Sauditas fazem campanha para que lingerie seja vendida por mulheres

quinta-feira, 26 de março de 2009

Foto: AP

Mulher saudita com criança de colo olha lingeries em loja em Riad, capital da Arábia Saudita, nesta quarta-feira (25). Um grupo de mulheres sauditas lançou uma campanha para que as lojas de roupa de baixo tenham vendedoras mulheres. Atualmente, só homens têm permissão para vender roupa de baixo na maioria das lojas do reino. As lojas também não têm permissão para ter provadores de roupa. Segundo as organizadoras da campanha, ter de comprar lingeries de homens é "constrangedor" para a maioria das mulheres. (Foto: AP)

quarta-feira, 25 de março de 2009


Moulares - Tunisie

Onde você estiver, não se esqueça de mim
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim

(Roberto e Erasmo)

Feira Internacional de Artesanato trás artes de países árabes e africanos, em Campinas até 29 de março

De 20 a 29 de março, Campinas irá receber, no ginásio do Guarani, artesãos de dezesseis países do mundo, dentre eles África do Sul, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Argélia, Palestina, Paquistão, Peru, Portugal, Quênia, Senegal, Síria, Tunísia, Turquia e Uganda, além de outros artistas de onze estados brasileiros. A I Feira Internacional de Artesanato e Decoração Artesanal (FEINCARTES), que já se consolidou em importantes cidades do País, como Vitória, Florianópolis, São José dos Campos e Uberlândia, irá reunir, em um espaço de dois mil m², pinturas, esculturas, artesanatos e outras peças, típicos da cultura de cada país e região, transpondo fronteiras por meio da decoração.

Serão, ao todo, oitenta e quatro estandes, que estarão abertos ao público diariamente, das 15h às 22h. O evento, devido a seu grande porte e pelo fato de ser internacional, é considerado uma grande oportunidade para a população de Campinas e região, conhecer e adquirir peças artesanais como; confecções, quadros, tapetes, bijuterias e os mais variados artigos para decoração e muito mais. além de poderem ter contato direto com a cultura das mais diversificadas culturas, é uma verdadeira viagem pelo mundo sem sair de campinas.

Peças em exposição
Dentre as peças levadas à feira, a Turquia promete apresentar, a preços bastante acessíveis, diversos objetos feitos em cristal turco, que é considerado o de maior qualidade em todo o mundo, além de luminárias e mosaicos. Já os artesãos da Indonésia irão apresentar suas esculturas típicas, com imagens de deuses e mestres, como Buda.

Representando a cultura paquistanesa, estarão expostos na feira diversos modelos de kafta, que é uma espécie de bata utilizada pelo povo do Paquistão, muito difundida pela novela "Caminho das Índias", da Rede Globo de Televisão.

O Quênia irá para a feira levando esculturas de animais típicos da Tribo Massai, como girafas e rinocerontes, todos em madeira ébano, que é naturalmente negra. Os artistas da Uganda trazem os tradicionais "batiques de Uganda", que são tecidos de seda onde são pintadas paisagens africanas, como animais da região, por exemplo.

Dentre as peças indianas presentes na FEINCARTES, destacam-se jóias, artigos de vestuário, cobertores, mantas e outros tecidos, todos a preços bastante acessíveis. Já a Tunísia destaca as peças tradicionais feitas em marfim com detalhes em ossos de camelo, além de perfumes feitos à base de um óleo típico da região, que permite uma grande absorção e durabilidade. Os peruanos mostram suas tradicionais molduras sacras, todas folhadas a ouro. Da região do Senegal, vem artigos de vestuário como bolsas, cintos e carteiras feitos em couro de anaconda, além das conhecidas máscaras africanas. Por fim, os italianos levam para a feira seus tradicionais cristais em murano.

Dentre as peças brasileiras, será exposto as lindas bolsas, bijuterias e até sandálias feitas com o "capim dourado" o artesanato típico o Cerrado do Jalapão, em Tocantins. Já o mestre capixaba Pixilô irá produzir, ao vivo durante o evento, panelas de barro, excelentes para o preparo de moquecas e outros pratos, alem de vasos e outras peças em barro. Os artesãos de Brasília (DF), apresentam na feira uma novidade ecológica, as biojóias, que são bijuterias e jóias produzidas a partir de produtos naturais, como folhas provenientes do ecossistema do cerrado da região, banhadas a ouro ou prata. 

"Há quatro anos, a FEINCARTES já é um sucesso em diversas regiões do País", explica Geraldo Guimarães, diretor da empresa Guimarães e Mathias Feiras e Eventos, responsável pela organização do evento. Ele conta que o segredo para tanto sucesso está em reunir, em um só lugar, objetos de decoração de todos os cantos do mundo. "É uma oportunidade única de encontrar tantos objetos diferentes, sem ter que visitar todos os países e as demais regiões do Brasil. Eles vêm até nós", conta Guimarães.

Além de apreciar e adquirir peças de vários países e estados diversos, os visitantes ainda terão a oportunidade de fazer, gratuitamente, diversos cursos de artesanato. Os cursos serão diários, oferecidos em dois horários, e as opções vão desde marmorizado com decoupage em madeira; craquelê e decoupage em madeira; ScrapDecor em madeira; modelagem em Biscuit, artesanato em EVA e pintura em tecido e pintura em madeira.

Serão duas turmas de aula por dia, com o limite de quinze alunos por turma. Os cursos acontecem das 16h às 18h e das 19h às 21h. As matrículas podem ser realizadas antecipadamente por telefone. Cada turma terá direito a participar do sorteio de um kit de materiais referente ao que está sendo ensinado.

O valor do ingresso para a feira é de R$ 5,00, sendo que crianças de até 12 anos, acompanhadas dos pais, e pessoas acima de 60 anos não pagam ingresso. Na entrada do evento, será oferecido o serviço de manobrista.

Serviço
I Feira Internacional de Artesanato e Decoração Artesanal (FEINCARTES) em Campinas
Data: de 20 a 29 de março de 2009
Local: Ginásio do Guarani - Avenida Imperatriz Dona Tereza Cristina, 11 Jardim Guarani
Informações: contato@feincartes.com.br
Site oficial: www.feincartes.com.br
Ingressos: R$ 5,00 (crianças menores de 12 anos e idosos com mais de 60 não pagam ingresso)
Aberta diariamente, das 15h às 22h
Manobrista no local

Cursos gratuitos
20/03 - Arte nova (aplicação de diferentes materiais em madeira)
21/03 - Marmorizado com decoupage em madeira
22/03 – Decoupage
23/03 - Craquelê e decoupage em madeira
24/03 - ScrapDecor em madeira
25/03 - Modelagem em Biscuit
26/03 - Pintura em madeira
27/03 - Artesanato em EVA
28/03 - Pintura em tecido
29/03 - Arte nova
Datas: diariamente, das 16h às 18h e das 19h às 21h
Inscrições antecipadas para os cursos gratuitos: (19) 3231.9203 - 3236.2260, das 8h às 17h e, no sábado, das 8h às 12h.

Língua árabe entra na lista das 10 mais procuradas nos Estados Unidos

terça-feira, 24 de março de 2009

 Um acadêmico árabe afirmou que a procura pelo estudo da língua árabe nas universidades dos Estados Unidos subiu em 127% entre 2000 e 2006, somando 24 mil alunos. Com isso o árabe entrou na lista das 10 línguas mais procuradas no país.

