Aprenda Inglês: Empresa lança programa de intercâmbio em Dubai

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SÃO PAULO – A operadora de viagens Intercâmbio e Cia., de São Paulo, lançou há duas semanas um novo destino para os brasileiros que sonham aprender inglês fora do país: Dubai. "É um lugar que está em alta e sendo muito procurado como destino turístico", disse a gerente de atendimento da empresa, Veridiana Cruz, que desde o lançamento do pacote já atendeu mais de 100 pessoas interessadas.

A empresa brasileira, que é especializada em intercâmbio cultural, fechou uma parceria com a escola inglesa International House Dubai, que oferece diferentes tipos de cursos, nove salas de aulas equipadas, biblioteca, cantina e acesso à internet. "A escola é muito conceituada. É uma das melhores escolas da Inglaterra, que tem unidades em diversos países", disse Veridiana.

De acordo com ela, o pacote tem duração de seis semanas e as aulas são de domingo, terça e quinta-feira, com duas horas de aula por dia. "O estudante pode passear e estudar, unir as duas coisas", acrescentou a gerente. O pacote pode ser fechado por um único estudante ou por um grupo de profissionais da mesma área.

Apenas o curso de seis semanas custa US$ 1.090, ou R$ 2.630 (no câmbio atual). Segundo Veridiana, a Intercâmbio e Cia. oferece acomodações em hotéis de classe econômica, que pode ser cotado com a própria empresa. "O estudante pode ficar hospedado em outros lugares também, como na casa de amigos ou parentes", disse.

Para obter o visto o estudante deverá entrar em contato com um hotel nos Emirados Árabes e fazer a reserva, informando a data da chegada, o número do voo além de providenciar cópias das primeiras páginas do passaporte, que deverá ter validade mínima de três meses. No caso em que o estudante for ficar na casa de amigos ou parentes, os mesmos poderão providenciar o visto.
 
A expectativa da operadora é começar a embarcar estudantes para Dubai em julho, período de férias no Brasil. "A procura pelos estudantes (por esse pacote) já nos deixa bem satisfeitos", disse Veridiana.

De acordo com ela, Dubai é uma região muito rica culturalmente e oferece diversas atividades de lazer. Para quem gosta de esportes aquáticos, o emirado oferece diversas modalidades na águas do Golfo, grandes gramados para praticar o golfe, safári no deserto, assistir corridas de camelos e até esquiar em neve artificial. À noite, Dubai também oferece diversas opções de entretenimento, como dança do ventre, karaokê, salsa, entre outras festas badaladas.

As temperaturas do emirado variam de 10 graus Celsius, nas noites de inverno, a 48 graus Celsius no alto verão. A média diária máxima é de 24 graus Celsius e 41 graus Celsius no mês de julho.

Mais de 25 países

A Intercâmbio e Cia., fundada há três anos, oferece pacotes em mais de 25 países para estudantes e profissionais interessados em aprender ou aprimorar conhecimento nos idiomas inglês, espanhol, mandarim e francês. Em quase todos os pacotes é possível ficar hospedado em casa de família e conviver com os costumes locais. "Só em Dubai que ainda não temos essa opção, pois o choque cultural é muito grande, mas quem sabe teremos no futuro", disse Veridiana.

Segundo ela, o destino mais procurado pelos estudantes é a Nova Zelândia, devido o câmbio baixo, a facilidade para entrar no país e a segurança que ele oferece. Canadá e Cape Town, na África do Sul, também estão entre os mais procurados. A operadora oferece cursos e pacotes o ano todo.
 

Vale disputa projeto bilionário na Tunísia

Túnis - A Companhia Vale do Rio Doce está na disputa para a exploração e produção de fosfato na Tunísia, país que é grande produtor do insumo utilizado na indústria de fertilizantes. Se ganhar o contrato, a empresa vai assumir um projeto cujo valor é estimado entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões. A informação foi dada nesta quinta-feira (29) pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, durante seminário para empresários, em Túnis, terceira etapa da missão empresarial ao Norte da África organizada pelo ministério.

A mina disputada pela Vale e outras companhias é uma das maiores do mundo, segundo o ministro. Ele acrescentou que, caso saia vitoriosa, a empresa assumirá o compromisso de exportar tudo o que for produzido para o Brasil, que tem grande demanda por fertilizantes importados.

