentava uma acidez agradável, enquanto sementes de gergelim e sementes de romã lhe davam doçura. Fresco e levemente picante, ele proporcionava um contraste perfeito ao clima quente de Dubai.

Ele foi seguido por um mezze (45 dirhans) contendo, entre outros itens, homus, que sempre considerei tão sem graça quanto terra. Não desta vez. Batido até uma suavidade impressionante, ele veio com azeite de oliva e iogurte suficiente para acrescentar tanto estímulo quanto vigor.

O prato também incluía outro item levantino quintessencial: o quibe. Feito de carne de cabrito moída em um pilão (ou simplesmente em um processador), o quibe pode sair tão sublime quanto um tartare ou vil quanto carne de hambúrguer crua. Como Tess Mallos escreve em "The Complete Middle East Cookbook", uma das minhas bíblias gastronômicas, "a excelência de uma cozinheira árabe é medida por seu quibe". Este é o momento da verdade.

Dois pratos foram colocados diante de mim. O primeiro continha um quibe puro que era totalmente aveludado e robusto ao mesmo tempo - perfeito. O segundo continha um quibe misturado a condimentos e pedaços de pimenta vermelha. Ele provou ser levemente ardido, com sabor profundo e ainda rico. Aprovado.

O único passo em falso foi um musakhan (50 dirhans), um prato estilo palestino seco e sem inspiração de frango assado sobre pão fino e crocante coberto com cebolas caramelizadas e salsa. Mas um café turco (15 dirhans), como uma onda de piche doce e saboroso sobre a língua, varreu a lembrança e ofereceu um encerramento revigorante.


Tamara Abdul Hadi/NYT

Em meio à fumaça do narguilé o turista pode degustar no Al Qasr um autêntico homus e outras iguarias libanesas

Milho e iguaria peshawari

Na penúltima parada, um restaurante paquistanês chamado Ravi (saindo do Satwa Circle; 971-4-331-5353), a especialidade é a carne de carneiro. Há algo no cardápio chamado "cérebro frito", mas o estudante de carne de carneiro não encontrará melhor curso intensivo do que esta cantina barata. Picado de carneiro, sopa de carneiro, masala de carneiro, curry de carneiro - está tudo ali.

"O que é um carneiro peshawari?" eu perguntei ao garçom.

"Com ossos. Como em Peshawar." Ele parecia entediado com a pergunta.

"E frango peshawari?"

"O mesmo. Como em Peshawar. Eles sempre mantêm os ossos em Peshawar."

Eles sempre mantêm os ossos em Peshawar. A frase ficou ecoando na minha mente quando pedi uma sopa de milho (7 dirhans) e um frango peshawari (15 dirhans), ciente de que isto poderia ser o mais próximo que chegaria da notória cidade paquistanesa próxima da fronteira afegã. Eu precisaria de tempo para digerir as opções de carneiro.

Ao meu redor, dezenas de homens paquistaneses - apenas homens - lotavam as mesas brancas longas ao estilo de cantina, devorando suas refeições com a mão direita. Eles vestiam uniformes de taxistas, túnicas brancas longas e barretes, ou camisas de abotoar de poliéster. As paredes brancas e as lâmpadas fluorescentes fariam uma sala de operação parecer romântica.

Mas, ahhhh, a comida. O garçom, de rosto impassível, serviu a espessa sopa de milho. Ela poderia facilmente ser uma gororoba grudenta e sem sabor, mas reunia tanto vigor quanto textura: o milho e as ervilhas eram firmes, não excessivamente cozidos.

O frango peshawari compreendia vários pedaços de carne que eram, de modo fiel à descrição, ligados por pedaços de ossos. Tudo preparado com óleo e fortes pimentas picadas. Um pequeno movimento com o garfo foi suficiente para separar a carne tenra dos ossos. Salpicada com sumo de limão fresco e enrolada em um quente e suave naan, cada nugget suculento descia suavemente como um wafer.

Para o final, eu optei pelo curry de carneiro (15 dirhans). Os pedaços eram espessos e robustos - uma carne larga, uma resposta proletária ao cabrito. O molho marrom pesado provocava uma queimação lenta e profunda. Após três minutos, meus seios nasais estavam limpos e eu estava à procura de uma nova pilha de guardanapos.

O garçom sorriu pela primeira vez.

"Como está sua comida?" ele perguntou com um sorriso de gato Cheshire. "Picante demais?"

Do lado de fora, homens vestindo camisas de manga comprida conversavam e fumavam enquanto eu esperava por um táxi. Pelo preço da viagem, eu comi desde Casablanca até o Passo de Khyber. No final, os trechos acidentados da estrada culinária foram pequenos em comparação às recompensas banhadas em iogurte, enriquecidas por condimentos e perfeitamente grelhadas.

E naquela noite seria meu encontro com a banda pop árabe e a dançarina de dança do ventre no Al Qasr. Outra noite árabe sedutora me aguardava.

Tradução: George El Khouri Andolfato

SETH SHERWOOD
New York Times Syndicate

Mandela comemora 91 anos com bolo na África do Sul e show em Nova York

O ex-presidente sul-africano e lider histórico anti-apartheid Nelson Mandela celebrou seu 91º aniversário neste sábado (18) em Johannesburgo.

 

Além da comemoração em família, Mandela será homenageado com um show no Radio City Music Hall, em Nova York, com participação de Aretha Franklin, Stevie Wonder e Carla Bruni, entre outros.

 

O acontecimento encerrará uma semana de celebrações do 91º aniversário de Nelson Mandela. O 90º aniversário de Mandela foi celebrado em Londres.

 

 


Foto: AP
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela sopra as velas de seu bolo de aniversário neste sábado (18), ao lado de sua mulher, Graça Machel, em Johannesburgo. Ele completou 91 anos. A data será comemorada com um show musical em Nova York. (Foto: AP)

A campanha de coleta de fundos leva o número 46664, que era o de sua inscrição nas prisões africanas, nas quais passou 27 anos, antes de converter-se no primeiro presidente negro da África do Sul, país que governou de 1994 a 1999.


G1, Da AFP, em Nova York



Quisera ter
A coragem de dizer
Que é bem grande o meu amor

Mas não sei o que acontece
Minha voz desaparece
Quando a teu lado estou

Eu procuro ir disfarçando
É sorrindo ou cantando
Mas por dentro eu estou
Chorando..

Nem mesmo o céu
Que a todos faz sonhar
Não consegue me inspirar

Eu só sei que estou sofrendo
Pouco a pouco vou morrendo
Só por não saber falar

E sozinha eu te chamo
Bem baixinho eu reclamo
Que vontade de dizer

Te amo...


Música: Te amo
Letra: José Augusto
Interprete: Wanderléia