A afirmação veio do professor de lingüística e Diretor do Departamento de Língua Árabe e Estudos do Islã na Universidade de Nova Iorque, Dr. Ahmed Abdullah Farhâdi, durante palestra organizada pelo Centro Emirati para Estudos Estratégicos, sob o título de "língua árabe em face de desafios."

O palestrante começou a falar sobre o inversão do equilíbrio entre dois mundos. Enquanto brilha a estrela da língua árabe na América, a mesma é esquecida em seus países de origem, em especial nos países do Golfo, onde algumas nações têm a proporção de estrangeiros muito superior aos nacionais.

Farhadi afirma haver 17 centros de Estudos do Oriente Médio que lecionam a língua árabe, que é também lecionada em 9 centros africanos no país.

Para o acadêmico, a mudança das condições políticas desde 2001, a vontade de conhecer melhor a religião e a cultura árabe, o interesse dos pesquisadores e acadêmicos em realizar estudos sobre o tema e a procura pela expansão do mercado de trabalho são os principais fatores responsáveis por esta mudança nos Estados Unidos.
 

Conferência da paz na África do Sul é adiada após proibir dalai lama

Johanesburgo, 24 mar (EFE).- A conferência sobre paz e esporte prevista para a próxima sexta-feira, em Johanesburgo, foi adiada indefinidamente pelos organizadores, após o Governo da África do Sul se negar a oferecer o visto ao dalai lama para assistir ao encontro, relacionado à Copa do Mundo de 2010.

"Os organizadores decidiram, em um espírito de paz, adiar a conferência de paz da África do Sul para garantir a realização em condições adequadas", afirma o comitê organizador, em comunicado enviado hoje à Agência EFE.

Antes do adiamento, dois vencedores do Nobel da Paz sul-africanos, o ex-presidente Frederick de Klerk e o arcebispo protestante Desmond Tutu, tinham anunciado que não iriam ao encontro, assim como o Comitê Norueguês do Nobel (que oferece o prêmio da Paz), em protesto contra a postura do Governo sul-africano.

O também Prêmio Nobel e ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, que junto com De Klerk e Tutu assinou o convite ao dalai lama para a reunião, não tinha previsão de assistir à conferência e, até o momento, não se manifestou sobre o caso.

"Dado que o propósito da conferência é a paz, os organizadores não querem colocar o comitê do Prêmio Nobel em circunstâncias que podem gerar conflito com seus premiados", explica o comitê organizador da Copa do Mundo da África do Sul de 2010.

Lembra que o convite ao dalai lama era só para participar da conferência, na qual se pretendia discutir como o futebol pode ajudar na resolução de conflitos, e "não para nenhuma outra atividade pública".

"Agora sabemos pelo Governo que cada vez que se envia um convite a um visitante estrangeiro muito conhecido, em função do visto, o convidado se transforma em um visitante do Estado", acrescenta.

Tanto os porta-vozes da Presidência quanto do Ministério de Assuntos Exteriores da África do Sul defenderam a recusa em conceder o visto ao dalai lama, "pelo interesse superior do país" e levando em conta que o Governo não tinha convidado o líder tibetano.

As pressões da China foram reconhecidas pelo ministro conselheiro da Embaixada desse país em Pretória, Dai Bing, em declarações ao jornal local "Sunday Independent", ao qual disse que seu Governo pediu ao da África do Sul que não permitisse a entrada do dalai lama.

O porta-voz da Presidência sul-africana, Thabo Masebe, disse que o Governo não quer o dalai lama na África do Sul porque sua presença poderia "distrair" a atenção da Copa do Mundo de 2010, em cuja organização o país está empenhado.

O Governo de Pequim expressou hoje seu "agradecimento" ao de Pretória por negar o visto ao dalai lama, e disse que "todos os países devem respeitar a soberania e integridade territorial da China e se opor à independência do Tibete", mas não confirmou se a recusa foi devido a suas pressões.
 
Fonte: EFE

Egypt women blog for their rights

quinta-feira, 19 de março de 2009

Banat wa Bas
Banat wa Bas is not afraid to let contributors express their views

From the BBC Arabic Service

Young Egyptian women are using blogs and online radio stations to beat the censors and to fight for equality.

Despite making up only 24% of the workforce in Egypt, 30% of women use the internet.

But it is the middle and upper classes that have really taken to the internet as an alternative way to discuss topics and exchange information and air what many conservatives would consider to be radical views.

Often exploiting the anonymity afforded by the internet they tell personal stories, share political and cultural views, post favourite pictures, and talk about their daily frustrations.

What can I do?

Egyptian blogger Dalia Ziada called on Saudi Arabia to end what she considers discrimination against young Muslim women, in a campaign timed to coincide with the Prophet Muhammad's birthday.

"I am not allowed to do Omra [a lesser pilgrimage to Mecca]! Why? Because I am a young woman under the age of 45! The only solution for me to get to my beloved Prophet's land is to be accompanied by a male chaperone. My mother is not enough!!" says Dalia.

My blog is a way to remind myself that I am not alone
Anonymous blogger

"Do you know what a male chaperone is? A first-degree male relative: father, brother, husband, or son! I am in a big trouble, then.

"My father is dead, my two brothers are not interested and I cannot afford to pay for their tickets. I do not have a husband and of course I do not have a son! What can I do, now?" she says.

Obsession with virginity

Another blogger who wanted to remain anonymous, writes about her past as a drug addict and has criticised what she calls Arab society's "continuing obsession with female virginity.

"My blog is a way to remind myself that I am not alone, Even if no one reads it, I would still keep writing," she says.

Another significant way in which the blogosphere is being used to change Egyptian society is that it is one of the few public spaces in Egypt where men and women are represented more-or-less equally.

It makes collaboration on social issues possible between men and women.

Subjects that are taboo on the street can be discussed online.

They discuss issues such as sexual harassment, which is often pigeon-holed in Egypt as a "woman's problem".

Radical radio

Egyptian women are also putting themselves on the map of audio blogging, which is a cheap and censorship-free growing web trend.


If you are always at risk of being sexually harassed, what kind of life is this?

Amani Tunsi

Banat wa Bas or "Girls only" is the first online Arabic radio station entirely run by women and which addresses their issues. It is one of a growing list of online stations that have sprung up in Egypt including Horytna (Our Freedom) and Teet (an Arabic reference to the censor's "beep").

Banat wa Bas was started by a 25-year-old computer science graduate, Amani Tunsi, who was frustrated with how women are treated in Egyptian society.

"We are almost not living. If you are always at risk of being sexually harassed everywhere, What kind of life is this? " she asks.

Banat wa Bas currently offers listeners a variety of shows, including Mosh Kol al-Teir, which is an Egyptian proverb ("Not all the Birds") to say not all girls are easy to fool. The show revolves around the tricks used by Egyptian men to pick up women.

Banat wa Bas is not afraid to let its contributors express opinions about what is in the news, and they can get away with it because using the internet means they can steer clear of government censorship.
 
 
 

Embratur promove destinos brasileiros em Dubai

quarta-feira, 18 de março de 2009

São Paulo – Para atrair mais turistas árabes ao Brasil, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) vai divulgar o país na Emirates Holidays World, feira de turismo que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em maio. Essa vai ser a terceira participação brasileira no evento. "O mercado árabe para nós é muito importante", afirmou o diretor de Turismo de Negócios e Eventos da Embratur, Marcelo Pedrosa.