Jorge disse que a companhia se compromete também a transferir toda a tecnologia de exploração e produção para o país árabe. "Nós não podemos aceitar mais, como países emergentes, projetos de 'caixa preta'", afirmou, em entrevista coletiva. "Temos que procurar uma relação mais produtiva entre os países. Cooperação é isso", declarou. Todas as nações do Norte da África buscam atrair empresas que incluam a transferência de know-how.

O ministro acrescentou que a empresa pretende viabilizar o negócio com recursos próprios, sendo que podem ser gerados entre 18 mil e 20 mil empregos no país. A Vale, segundo Jorge, se comprometeu ainda a não importar mão-de-obra do Brasil. "O Brasil é um grande importador de fosfato, então esse projeto é de grande interesse também para o governo brasileiro", declarou.

De manhã cedo, Jorge teve uma reunião com o primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ganoucchi, e entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, endereçada ao seu colega tunisiano, Zine El Abdine Ben Ali, que faz menção ao assunto.

Parceria

No seminário, o ministro brasileiro fez uma apresentação sobre a economia brasileira, dizendo, por exemplo, que os investimentos dos segmentos mais dinâmicos do país devem crescer 15% ao ano. Aos jornalistas tunisianos, ele ressaltou que há uma determinação expressa do presidente Lula de ampliar as relações comerciais com os países árabes e da África. Jorge vê também possibilidade de transferência de tecnologia para a Tunísia nas áreas de agricultura e produção de alimentos em geral.

"Espero que nos engajemos nessa parceria de ganhar e ganhar", disse o presidente da União Tunisiana da Indústria, Comércio e Artesanato (Utica), Hedi Djalani, aos empresários brasileiros e tunisianos.

O ministro da Indústria e Comércio da Tunísia, Afif Chelbi, disse que o tamanho da delegação brasileira "demonstra o interesse nessa parceria". Ele acrescentou que, por conta da política de atração de investimentos externos, estão instaladas no país cerca de 2 mil indústrias estrangeiras, que gozam de incentivos fiscais de acordos de comércio mantidos com a União Européia e outros blocos econômicos. A delegação do Brasil conta com mais de 100 integrantes, com 92 empresas representadas.

O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Schahin, destacou que a entidade tem desenvolvido uma série de atividades para promover as relações com a Tunísia. Além do comércio, já foram realizados eventos binacionais nas áreas de cultura, saúde, esporte e turismo.
Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA

Schahin, da Câmara Árabe, destacou as atividades da entidade na Tunísia



Na seara do comércio, ele citou um acordo de cooperação ente a Câmara e a Utica; outro entre a Agência Brasileira de promoção das Exportações e Investimentos (Apex) e sua contraparte tunisiana, o Cepex; mais um entre a Associação Brasileira da Indústria de Componentes para Couro e Calçados (Assintecal) e sua correspondente na Tunísia; a realização de missões empresariais e participação de empresários tunisianos em feiras no Brasil; além da criação do Conselho Empresarial Brasil-Tunísia, que terá sua quinta reunião este ano, no Brasil. "Nós convidamos todos os empresários para participar desse evento para ampliar nosso relacionamento", afirmou.

Nesta sexta-feira, a delegação brasileira estará em Casablanca, no Marrocos, última etapa da viagem.
 

Polícia nigeriana salva 17 jovens de tráfico de seres humanos

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Lagos - A policia de Lagos salvou 17 jovens, com idades entre 9 e 20 anos, originários de Benin e do Togo, de um presumível tráfico de seres humanos e detiveram dois suspeitos, anunciou sexta-feira (16) o porta-voz da policia nigeriana.

"Agimos com base em denúncias e interceptamos um autocarro levando as vítimas, principalmente de cidadãos do Benin e do Togo, ontem", na fronteira benino-nigeriano de Seme (sudeste ), disse Franck Mba.

Segundo o porta-voz, dois suspeitos foram detidos e confessaram que as vítimas deviam ser conduzidas para uma propriedade no Estado de Oyo (sudeste) para " trabalharem numa fazenda".

O tráfico de crianças é punido na Nigéria por uma pena que pode ir até 10 anos de prisão. O tráfico é comum na África do Oeste onde as pequenas vítimas estão destinadas a trabalhar nas minas e plantações. Outras são submetidas à prostituição ou mesmo torturadas ou sacrificadas em cerimónias rituais. As informações são da Angop.
 
Fonte: África 21 (17/01/2009)

My Arabic Heart - Destaque na revista CPFL & Você













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Obama decreta fim da prisão de Guantánamo em um ano

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira, 22, em seu segundo dia de governo, um decreto que estabelece o fechamento da prisão de Guantánamo em um ano. O novo chefe de Estado também assinou outras duas ordens executivas que proíbem a tortura e os maus-tratos nos interrogatórios e o encarceramento de presos. Criada durante o governo George W. Bush em 2002, Guantánamo, localizada em uma base naval em Cuba, era usada para prender suspeitos de terrorismo do mundo todo sem uma acusação formal.

O presidente afirmou que com estas ordens "os Estados Unidos têm como intenção prosseguir a luta atual contra o terrorismo de maneira vigilante, efetiva e de acordo com seus valores e seus ideais". "Estamos decididos a vencer esta luta, e vencê-la em nossos termos", explicou.

O fechamento da prisão militar, muito criticada por denúncias de tortura de presos, era uma das principais promessas de campanha de Obama. Segundo o jornal The New York Times, a medida executiva deve enviar ainda ordens diretas para que a Agência Central de Inteligência (CIA) feche todas as prisões secretas dos EUA.

A ação, um dos primeiros passos para desmontar as políticas prisionais de Bush, deve reescrever as leis americanas para prisão de suspeitos de terrorismo. Ela pede a revisão imediata dos processos dos 248 presos mantidos na base naval em Cuba, e determinará se eles serão transferidos, libertados ou julgados.

Um rascunho da ordem de Obama foi obtido na quarta-feira pela agência de notícias Associated Press, e tratava das questões levantadas pelas detenções na prisão militar. O texto dizia que o fechamento de Guantánamo "aumentaria a segurança nacional e os interesses da polícia externa dos Estados Unidos e da justiça."

Na quarta-feira, após uma solicitação de Obama, juízes responsáveis por julgamentos militares na base confirmaram a suspensão por 120 dias das audiências dos processos contra seis réus mantidos na prisão - cinco deles acusados de envolvimento nos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. Segundo a BBC, os processos legais no campo de prisioneiros têm sido muito criticados porque os militares americanos estariam atuando ao mesmo tempo como carcereiros, juízes e jurados.

Considerada um símbolo de abuso dos direitos humanos, a prisão de Guantánamo desgastou a imagem dos EUA no mundo. A principal crítica aos julgamentos das comissões militares para os presos de Guantánamo era a possibilidade de serem aceitas provas ou confissões obtidas por coerção, por meio dos chamados "métodos aprimorados de interrogatório", considerados tortura por muitos e defendido pelo governo Bush.

Destino dos presos

Após o fechamento da prisão, o novo governo deverá decidir para onde os presos serão mandados. Na quarta-feira, a Suíça anunciou que considerava receber esses detentos se isso ajudasse no fechamento de Guantánamo.

Em nota, o governo suíço disse que a detenção de pessoas em Guantánamo está em conflito com as leis internacionais e que os suíços estão prontos para contribuir com a solução do problema no local. O porta-voz do Conselho Federal (Executivo), Oswald Sigg, deixou claro, no entanto, que as decisões de acolher ou não cada detido serão tomadas após análises "detalhadas e minuciosas" de cada caso.

Também na quarta-feira, o comissário de Justiça da União Europeia (UE), Jacques Barrot, elogiou as ações de Obama para o fim da prisão. "Eu estou feliz com o fato de que um dos primeiros atos do presidente Obama foi virar a página neste triste episódio da prisão de Guantánamo", disse Barrot em comunicado.

"Para mim é um símbolo muito forte. Em um Estado legítimo todos devem ter o direito à defesa", acrescentou. O comissário da UE apontou que agora os prisioneiros de Guantánamo devem ter direito a todos os procedimentos legais, para que se saiba a verdade sobre suas ações. Para Barrot, lutar contra o terrorismo "deve ser uma prioridade para os Estados Unidos e a Europa, mas com total respeito aos direitos humanos."

Ainda nesta quinta-feira, Obama deve visitar o Departamento de Estado, para se encontrar com a nova chefe do departamento, Hillary Clinton, e seus principais conselheiros de segurança nacional.

Fonte: estadao.com.br
Saiba mais sobre a base naval americana de Guantánamo

Liberdade nos Céus: Cada vez mais as mulheres árabes se candidatam a postos de comissárias de bordo

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Aeromoças participam de cerimônia de graduação em Abu Dhabi, em setembro de 2007 (Foto: Tamara Abdul Hadi/The New York Times)

Marwa Abdel Aziz Fathi ria consigo mesma enquanto olhava para seu broche em forma de asa no bolso esquerdo de seu uniforme cinza, depois para o salão, para as dezenas de comissárias de bordo da Etihad Airways, que conversavam e comiam canapés ao redor dela.