A feira, que é organizada pela Emirates Holidays, empresa de comercialização de pacotes turísticos que pertence à companhia aérea Emirates Airline, reúne mais de 400 agentes de viagens que têm a oportunidade de divulgar seus destinos turísticos. No caso do Brasil, representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas e Paraná deverão participar do evento. "Todos esses destinos já estão no catálogo da Emirates Holidays", disse Pedrosa.

De acordo com ele, a Embratur passou a participar da feira desde o início dos vôos diretos da Emirates ao Brasil, em 2007. O público, a maioria agentes e operadores de viagens, é de vários países, principalmente Ásia e Oriente Médio. "Nossa atuação nesse mercado está focada em função do vôo da Emirates", disse Pedrosa. O diretor aposta também na vinda de turistas árabes por vôos da África do Sul e da Turquia, pela Turkish Airlines, que deve começar a operar em São Paulo em abril.

"Em curto prazo não vamos ter uma grande quantidade de vôos diretos da região, mas podemos trabalhar com conexões e vôos de regiões próximas", afirmou Pedrosa. Segundo ele, a Emirates está bem satisfeita com a ocupação da rota Dubai-São Paulo. "A idéia é intensificar nossa participação nesse mercado e gerar cada vez mais volume [de passageiros]", acrescentou.

Além do Emirates Holidays, a Embratur já participou de outros eventos de turismo nos Emirados, como a feira Arabian Travel Market (ATM) e o World Travel & Tourism Council Summit (WTCC), no ano passado. Deste último, a presidente da Embratur, Jeanine Pires, participou. Ele reúne investidores do setor e este ano vai ocorrer em Florianópolis, capital de Santa Catarina. "Existem muitas oportunidades de investimentos em infraestrutura no Brasil. O país oferece uma maior segurança agora, principalmente no setor imobiliário", afirmou o diretor.

De acordo com ele, o Brasil está se colocando entre as principais economias de turismo e, com a Copa de 2014, que o país vai sediar, novas demandas de investimentos irão surgir. Pedrosa deu as declarações ontem (17), no 7º Fórum Panrotas.

Companhias aéreas

O fórum contou também com a participação das companhias aéreas. Apesar da crise, as empresas brasileiras devem continuar investindo neste ano. De acordo com o presidente da TAM, David Barioni Neto, a meta da companhia em 2009 é abrir uma nova rota para Johannesburgo, na África do Sul; fechar o ano com 132 aeronaves em operação; e continuar com planos de investimentos até 2018 de US$ 6,9 bilhões. Já o presidente da Webjet, Wagner Ferreira, acredita num crescimento de 5% na demanda doméstica neste ano.

Divulgação Divulgação

Presidentes de empresas aéreas dizem que investimentos continuam

Para o presidente da Azul, Pedro Janot, a companhia espera encerrar o ano com 1,8 milhão de passageiros transportados e continuar com o plano de investimentos de US$ 600 milhões para o Brasil em 2009. O presidente da Trip, José Maio Capriollo, também garantiu que os planos da empresa de investir US$ 200 milhões este ano em novos equipamentos serão mantidos. "Seria imprudente não continuar investindo", afirmou.

No caso da Gol, o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior, acredita que fechar as contas este ano será difícil, principalmente porque a programação de investimentos em encomendas de aviões é feita com antecedência e é difícil cancelar pedidos por conta da mudança do cenário econômico. Apesar disso, o executivo afirmou que a empresa deve fechar o ano com 108 aeronaves, contra 104 no ano passado.

Copa

O ministro do Turismo, Luiz Barreto, que também participou do fórum, aposta na Copa do Mundo de 2014 para melhorar a qualidade do setor no Brasil. "A Copa é uma das maiores oportunidades de exposição do Brasil para o mundo", afirmou.

A meta do ministério é chegar em 2014 com 65 destinos brasileiros altamente qualificados para atender os turistas. "Será um grande desafio", afirmou Barreto, que em janeiro, assinou um convênio com a Fundação Roberto Marinho para qualificação de 80 mil pessoas para o setor turístico.

Com relação à crise internacional, o ministro afirmou que o país deve manter o pé no chão. "A crise financeira nos obriga a viver com o pó no chão. Com a queda do PIB no último trimestre de 2008, estão sendo reavaliadas as projeções de crescimento da economia para 2009", disse.

Apesar disso, no setor de turismo, o ministro afirmou que o Brasil vem ganhando posições. Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, no que se refere à competitividade e atratividade turística, o Brasil está posicionado em primeiro lugar na América do Sul, em segundo na América Latina e em quinto no ranking das Américas. Já nos estudos de maiores economias do turismo do WTTC, o país subiu da 14ª posição, em 2008, para 13ª este ano.

Além disso, o turismo de negócios no país também vem crescendo, representando hoje 30% do volume dos turistas que vêm ao Brasil. Em 2007, o turismo gerou receitas de US$ 39 bilhões, o que representou 2,6% do PIB. "É a quinta pauta das exportações brasileiras. É uma indústria muito forte que movimenta muito a economia", disse o ministro.

De acordo com ele, na atual conjuntura o turismo interno cresceu, e este ano o ministério aposta num aumento maior ainda nesse mercado. "São quase 100 milhões de brasileiros participando do mercado de consumo", afirmou.
 

Tunísia celebra 53º aniversário da independência nacional

terça-feira, 17 de março de 2009

Dakar, Senegal (PANA) - A Tunísia festeja sexta-feira próxima o seu 53° aniversário da independência nacional que coincide quase com a festa da juventude prevista para sábado próximom anunciou quarta- feira em Dakar o embaixador tunisino no Senegal, Jalel Lakhdar.

A Tunísia acedeu à soberania internacional a 20 de Março em 1956 e, a 7 de Novembro último, o Presidente tunisno, Zine El Abidine Ben ALi, assinou o pacto da juventude tunisina e proclamou 2008 como ano do diálogo global com a juventude, lembrou o diplomata tunisino.

Segundo Lakhdar, a festa da independência será a ocasião de reforçar o discurso político no país assim como a obra diplomática em curso desde a chegada de Ben Ali ao poder em Novembro de 1987.

Este evento, prosseguiu, permitirá igualmente debater outras questões tais como a economia, a demografia e o desemprego.

Por outro lado, a Tunísia pretende celebrar, em 2009, o 50° aniversário da primeira Constituição Republicana moderna de 1 de Junho de 1959 assim como a realização das eleições presidencial e legislativa em Outubro próximo, frisou o embaixador.

Ele sublinhou que o seu país instituiu a primeira Constituição no mundo árabe e muçulmano em 1857 antes de promulgar a sua própria Constituição Republicana a 1 de Junho de 1959.

Várias inovações estão previstas no quadro das eleições de Outubro próximo, nomeadamente a redução da idade de voto para 18 anos ao passo que a da declaração de candidatura passar para 23 anos de idade.

O objectivo da referida reforma é alargar o direito eleitoral para mais de um milhão de jovens, indicou Lakhdar, acrescentando, sem os citar, que dez candidatos concorrem ao próximo escrutínio presidencial.
Fonte: Panapress

Na Nigéria, pacientes com o vírus da Aids se casam entre si, com apoio do governo


Soropositivos nigerianos recém casados. Crédito: AP

15/03/2009 - 15h

Não é fácil ser um portador de Aids na Nigéria, um país com 140 milhões de habitantes, dos quais quatro milhões enfrentam a doença. Muitos têm de esconder a sua condição de soropositivo para poder viver normalmente.