Era o dia de formatura na Academia de Treinamento da Etihad, onde a companhia aérea nacional dos Emirados Árabes opera um curso de treinamento de sete semanas para novas comissárias de bordo. No andar abaixo ficam as salas de aulas cavernosas onde Fathi e outras alunas praticaram o planejamento de serviço de bordo em aviões de mentira em tamanho real, e treinaram na piscina onde aprendem como evacuar passageiros em caso de pouso na água.

Além de seu visível orgulho, Fathi, uma egípcia de 22 anos, estava encantada por estar ali.

"Nunca em toda minha vida pensei que fosse trabalhar no exterior", disse Fathi, que era estudante universitária no Cairo quando começou a observar anúncios de jornal recrutando jovens egípcias para trabalhar em companhias aéreas baseadas no Golfo Pérsico. "Minha família pensou que eu fosse louca. Mas algumas famílias por aí nem permitem essa empreitada."

Há uma década, mulheres árabes solteiras como Fathi, que trabalham fora de seu país, eram raras. Mas, assim como rapazes de países árabes pobres correram para os estados do Golfo Pérsico ricos em petróleo em busca de trabalho, mais mulheres estão fazendo o mesmo, afirmam sociólogos, apesar de não haver nenhuma estatística oficial de quantas são.

Comissárias de bordo se tornaram o rosto da nova mobilidade para algumas jovens mulheres árabes, assim como uma questão de ansiedade social e fascinação.

O dormitório das comissárias da Etihad aqui se parece muito com os blocos de escritório estilo década de 1970, presentes em abundância na cidade. Porém, há três seguranças no térreo, um livro para registro de entradas e regras rígidas em relação a visitantes do sexo oposto. As comissárias são rotineiramente alertadas para considerar a reputação da Etihad. Aquelas que tentam trazer um homem escondido para uma das suítes de dois quartos, simploriamente mobiliadas e compartilhadas pelas mulheres, podem ser expulsas, até deportadas. 

 

Duas recém-graduadas aeromoças marroquinas na academia da empresa Etihad, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, em setembro de 2007 (Foto: Tamara Abdul Hadi/The New York Times)

No meio de um revival islâmico em todo o mundo árabe, liderado em grande parte pelos jovens, estados do golfo como Abu Dhabi – que oferece liberdades e oportunidades quase inimagináveis em outros lugares do Oriente Médio – se tornaram um lugar improvável de refúgio para algumas jovens árabes. Muitas afirmam que a experiência de viver de forma independente e trabalhar duro por salários mais altos mudou para sempre suas ambições e sua confiança, apesar disso também poder levar a um doloroso sentimento de alienação de seus países e famílias.

A praticamente qualquer hora do dia ou da noite, há dezenas de jovens com maletas de rodinhas idênticas esperando no lobby do dormitório para serem levadas para trabalhar em algum vôo da Etihad.

Elas usam chapeuzinhos elegantes com leves lenços que sugerem uma hijab, a cobertura para a cabeça usada por muitas mulheres muçulmanas. Como colegiais em época de provas, todas reclamam graciosamente sobre terem dormido pouco.

Há algumas exclamações de parabéns e pena quando as mulheres se inteiram sobre os vôos escalados para as amigas. Rotas longas para lugares como Toronto e Sydney – onde as pausas podem durar muitos dias, os hotéis são confortáveis e o dinheiro dado por dia pela companhia aérea para cobrir despesas com alimentação e itens de primeira necessidade é generoso – são cobiçadas. 

 

Já vôos curtos para lugares como Khartoum, Sudão, são temidos: mais de quatro horas de trabalho seguidas de abastecimento, uma nova entrada de passageiros, um exaustivo vôo noturno de volta para Abu Dhabi, e, finalmente, o transporte de ônibus de volta para a torre do dormitório, com seus guardas vigilantes.

Apesar do número crescente de mulheres que se mudam para países do Golfo, os padrões de migração de mão-de-obra dos últimos 20 anos deixaram os Emirados com uma razão homem/mulher mais distorcida do que qualquer lugar do mundo; na faixa etária de 15 a 64 anos, existem mais de 2,7 homens para cada mulher.

As comissárias de bordo da Etihad são um acessório tão popular à cena do bar do modesto hotel de Abu Dhabi que a presença delas é motivada por freqüentes noites "ladies free" e descontos exclusivos para comissários de bordo. É quase impossível para uma mulher sem véu de 20 e poucos anos ir a um shopping ou mercado em Abu Dhabi sem ser perguntada regularmente, por estranhos sorridentes, se ela é aeromoça.

Apesar das aparências, explicou uma comissária egípcia – que pediu para não ser identificada, pois não foi autorizada pela Etihad a falar com a imprensa –, sexo e namoro são temas bastante tensos para a maioria das jovens árabes que vêm trabalhar nos Emirados.

Algumas moças lidam com sua nova vida longe de casa se tornando quase como freiras, recatadas e muçulmanas praticantes, ela disse, enquanto outras rapidamente se encontram nos braços de homens inadequados. "Em relação às garotas árabes que vêm trabalhar aqui, você tem dois tipos", explicou a egípcia. "Ou elas são bem fechadas e assustadas e não fazem nada, ou não estão pensando muito em voar – só estão aqui para terem sua liberdade. Essas são realmente indisciplinadas e loucas."

Rania Abou Youssef, 26 anos, comissária de bordo da companhia Emirates, baseada em Dubai, contou que quando foi para casa em Alexandria, no Egito, suas primas mulheres a trataram como uma heroína. "Faço isso há quatro anos, mas elas sempre perguntam para onde eu fui, como foi e onde estão as fotos", ela disse.

Muitas das jovens árabes que trabalham no Golfo Pérsico adoram sua posição de pioneiras, modelos, exemplos para amigos e parentes mais jovens. Moças que cresceram em uma cultura que coloca muito valor na comunidade, elas aprenderam a se enxergarem como indivíduos.

Para muitas famílias, permitir que uma filha trabalhe, ou até que ela viaje para o exterior desacompanhada, pode abrir espaço para o questionamento de sua virtude e ameaçar suas perspectivas de casamento. Ainda assim, essa cultura está mudando, disse Musa Shteiwi, socióloga da Jordan University em Amman, Jordânia. "Estamos observando mais e mais mulheres solteiras indo para o Golfo ultimamente", ela disse. "Não é exatamente comum, mas nos últimos quatro ou cinco anos isso tem sido um fenômeno observável."

O desemprego por todo o mundo árabe continua alto. À medida que as redes de árabes expatriados nos países do golfo se tornam mais fortes e à medida que o celular e o crescente acesso à internet tornaram a comunicação internacional mais barata, algumas famílias têm estado mais confortáveis com a idéia de permitir que suas filhas trabalhem no exterior. 

 

Rania Abou Youssef, de 26 anos, aeromoça egípcia, se arruma em sua casa em Dubai, em setembro deste ano (Foto: Tamara Abdul Hadi/The New York Times)

Alguns empregadores do Golfo afirmam direcionar o recrutamento para mulheres com valores familiares árabes em mente – ao contratar grupos de mulheres de uma cidade ou região específica, por exemplo, para que as mulheres possam apoiar umas às outras uma vez no Golfo. "Muitas garotas fazem isso hoje porque tem a reputação de ser seguro", disse Enas Hassan, comissária de bordo iraquiana da Emirates. "As famílias têm a sensação de segurança. Elas sabem que se suas garotas começam a voar não vão ser jogadas no mundo selvagem sem proteção."

Ainda assim, nem todos conseguem viver bem nos Emirados, conta a jovem comissária. Até a paisagem – blocos e mais blocos estéreis de hotéis e prédios de escritórios com pequenas lojas e restaurantes para entrega no andar de baixo – pode contribuir para um sentimento de "peixe fora d'água".

Algumas jovens mulheres contam histórias de colegas comissárias que simplesmente entraram escondidas em vôos para seus países de origem e fugiram, sem avisar à companhia aérea.

As comissárias árabes de maior sucesso, contam elas, são geralmente aquelas cujas circunstâncias já as colocaram de alguma forma à margem de suas sociedades originais: jovens imigrantes árabes que sustentam a família após a morte do chefe da casa, por exemplo, e algumas jovens viúvas e mulheres divorciadas que no final acabam sendo autorizadas a trabalhar no exterior depois que suas perspectivas de casamento diminuem.

Muito mais que outros trabalhos no Golfo, ser comissária de bordo torna difícil para as muçulmanas cumprirem suas obrigações religiosas, como rezar cinco vezes ao dia e jejuar durante o Ramadan, observou a aeromoça egípcia. Ela espera usar uma hijab no futuro, "mas não agora". Um sentimento de desconexão de sua religião pode se acrescentar aos sentimentos de alienação das comunidades muçulmanas conservadoras de casa. Moças cujo trabalho no Golfo sustenta uma família grande geralmente descobrem, para sua surpresa e decepção, que o trabalho as tornou inadequadas para a vida dentro daquela família.