Alguns portadores do HIV, no entanto, encontram na sua própria doença uma porta de esperança e amor ao casar-se com outro soropositivo. No total, em menos de dois anos, 94 casais de HIV positivos se casaram no estado de Bauchi. E todos alega estar vivenciando boas experiências com a união.

"Nunca pensei que esse dia chegaria, porque como eu tenho Aids ... mas agora estou muito feliz", afirma Idris, 32 anos, que conheceu seu atual marido em uma fila para receber medicação.

Bala Garba, um soldado de 40 anos que acaba de ter seu primeiro filho com sua mulher, afirma que, "O casamento vai tornar nossa vida mais fácil e irá ajudar-nos a manter a nossa doença em segredo. No meio em que vivemos é normal as pessoas se casarem. Se você leva uma vida conjugal normal, impede os outros de pensarem 'coisas' a seu respeito".

A Agência para o Controle da Aids em Bauchi é a responsável por esse alto índice de casamento entre os HIV- positivos, pois quando percebe que um casal com a doença começa uma relação eles apóiam. Por exemplo, oferecendo 225 dólares para o casal poder se estabelecer.

Tal está sendo o sucesso, que um plano para promover o encontro de pessoas que vivem com HIV/Aids foi implantado. Desta forma, a Agência considera que pode prevenir a propagação de novas infecções, já que a poligamia é uma prática comum na Nigéria, enquanto o uso de preservativos não.

Críticas

As primeiras críticas têm questionado se estas medidas não provocariam um aumento das crianças órfãs. Segundo dados da ONU, na Nigéria, onde a expectativa de vida é de 48 anos – em qualquer caso – já existem 1,2 milhões de crianças órfãs. Além disso, outros peritos acham perigoso dois tipos diferentes de vírus entrarem em contato.

A Agência para o Controle da Aids de Bauchi assegura que "não se pode presumir que alguém com HIV morrerá antes que os outros. Principalmente se tomam os devidos cuidados, recebem boa acessória e tratamento médico adequado".


Tradução: Valéria Polizzi

Fonte: 20minutos.es

Crianças são usadas em campanha contra gays na Nigéria

12/03/2009:

Crianças vestem camisas onde se lê que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é 

"anormal." Membros da Assembléia Nacional pregam que a família gay trará"consequências" para todos. O país da Nigéria, na África, intensificou a campanha contra a homossexualidade proibida por lá.
Para piorar ainda mais a situação uma nova lei está sendo discutida na Assembléia Nacional e dá poderes à polícia para combater os atos homossexuais e ainda prender os suspeitos dessa prática.
Os ativistas reagiram de imediato. Rashidi Williams, da ONG Queer Alliance of Nigéria, fez duras críticas à nova lei e pediu para que os parlamentares não aprovem a proposta. "Esse projeto não é necessário. Não existe motivo para que as pessoas sejam criminalizadas" disse ele.
"Eu não escolhi ser gay. Isso é o suficiente para se viver neste país" ressaltou ainda Williams.
Pela proposta, qualquer pessoa flagrada "firmando um contrato de casamento" será condenado a três anos de prisão. A nova lei define o casamento gay como duas pessoas do mesmo sexo vivendo juntas.
A ativista Ekaette Ettang, da ordem religiosa Filhas de Sara que produziu as camisas contra os gays e usadas por crianças disse que a campanha não estimula a violência contra os homossexuis.
Nós não odiamos os gays, mas isto é a opinião pública e nós temos o direito de nos expressar" explicou ela.

Fonte: Redação do Toda Forma de Amor com informações da BBC (foto: reprodução/BBC)

SGI-Nigéria comemora 25 anos, membros reúnem-se em toda a África

segunda-feira, 16 de março de 2009

Em 25 de outubro de 2008, membros da SGI-Nigéria de todo o país reuniram-se em Abuja, capital da Nigéria, para celebrar o 25º aniversário da organização. A SGI-Nigéria hoje possui 18 distritos locais com cerca de 500 membros. A convenção anual foi pautada pelo tema "Tornar-se Pessoa Capaz para Criar o Século da África".

Na atividade houve uma exposição combinada sobre Carta da Terra, Diálogo e Século da África; uma apresentação do grupo Jovens Leões intitulada "Myoho está em mim"; um exercício sobre aptidões para o diálogo ministrado por um diretor de escola; debates sobre a aquisição de capacidade; e uma peça intertribal. O dr. Bamgboye Afolabi, líder da SGI-Nigéria, proferiu discurso incentivando todos a fortalecerem a prática e o estudo do Budismo Nitiren.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, enviou uma mensagem para a ocasião, solicitando aos membros que se unam e contribuam para suas comunidades como cidadãos exemplares, e pedindo também que expandam seu círculo de amizades. Os eventos do dia espelharam a convicção de longa data de Ikeda de que a herança cultural africana pode contribuir para o mundo no que se refere à coexistência, à sabedoria e ao diálogo.

Os membros da SGI de Benin reuniram-se para uma cerimônia no dia 2 de novembro, em Cotonou, capital econômica e maior cidade do país. Nos dias 8 e 9 do mesmo mês, a SGI-África do Sul promoveu um encontro em Johanesburgo, que contou com a participação de membros da SGI de países vizinhos como Moçambique e do Reino do Lesoto. Juntos, eles estudaram a proposta de paz de 2008 de Ikeda, "A Humanização da Religião, a Criação da Paz". Para festejar 18 de novembro, dia da Fundação da Soka Gakkai, aproximadamente 1.200 membros da SGI-Gana e seus familiares e amigos reuniram-se no dia 16 de novembro por todo o país. A SGI-África do Sul realizou celebrações no dia 16 de novembro na Cidade do Cabo, e a SGI-Uganda, no dia 22 de novembro em Kampala.

[Adaptado de um relatório da SGI-Nigéria e de um artigo da edição do Seikyo Shimbun, da Soka Gakkai do Japão, de 23 de dezembro de 2008]
 
BSGI - Extranet
 
NOTA:
Matéria antiga, mas não posso deixar de arquivar aqui no blog!!
I wish to contact Nigerian Members of Soka Gakkai International
 
 

O norte-americano John Tofik Karam, bisneto de libaneses, lança em São Paulo, hoje, um livro sobre os árabes e o neoliberalismo no Brasil.

quinta-feira, 12 de março de 2009

São Paulo – O norte-americano de origem libanesa John Tofik Karam lança hoje, no Brasil, o livro "Um outro arabesco – Etnicidade sírio-libanesa no Brasil neoliberal", pela Martins Editora. A obra, que já foi tema de reportagem na ANBA, é resultado de uma tese de doutorado que o autor fez a respeito da comunidade árabe no Brasil e aborda a valorização dos árabes no país no final do século 20. O lançamento ocorre às 17 horas, na Livraria Martins Fontes, na rua do Patriarca, em São Paulo, e terá a presença do escritor.

Reprodução Reprodução

Livro aborda árabes e neoliberalismo

A história familiar de Karam passa pelo Brasil, Líbano e Estados Unidos. A avó materna do autor, filha de libaneses, nasceu em Porto Velho, Rondônia, foi morar no Líbano com dez anos e, mais adiante, quando se casou, voltou para a América, desta vez para os Estados Unidos. O escritor nasceu nos Estados Unidos, mas essa integração de culturas sempre esteve presente na sua vida familiar e o motivou a escrever sobre os árabes no Brasil.

Na obra, Karam conta como a figura do árabe, marginalizado por ser considerado apenas um bom negociante, passou a ser valorizada na época neoliberal, quando o capitalismo encontrou seu apogeu. A tese do descendente de libaneses já foi publicada como livro nos Estados Unidos em 2007 e agora ganha versão em português traduzida por Denise Bottman. Karam fez seu doutorado em Antropologia Cultural na Syracuse University.

Ele trabalhou em cima do tema durante três anos, na própria universidade, entre 1997 e 2000, e ficou no Brasil entre setembro de 2000 e final de 2001 para realizar a pesquisa de campo. Na época, Karam tinha uma bolsa de estudos do Departamento de Educação dos Estados Unidos. Ele entrevistou cerca de cem pessoas, entre eles comerciantes, donas de casa e profissionais liberais de origem árabe.

Atualmente o autor é professor assistente de Estudos Latino-Americanos na Universidade DePaul, em Chicago. Além do doutorado, ele também é graduado e pós-graduado na área de Antropologia. Ele nasceu no interior de Nova York, em uma cidade chamada Utica. Parte dos seus familiares, no entanto, vivem no Brasil, nos estados do Pará e Rio de Janeiro. Leia abaixo um trecho do livro de Karam:

Comecei a aprender o que é ser árabe no Brasil quando fui fazer uma pesquisa preliminar em São Paulo, em junho de 1999. Lembro que, dois dias depois de chegar, eu estava no prédio de um amigo no centro da cidade e liguei para alguns contatos. Uma pessoa aceitou marcar um encontro: o editor-chefe de Chams, uma revista da colônia árabe. Naquela primeira semana, ele expôs suas idéias sobre a "colônia", citou os eventos que iam acontecer nos clubes e fez a ponte para eu conversar com executivos e empresários. Foi com essas reflexões, reuniões e indicações que fui formalmente apresentado à experiência árabe no Brasil. Naqueles dias e nos meses seguintes, algumas vezes fui tomado por jornalista, e me senti como tal, entrevistando ou batendo papo com profissionais liberais e cobrindo suas festas e reuniões. Com um bloco de notas enfiado no bolso, mais de uma vez me vi ao lado de outros jornalistas – étnicos e nacionais – anotando trechos de longos discursos e participando de conversas interessantes.

Serviço:

Lançamento: "Um outro arabesco – Etnicidade sírio-libanesa no Brasil neoliberal"
Data: 12 de março, às 17 horas
Local: Livraria Martins Fontes Patriarca, na rua Patriarca, 78 – Edifício Lutetia
 

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Only those who truly love and who are truly strong can sustain their lives as a dream. You dwell in your own enchantment. Life throws stones at you, but your love and your dream change those stones into the flowers of discovery. Even if you lose, or are defeated by things, your triumph will always be exemplary. And if no one knows it, then there are places that do. People like you enrich the dreams of the worlds, and it is dreams that create history. People like you are unknowing transformers of things, protected by your own fairy-tale, by love."

Ben Okri - Poeta Nigeriano


 
 
 

O budismo e as religiões afro-brasileiras

"..... o diálogo não enfraquece a fé, mas a disponibiliza para encontros que desvelam novas e mais profundas dimensões de sua realização."1 (Faustino Teixeira)

A forte presença das religiões afro-brasileiras



Assim como a cultura indígena, a cultura africana está dentro de nós, brasileiros. Está misturada ao nosso sangue. Circula por nossas veias. Está presente na formação da nossa subjetividade, do nosso eu, nas artes plásticas, na música, na espiritualidade, na produção de alimentos, enfim, em todos os nossos hábitos, costumes e crenças.

Quer ainda marcadas pela sincretização com o catolicismo, quer contaminadas pelo "branqueamento", as religiões afro-brasileiras, muitas vezes reafricanizadas, encontram-se espalhadas pelo Brasil, assumindo caráter de religião universal.

Nesse sentido, podemos citar o candomblé de caboclo e de egum da Bahia (recentemente, com presença marcante em São Paulo); o xangô de Pernambuco e Alagoas; o tambor-de-mina do Maranhão e Pará; o batuque do Rio Grande do Sul; a macumba do Rio de Janeiro; a umbanda, espalhada em todo o território nacional; além de outras — o catimbó, a jurema, a pajelança, que apresentam fortes elementos indígenas e aparecem no Norte, de modo mais expressivo, no Amazonas.

Esta presencialidade das religiões afro-brasileiras em todos os recantos destas "Terras de Santa Cruz" impõe-nos, como seguidores de um outro caminho de espiritualidade, o do Budismo Nitiren, a necessidade de conhecê-las, pelo menos elementarmente. Dessa forma, na convivência com seus membros, adeptos ou fiéis, nossa compaixão com eles não esbarrará nos limites do histórico preconceito a que nos acostumamos ver em razão do sistema escravocrata que tantas cicatrizes deixou no nosso povo.

A sobrevivência, a consolidação e a expansão das religiões afro-brasileiras são a expressão da resistência e da vitória do povo escravizado contra seus opressores. Não ocorreu gratuitamente, fácil, sem luta. Do pujante e vigoroso candomblé da Bahia à pajelança do Amazonas e Piauí, as religiões afro-brasileiras carregam manifestações do sofrimento de um povo heróico, como é o povo negro, que, mesmo sob a opressão, soube preservar suas milenares tradições.

O diálogo possível entre duas distintas visões de mundo



Por ocasião do Encontro Nacional de Representantes de Divisão, em Tóquio, no dia 31 de maio de 2007, Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), na presença de ilustres personalidades acadêmicas russas, revisitando Leon Tolstoi, um dos seus escritores preferidos, reafirma sua convicção de que "o diálogo é a única forma de construir a paz".2 Em 2001, na proposta de paz encaminhada às Nações Unidas, Ikeda enfatiza: "O diálogo tem o poder de restaurar e reflorescer nossa humanidade comum ao liberar nossa capacidade inata para o bem. É um ímã indispensável em torno do qual as pessoas se aproximam e a confiança é fortalecida. Foi o fracasso em tornar o diálogo a base da sociedade humana que produziu as amargas tragédias do século XX".3

Como grande pensador, Ikeda é dos que conseguem relacionar tudo a uma visão unitária e coerente, que funciona como um princípio organizador básico do que pensam e percebem. Em vários dos seus discursos, alinha-se com aqueles que acreditam que as tradições religiosas "guardam um patrimônio único de reverência e respeito pelo mistério da existência e o dom da vida".

Além disso, ele entende que "as religiões podem contribuir para o fortalecimento da solidariedade, do cuidado, da cortesia e da hospitalidade" — valores substituídos pelo egoísmo, pela nefasta competitividade, pela perversa corrida na busca do ter, do poder e do valer.