"Uma grande amiga minha, da Síria, decidiu deixar a companhia aérea e voltar para casa", contou a comissária egípcia. "Mas ela não consegue mais tolerar viver na mesma casa que a família. Os pais dela adoram o irmão e o colocam em primeiro lugar, e ela nunca pode sair de casa sozinha, mesmo se for só para tomar um café."

"Fica muito difícil para nós voltar para casa novamente", ela disse.

Por: Katherine Zoepf Do 'New York Times'
Fonte: G1 - 27/12/2008

Entrevista: Há 22 anos no Oriente Médio, entre idas e vindas ao Brasil, técnico do Al Raed fala sobre a vida no mundo dos Xeques e o intercâmbio de jogadores

Luis Antônio Zaluar, o mais árabe dos treinadores brasileiros
 

Mudar de vida, de rotina, e ter que se adaptar a uma cultura totalmente diferente da que se está acostumado. Essa aventura, que em muitos causa medo, estranhamento, já virou normal para um treinador de futebol brasileiro. Luis Antônio Zaluar, comandante do Al Raed, da cidade de Buraydah, na Arábia Saudita, vive há 22 anos no país, entre algumas idas e vindas ao Brasil.

Já acostumado ao idioma e aos costumes locais, Zaluar consegue uma verdadeira façanha: realizar as preleções em árabe. Fazendo tal trabalho, o treinador funciona como uma espécie de tradutor aos brasileiros que lá chegam.

Apesar de já ter trabalhado no Rio de Janeiro (vice-campeão Carioca com o Americano em 2002), em São Paulo, em Fortaleza (bi-campeão Cearense com o Fortaleza), no Joinville-SC e no Paysandu, Zaluar não é tão conhecido no Brasil. Para o treinador, a ida para o mundo dos Xeques é importante buscar estabilidade financeira, já que no Brasil não há trabalho para todo mundo.

Por telefone, Luis Antônio Zaluar conversou sobre esses e outros assuntos, na entrevista que você confere abaixo.

GLOBOESPORTE.COM - Como é trabalhar em um país com a cultura tão diferente da do Brasil e de onde vem a necessidade de se buscar uma nova vida em lugares tão distantes?

Luis Antônio Zaluar - Eu estou aqui desde 1987, entre diversas idas ao Brasil, então eu já estou bem adaptado. Lembro que há 22 anos, os campos não eram nem de grama ainda, eram de terra. Não tinha comunicação em geral, o que deixava a vida muito difícil, mas agora o mundo árabe já está mais maleável para se viver. A internet aproximou a gente do Brasil, da família, temos mais divertimentos. Mas realmente é conviver com um mundo totalmente diferente. O Brasil, infelizmente, vive uma crise constante. Então temos que vir para cá para capitalizar. A gente abre mão da vida particular para ter o reconhecimento financeiro que gostaríamos no Brasil.

Você consegue se comunicar em árabe fluentemente. Como foi o seu aprendizado da língua e como o povo corresponde a isso? 

 

Zaluar ao lado de um representante do Al Raed

- Eu cheguei aqui falando só inglês, agora falo árabe fluente. Mas isso foi fruto não de ter estudado, foi necessidade. Com o aprendizado, eu agora dou até preleção em árabe. Aqui eu sou reconhecido como um brasileiro, o que é uma grande responsabilidade. Carregamos cinco estrelas no peito e chegar aqui falando a língua deles é um prestígio muito bacana. Eles veem de forma muito positiva, fazem elogios, ficam surpresos. Mas já passei certa dificuldade, quando cheguei a morar mais de 11 meses em uma cidade sem falar português com ninguém.

 A ida de outros brasileiros para o país, facilita a convivência? Como você vê esse grande fluxo dos nossos jogadores para o Oriente Médio?

- Esse intercâmbio, essa troca de experiências é salutar, porque enriquece o futebol do Oriente Médio. Aqui, a escola brasileira sempre vai ter espaço. A característica dos árabes é muito parecida com a dos brasileiros. Ele são habilidosos, começam a jogar desde cedo na rua. Agora chegou o segundo brasileiro no Al Raed, o Felipe Campos, que foi do Flamengo e isso facilita a adaptação. Mas infelizmente o jogador brasileiro se queimou muito. Vem muita gente despreparada e o árabe não é mais bobo.

Você vê paixão do árabe pelo futebol, ou promover o esporte nessa região é apenas uma vontade dos Xeques?

- Tem paixão. Apesar de alguns jogadores serem apenas semi-profissionais, a maioria ou estuda ou tem algum trabalho além do futebol, poucos países do mundo árabe veem o futebol com tanta paixão como a Arábia Saudita. O país já participou de quatro Copas, então eles são muito fanáticos. Nossa média de publico é de mil pessoas no coletivo. No último confronto entre times de médio porte tivemos quase 10 mil presentes.

Você pensa em voltar a trabalhar no Brasil?

- Como eu disse anteriormente, no Brasil a gente não tem a oportunidade que merece. Mesmo assim, penso muito em voltar a trabalhar perto da minha família. O mundo árabe te esconde do resto. Muita gente pensa que só porque se está aqui, se tem menos trabalho e é exatamente o contrário, porque temos que ensinar muito mais. Eu tenho contrato até o final de abril. Nosso último jogo é em 12 de abril, mas se a gente se fixar entre os oito primeiros, jogamos a Copa do Rei. Mas eu não quero prolongar muito minha vida aqui.

Em agosto de 2007, você deu uma entrevista para o GLOBOESPORTE.COM falando sobre a temperatura, que no verão é muito quente e no inverno muito frio. Você já se acostumou a esse problema?


- Já estou acostumado, mas agora está muito frio. No último jogo deu menos cinco graus. A cidade de Buraydah é bem no interior, então no deserto é muito quente ou muito frio. Vamos para os treinos parecendo uns bonecos. Alguns jogadores colocam até plástico dentro da chuteira se não o pé fica dormente na hora de chutar. Mas daqui a dois meses já vamos estar com uns 45, 50 graus.

Fonte: GLOBOESPORTE.COM 22/01/2009

 

Itália: Centro de Imigrantes está superlotado na Ilha de Lampedusa

LAMPEDUSA, 20 JAN (ANSA) - O centro de imigrantes ilegais da ilha siciliana de Lampedusa, na Itália, está à beira do colapso após a chegada de novos imigrantes na madrugada desta terça-feira, segundo informaram fontes locais.
    Atualmente estão no centro mais de 1800 pessoas, apesar de sua capacidade máxima ser de 800. Muitas pessoas passaram a última noite ao ar livre por falta de camas. Nesta terça-feira, foi realizado um protesto para sensibilizar a opinião pública sobre a situação enfrentada na ilha.
    A superlotação se intensificou após o recente endurecimento da posição do Ministério do Interior, que determinou que os imigrantes não serão mais transportados de Lampedusa para centros em outras regiões do país, mas permaneceram ali até sua repatriação.
    Para verificar a situação e buscar soluções, um grupo de especialistas do Ministério do Interior foi à ilha, que é o lugar italiano mais próximo ao continente africano, e onde mais ocorrem imigrações ilegais
    A maioria dos imigrantes presentes no centro de Lampedusa é da Tunísia, porém também há nigerianos, somalis e eritreus. Ao todo, 448 pessoas desembarcaram entre segunda-feira e ontem nas costas sicilianas, segundo informou a Guarda Costeira.
    Em uma das embarcações que ia a Lampedusa, viajavam 220 imigrantes, dos quais sete eram mulheres e 28 menores de 18 anos. Em outro barco, havia 228 pessoas sem documentos, sendo 34 mulheres e um bebê, que desembarcaram em Pozzallo, no sudeste da ilha da Sicilia. Na segunda-feira, já haviam chegado 423 pessoas a Lampedusa.
    No início deste mês o ministro italiano do Interior tinha dito esperar que em 2009 não se repitisse a "crise dos desembarques de clandestinos em Lampedusa", local que em 2008 registrou recorde de chegadas de imigrantes ilegais.
    Segundo dados do comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), mais de 67 mil imigrantes ilegais chegaram à Europa por vias marítimas em 2008, dos quais 36 mil desembarcaram na Itália, em sua maioria provenientes da Líbia.
    Por isso, a Itália e a Líbia deverão realizar um patrulhamento conjunto de toda a costa líbia a partir de fevereiro, para evitar a imigração ilegal. A maioria dos imigrantes ilegais líbios que atravessam o mar Mediterrâneo tenta entrar na Itália pela ilha.
    De acordo com o Ministério do Interior italiano, o desembarque de imigrantes clandestinos durante o ano passado foi quase 75% maior do que o registrado em 2007.
 
(ANSA) 20/01/2009 16:40
 

Dubai World firma acordo de US$ 16 bilhões na Nigéria

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O contrato com o governo nigeriano prevê a entrada da empresa árabe nos setores de petróleo e gás do país, que é o maior produtor da commodity na África.