Do lado de cá do planeta, o emérito professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Dr. Faustino Teixeira, em entrevista sobre a importância do diálogo inter-religioso, afirma: "O diálogo surge como potente voz em favor de todo o criado: dialogar para não morrer e não deixar morrer". E acrescenta: "Outra fundamental dimensão do diálogo que se processa no encontro da experiência religiosa é o momento sublime em que se partilham as experiências de oração, fé e contemplação, na busca singular do Mistério sempre maior. Os que partilham semelhante experiência 'não se detêm diante das diferenças', pois estão animados por um propósito mais decisivo, o de promover e preservar os valores e ideais espirituais mais profundos do ser humano".4

A palavra de ordem do mundo atual, se quisermos, realmente, construir a paz, é substituir a ética do êxito ou das convicções por uma ética de responsabilidade. Isso redireciona o comportamento das religiões, que se encontram num processo de nova reflexão sobre o humano.

Hans Kung, renomado teólogo e filósofo contemporâneo, aponta dois critérios utilizados atualmente para se avaliar uma religião: o positivo e o negativo. Sob a perspectiva do critério positivo, uma religião é verdadeira e boa quando está a serviço da humanidade, no ato de fomentar a identidade, a sensibilidade e os valores humanos, para permitir ao indivíduo a oportunidade de alcançar uma existência rica e plena. Ou seja, precisa garantir o desenvolvimento humano em dimensões psicofísica e individual-social (vida, integridade, liberdade, justiça, paz). O contrário disso (critério negativo) ocorre quando se observa a falsidade e malevolência de uma religião, que provoca desumanidade ao ignorar a identidade, a sensibilidade e os valores humanos. É uma religião que priva o indivíduo de uma existência rica e plena, oprime, fere e destrói os homens em sua dimensão humana psicofísica e individual-social.5

Espiritualidade, mística e religião



Falar sobre religiões afro-brasileiras, sob o ângulo da mística comparada, requer que se tenham claros os conceitos de espiritualidade mística e religião. Buscaremos um caminho que leve à reflexão acerca desses conceitos, assinalando pontos convergentes e divergentes em relação à mística do Budismo Nitiren e das religiões afro-brasileiras.

Não cabe discutir instituições, organizações religiosas, associações civis, estruturas burocráticas e de poder, sedes, templos e terreiros. Essas são apenas estruturas instrumentais, são meios necessários, indispensáveis para que se concretizem os ideais professados pelas religiões; são a materialização de intenções.

O que, na realidade, importa é o coração das pessoas. É aí que reside a espiritualidade. É no coração que se encontra a mística.

Espiritualidade



Espiritualidade convém definirmos no contexto da nossa cultura, dos dramas que estamos vivendo em termos mundiais. O professor e doutor em teologia e filosofia, Leonardo Boff, afirma: "Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior". É um caminho de transformação. E acrescenta: "A espiritualidade vive da gratuidade e da disponibilidade, vive da capacidade de enternecimento e de compaixão, vive da honradez em face da realidade e da escuta da mensagem que vem permanentemente desta realidade. Quebra a relação de posse das coisas para estabelecer uma relação de comunhão com as coisas".6

A espiritualidade é uma dimensão do ser humano. Não é monopólio de nenhuma religião. Nem depende de religião alguma. Embora a religião seja o seu lugar natural.

Diversas pessoas não se filiam a nenhum tipo de religião e, mesmo assim, possuem ou são ricas de espiritualidade.

Enquanto outras, muitas vezes, dirigentes de organizações religiosas, padres, pastores, líderes de instituições, levam uma vida que não pode ser exemplo. Ainda que afirmem professar uma religião, não comprovam sua crença na vida diária. Ao contrário, mesmo exercendo funções de direção na instituição religiosa de que se dizem seguidores, contribuem para maculá-la com suas atitudes nas relações de convivência com os outros. E o mais grave, não aceitam mudar. Negam transformar-se. A postura ético-moral, na sociedade, deixa a desejar, sobretudo em questões afetivas. Na família, é uma desavença só. Esposa reclama do esposo; esposo menospreza, briga e subjuga a esposa; filhos discutem desrespeitosamente com os pais; na vizinhança, ninguém gosta; na organização religiosa, essas pessoas são autoritárias, briguentas, desmerecem a confiança de todos, alimentam-se de competir, disputar cargos, obter prestígio perante os dirigentes hierarquicamente superiores. É um verdadeiro vale-tudo. O que menos demonstram é magnanimidade, benevolência, bondade, amizade, ternura, carinho. Essa falta de espiritualidade impede a harmonia não apenas na vida dessas pessoas como em todo o ambiente que as cerca.

Mística



Mística, seguindo a linha de pensamento de Leonardo Boff, é uma dimensão do ser humano. É o que dá impulso à vida, alimenta as energias vitais para além do princípio do interesse, dos fracassos e sucessos. Tanto a espiritualidade como a mística pertencem à vida, em sua integralidade e sacralidade.

Para Boff, "a mística é a própria vida tomada em sua radicalidade e extrema densidade. Cultivada inconscientemente, confere à existência sentido de gravidade, leveza e profundidade. A mística sempre nos leva a suspeitarmos que, por trás das estruturas do real, não há o absurdo e o abismo que nos metem medo, mas vigem a ternura, acolhida, o mistério amoroso que se comunica como alegria de viver, sentido de trabalhar e sonho benfazejo de um universo de coisas e pessoas confraternizadas entre si e ancoradas fortemente no coração de Deus, que é Pai e Mãe de infinita bondade".7 A mística vem do coração, não da razão.

É por esse motivo que o mundo construído a partir da razão, que teve na filosofia de Descartes e na Física de Newton seus pilares, não deu certo. Ao contrário, mergulhou a humanidade na maior das crises de toda a sua história — a chamada "crise da racionalidade",8 acompanhada de manifestações fenomenológicas de caráter massivo, tais como: vazio, solidão, medo, ansiedade, agressividade sem objetivos, insatisfação generalizada. Nitiren Daishonin, o Buda Original, muito antes e bem distante desta civilização materialista, hedonista e consumista na qual vivemos já afirmava que "o que importa é o coração".

Religião



Carl Gustav Jung entendia a religião como uma atitude do espírito humano. Para ele, tal atitude é responsável por levar o ser humano à consideração e à observação cuidadosa de alguns fatores dinâmicos, como espíritos, demônios, deuses, leis, idéias, ideais. Afirmava que "o termo 'religião' designa a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do numinoso",9 ou seja, inspirado ou influenciado pelas qualidades transcendentais do divino.

Como mestre da psicologia do profundo, Jung atribuía considerável relevância à religião no processo de individuação dos seres humanos à medida que trabalha grandes sonhos e projeta grandes esperanças. Dizia que a religião está na raiz da mística e da espiritualidade. Sobre religião e espiritualidade, Daisaku Ikeda, comentando a fala do narrador e principal personagem de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, diz: "Confesso que fiquei muito impressionado quando me deparei com a afirmação do jovem jagunço Riobaldo, numa trégua de suas lutas no sertão do Brasil: 'Eu queria formar uma cidade da religião. Lá nos confins do Chapadão, nas pontas do Urucuia'. Jamais esquecerei a perturbadora emoção que senti diante desta enérgica expressão, de sonoridade cósmica. Em que lugar do mundo a religião se manifesta de forma tão vigorosamente viva? Reconheçamos que, neste fim de século, as religiões já não têm a mesma força de outrora. Encontram-se enfraquecidas pela torrente da secularização. Estão perdendo a espiritualidade, escondida no íntimo envergonhado das pessoas. Atravessam altos e baixos efêmeros com seus ensinamentos duvidosos. Muitas práticas confundem-se com o ocultismo, ou funcionam como gêiser, cuja energia explode inesperadamente, gerando conflitos sangrentos. A imagem que atualmente se tem da religião é, na maioria das vezes, negativa. Sendo raros os casos, como o de Riobaldo, em que a religião é abraçada como fonte da esperança".10

A espiritualidade que veio da África



Para muitos, cinco milhões de homens e mulheres escravizados vieram da África para o Brasil. Outras estatísticas dão conta de mais de três milhões de negros que foram transportados escravizados da Nigéria, Daomé (atual Benin), Angola, Congo e Moçambique, para o nosso país, nos séculos XVI e XIX. O Brasil foi o segundo maior importador de escravos do Novo Mundo.

Foram milhões de famílias desagregadas, dispersas à força, com seus membros, pais, filhos, maridos, mulheres espalhados pelas mais diversas localidades do Brasil.

A política da colonização portuguesa de dividir para governar levava os portugueses a separar os escravos em diferentes nações.11 Mesmo assim, muitos conseguiram manter alguns laços com sua herança étnica. Embora sejam várias as denominações religiosas afro-brasileiras, conforme vimos, o candomblé e a umbanda são consideradas as mais representativas.

O candomblé, hoje, tornou-se religião universal, reafricanizada, ou seja, libertou-se do sincretismo e decretou o seu retorno às verdadeiras origens africanas.

Já a umbanda, ao contrário, fundada, em meados de 1920, para ser uma religião brasileira, reuniu elementos do candomblé, do catolicismo e do espiritismo kardecista, na tentativa de "branquear" a tradição religiosa africana.

É relativamente recente o fenômeno do aparecimento das religiões afro-brasileiras. Isso porque os negros eram proibidos de praticar outra religião a não ser o catolicismo. O primeiro terreiro de candomblé no Brasil surgiu na Bahia, por volta de 1830.

A periferia urbana brasileira, onde os escravos tinham maior liberdade de movimento, organizando-se em nações, foi o local em que apareceram as novas religiões. Então, espalharam-se por todo o Brasil, tomando diversos nomes: catimbó, tambor-de-mina, xangô, candomblé, macumba, batuque e outros.

O sagrado, a natureza e a cultura oral



Assim como na Grécia antiga, religião, arte, trabalho não se separam na cultura africana. Tudo se funde em um todo integrado que é a vida da tribo.

O sagrado africano descreve a profunda ligação entre o homem e o Cosmo, cuja base é material e concreta. Nota-se que a relação dos africanos com o sagrado se dá em articulação com a natureza e seus elementos (terra, ar, fogo e água). Para expressarem suas dificuldades cotidianas ou milenares, os africanos estabelecem comunicação com os astros, com a flora e com a fauna circundantes. O calendário espiritual é organizado de acordo com as estações da natureza, que delimitam o calendário agrícola e a vida das tribos. Por conseqüência, o espaço natural transforma-se, circunstancialmente, em ritual.

As religiões afro-brasileiras são portadoras de vasta visão de mundo representada pela própria descrição dos orixás.12

No candomblé, a vida é celebrada nas cerimônias anuais, dedicadas a cada orixá; nos rituais de iniciação,13 de nascimento, casamento e nos ritos fúnebres. Aliás, as cerimônias fúnebres têm lugar especial; vinculam-se ao próprio equilíbrio da vida. Acredita-se, no candomblé, que a morte seja como um momento de transformação da vida, não sua extinção. O corpo, após a morte, se reintegra ao Universo, e o espírito continua a revigorar o grupo e o sistema.

Em relação ao sacrifício, como oferenda, ocorre para conservar o equilíbrio entre o plano visível e o invisível, garantindo o fluxo da vida. Muitas vezes, o sacrifício é para aplacar as divindades ou para se proteger dos inimigos. Oferecem-se animais domésticos na crença de que os órgãos internos destes animais possuem forças especiais. O sangue é oferecido como dádiva agradável à divindade.

O círculo que se estabelece entre o adepto, o sacrifício e o orixá visa principalmente a transmitir e revigorar o axé. Oferecendo a vida ao orixá, é o próprio ser humano que permanece revigorado. A vida circula reforçando-se e assegurando, a quem oferece, a realização do ciclo vital, até o alcance da harmonia eterna.

O nascimento dos orixás



Em uma das suas principais obras, o professor e pai-de-santo José Ribeiro assim descreve como nasceram os orixás: "Do consórcio de Obatalá (céu) e Odudua (terra), nasceram os deuses orixás — Aganju, considerado como a rocha; e Iemanjá, representando as águas. Do conúbio (casamento) de ambos, originou-se o orixá Orugã, intermediário entre o céu e a terra. Na ausência de Aganju, Orugã rapta e viola Iemanjá. Esta, aflita e entregue ao desespero, foge à perseguição do filho, e, na alucinação da fuga, tomba morta, nascendo-lhe dos enormes seios, 'duas correntes d'água, que, reunidas mais adiante, formam 'um grande lago'. De seu ventre desmensurado, provieram os seguintes orixás: Dadá (deusa ou orixá dos vegetais); Xangô (deus do trovão); Ogum (deus do ferro e da guerra); Olokum (deus do mar); Oloxá (deusa dos lagos); Oiá ou Iansã (deusa do rio Niger); Oxum (deusa do mesmo rio); Obá (deusa do rio Obá); Okô (deus da agricultura); Oxóssi (deus dos caçadores); Okê (deus das montanhas); Ajé-Xalugá e Ochambin (deuses da saúde); Xapanã (deus da varíola); Orum (o Sol) e Oxu (a Lua)".14

O axé



O axé ou ixé é o objeto consagrado que tem força espiritual.

Quando, por exemplo, termina a iniciação de um filho-de-santo, para provar sua força espiritual, coloca-se um copo d'água na mão, sacudindo-o; a água fica impregnada de influências benéficas, curativas. É o axé.

Os axés são também os amacis, preparados com as ervas dos orixás, destinadas a diversos fins.

O transe na religiosidade afro-brasileira



O transe é um estado psicofisiológico parecido com o sono, caracterizado pela diminuição ou ausência de percepção conscientizável e de resposta aos estímulos do meio ambiente. No transe, a atividade voluntária é substituída por comportamentos automáticos.

O transe é uma característica central das místicas das tradições religiosas da África Ocidental Iorubá, Fon etc., que mais marcaram a religiosidade afro-brasileira. É a tomada do corpo pelo santo (orixá).

Há uma enorme variedade de formas de transe, e o adepto vai introjetando os vários modos de relação com os orixás e voduns ao longo de sua vida, de acordo com os graus de iniciação por que passa.

No transe, o Outro se enuncia em primeira pessoa e sua natureza semiótica não exclui sua dimensão psíquica; ao contrário, a inclui. Um fator muito interessante, que pode ocorrer simultaneamente, é a presença dos sonhos e visões, aceitas, num contexto geral, como mensagens, ou outras formas de contato com os deuses. Em termos científicos, o transe tem se tornado matéria de estudo para a psicanálise, a metapsicologia, a psicologia social psicanalítica e outras.

O "branqueamento" das religiões afro-brasileiras



No final do século XIX, surge no Brasil, proveniente da França, o espiritismo de Alan Kardec. Uma fusão entre a visão cármica do mundo, de origem hindu e preceitos cristãos, acrescido de conceitos racionalistas do século XIX. Esta nova religião imediatamente se firmou no Brasil, tornando-se, no início, uma religião de classe média, embora freqüentada também por pobres e por negros.