Da redação*
São Paulo – A companhia Dubai World assinou um acordo no valor de 58,7 bilhões de dirhans (US$ 16 bilhões) com o governo da Nigéria para desenvolver a infra-estrutura dos setores de petróleo e gás natural no país africano. As informações foram divulgadas pelo site do jornal Gulf News, de Dubai.

Com uma produção de cerca de 2 milhões de barris por dia, a Nigéria é o maior produtor de petróleo da África.

A companhia de Dubai deverá operar no segmento conhecido como "upstream" das indústrias de gás e petróleo, que envolve os setores de exploração, desenvolvimento, produção e transporte para processamento.

A exploração e o processamento das reservas nigerianas de petróleo e gás serão realizadas pela Dubai Natural Resources World (DNRW), braço da Dubai World no setor de recursos naturais. Esta será a primeira iniciativa de grande porte da DNRW, que foi criada em 2005.

Oportunidade na crise

"Com a crise, as empresas petrolíferas não estão investindo tanto, o que abre espaço para a expansão de companhias [de fora do setor]", disse Kate Dourian, editora da revista Platts Middle East, especializada em energia.

Kate afirmou também que a África e a Ásia Central são áreas-chave para companhias em busca de locais para investir, e que empresas como a Dubai World, que não precisam ir ao mercado financeiro para levantar capital, têm maiores condições de investir em novas empreitadas.

Acordo

O acordo foi assinado na última quinta-feira (15) por Michael Aondoakaa, ministro da Justiça da Nigéria, e por Sultan Ahmad Bin Sulayem, presidente da Dubai World, em Abuja, capital da Nigéria.

"Este acordo histórico consolida a estratégia da Dubai World: entrar em novos setores, alavancando o know-how das diversas companhias do grupo para realizar investimentos seguros, estratégicos e de longo-prazo na área de energia e recursos naturais. A Nigéria tem muitas oportunidades para oferecer, e a parceria da Dubai World com o governo nigeriano vai ajudar a desenvolver esse enorme potencial", afirmou Bin Sulayem.

O acordo prevê também investimentos nos setores agrícola e de geração de energia elétrica.

*Tradução de Gabriel Pomerancblum

A borboleta que esvoaça em volta da chama até se queimar é mais nobre que a toupeira que vive, segura e descansada, na sua toca.
 
Khalil Gibran

Se uma mulher deseja ter um filho...

"Se uma mulher deseja ter um filho, ela deve reverenciar e fazer oferecimentos ao Bodhisattva Percebedor dos Sons do Mundo e então ela dará à luz um menino agraciado com mérito, virtude e sabedoria. E se ela deseja ter uma filha, dará à luz uma menina com os traços da beleza, que no passado plantou as raízes da virtude e é amada e respeitada por muitas pessoas".
 
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Os dois desejos referidos aqui são o desejo por um filho e o desejo por uma filha. O desejo por uma filha representa o desejo por uma recompensa secular. O desejo por um filho representa o desejo por recompensas espirituais. Da mesma forma, paz e segurança na presente existência é uma virtude pertinente ao desejo por uma filha, enquanto boas circunstâncias nas existências futuras é a virtude pertinente ao desejo por um filho.
 
O desejo por uma filha é representado pela filha do Rei Dragão e por ela ter  atingido o estado de Buda, o que comprova o princípio de que os sofrimentos do nascimento e da morte são nirvana. O desejo por um filho é representado pela iluminação de Devadatta, o que comprova o princípio de que os desejos mundanos são iluminação. Esses dois exemplos, por sua vez, confirmam o princípio de que uma pessoa pode atingir o estado de Buda na presente forma.

Nesta era em que Nitiren e seus seguidores, como praticantes do Sutra de Lótus, recitam o Nam-myoho-rengue-kyo, estão realizando tanto o desejo por um filho quanto o desejo por uma filha e assegurando tanto ao pai quanto à mãe atingir o estado de Buda.

Para o sofrimento

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Determinar além do seu estado de vida.

Além dos limites da sua mente.

Na confiança total à Lei Mística.

Guie seu objetivo através do Daimoku.

E não se condicione pelas circunstâncias da vida.

Não procure extrair conclusões lógicas baseadas nos eventos,

porque não existe nada de definitivo ou irreversível.

Considere os obstáculos e sofrimentos como grandes ocasiões.

Abrace o Gohonzon por toda a vida. Aconteça o que acontecer.

 

Daisaku Ikeda