A presença dos negros nos centros espíritas do Rio de Janeiro representava, ao mesmo tempo, a presença de tradições do candomblé. Era fator motivador de grandes polêmicas e conflitos nas casas espíritas; isso devido ao modelo de religião ser europeu, o que correspondia à ausência de elementos da religiosidade africana.

Essa situação de conflito abriu campo, em meados de 1920, a uma nova religião: a umbanda. Podia-se entendê-la como a fusão entre espiritismo kardecista, catolicismo, candomblé, além de outros elementos nacionais, como os caboclos e pretos velhos, espíritos de índios e de negros.

A umbanda, por um lado, buscou apagar os traços da cultura africana, presentes em sua formação. Tomou como modelo o kardecismo e procurou expressar ideais e valores da nova sociedade capitalista e republicana. Muitas foram as modificações: a língua vernácula foi adotada; a iniciação, simplificada; e os sacrifícios de sangue, quase totalmente eliminados. Por outro lado, além de manter os ritos cantados e dançados do candomblé, a umbanda seguiu com a idéia dele. Ou seja, com o juízo de que a experiência neste mundo implica a obrigação de gozá-lo, o pensamento de que a realização do homem se expressa por meio da felicidade terrena que ele deve conquistar, questionando, dessa forma, a noção kardecista da evolução cármica (o que somos hoje depende de como agimos numa vida passada).

Colocando-se como uma religião capaz de oferecer um instrumento a mais para apoiar seus adeptos no esforço em mudar as circunstâncias a seu favor, a umbanda oferece a manipulação do mundo pela via ritual. Foi graças à umbanda que as grandes cidades do Sudeste do Brasil conheceram o despacho a Exu, oferenda depositada nas encruzilhadas.

A espiritualidade budista: semelhanças e divergências



Para definir a espiritualidade budista, o professor e doutor Leonardo Boff descreve as diferenças entre os caminhos de espiritualidade ocidental afirmando: "O Oriente fez outro caminho, de certa forma mais grandioso que o nosso, porque mais ancestral e englobante. A primeira experiência que a pessoa, o monge, o professante de um caminho espiritual do Oriente faz é o da totalidade; vale dizer, da unidade da realidade. As coisas não estão colocadas umas ao lado das outras, em justaposição, mas são todas sinfônicas, interligadas. Há uma grande unidade, mas uma unidade complexa, feita de muitos níveis, de muitos seres diferentes, todos eles ligados e religados entre si, num profundo e intenso dinamismo.

Quando o mestre Iogue pergunta: "Quem és tu?", ele aponta o Universo e responde: "Tu és tudo isso, nós somos toda essa realidade, somos parte e parcela do todo, somos o todo".15

"Enquanto o caminho espiritual do Oriente busca a interioridade do ser humano, nosso caminho ocidental busca a exterioridade. Um é o caminho para fora, para a conquista do espaço exterior, alcançando os últimos limites, demandando o infinito do céu acima de nossa cabeça. O outro é o caminho para dentro, pelos meandros de nossos desejos, pela profundidade de nossas intenções, rumo ao próprio coração."16

Podemos assim dizer que existem grandes diferenças da espiritualidade budista em relação à afro-brasileira. A começar, sob o ponto de vista do budismo, pela negação da dualidade corpo-espírito e da existência, em separado, do bem e do mal. Outra relevante distinção é a presença de mediações (orixás) que se põem entre as pessoas e a divindade suprema Olorum. Destaca-se também a presença do transe, fato que não ocorre no budismo.

Por outro lado, a concepção do "eu", a visão da subjetividade, de acordo com o budismo, é bastante parecida com a visão dos africanos. Na espiritualidade budista, o "eu" é sacralizado, ou seja, é a pessoa que possui, como natureza última, sua fonte originária, a natureza de Buda; ela é sagrada, em si mesma, não importando a condição de vida ou os estados de consciência em que se encontre. E, ainda, tal sacralização é estendida a todo o Cosmo. O "eu" possui, ainda, natureza interdependente. Não se constitui de essência própria, inerente a si mesmo.

O africano é um "ser com" e "vive com". Fora da comunidade, sente-se isolado, ameaçado, desamparado e perdido. Encontra sua força vital, seu sentido, seu potencial de ser enquanto se encontra unido a outros, visíveis e invisíveis. Fora da dimensão relacional, só existe confusão e morte. Daí, os princípios éticos dos africanos estarem enraizados em conceitos-chave como vida, solidariedade clânica, força e harmonia.

Outras semelhanças existem entre as tradições afro e o budismo. A maior delas é a visão de mundo profundamente ecológica dos caminhos afro de espiritualidade. Basta observar o nascimento dos orixás. Como está presente a natureza, o Cosmo!

Inclui-se, neste item, a sacralidade da natureza e do Cosmo como uma convergência com a espiritualidade budista.

O próprio axé, energia cósmica que penetra todo o Universo, concentrando-se no ser humano, pode ser associado ao Myoho-rengue-kyo. Esta é a Lei Mística, energia suprema, fonte originária de tudo; a tudo permeia e impregna; está presente não apenas nos seres humanos mas até nas unidades subatômicas do Universo.

Outra semelhança entre os dois caminhos de espiritualidade, aqui postos em paralelo, é a relação mestre e discípulo. Tanto na relação entre o santo de cabeça e seu filho, cuja descrição é parecida com a relação mestre e discípulo do 7º capítulo do Sutra de Lótus, "Parábola da Cidade Imginária,17 como na relação de ternura, carinho, amizade, proteção e cuidado que os pais-de-santo empreendem com seus filhos e filhas. Aliás, este é dos aspectos mais belos do candomblé e é esta relação que, em nossa comunidade religiosa, cada dirigente deve manter com seus membros. Uma relação horizontal, de ternura, cuidado, carinho; acima de tudo, de compaixão.

O presidente Ikeda, ao falar sobre a imperiosa necessidade de sabermos transcender as diferenças em realidades da vida diária, o que significa "atingirmos um estado no qual não somos mais presos nem constrangidos por nossa consciência da diferença", afirma: "Nitiren considera que a essência real da vida 'não pode ser queimada pelas chamas no fim de um kalpa, nem arrastada pelas inundações nem cortadas por espadas nem perfurada por flechas. Ela cabe numa semente de mostarda e, embora a semente de mostarda não possa se expandir, não há necessidade de a vida encolher. Ela enche todo o Universo. O Cosmo não é tão vasto nem a vida tão pequena para caber dentro dele'". 18

Comentando a passagem citada dos escritos de Nitiren Daishonin, explica: "O que é descrito aqui é um estado de vida perfeitamente claro, translúcido, indestrutível e luminoso".19

Pode-se descrever a espiritualidade budista como o permanente esforço para compreender que todos os seres, sem exceção, são budas; compreensão esta que permite a transformação no estado fundamental da vida da pessoa.

Nesse sentido, a fé não pode ser apenas um sentimento da alma humana. É a entrada do homem na realidade, "na realidade inteira, sem cortes nem abreviações".20

Na carta "Sobre atingir o estado de Buda nesta existência", consta: "A vida, em cada momento, permeia todo o mundo fenomenal e é revelada em todos os fenômenos".21

É com esse sentimento do encontro, do mergulho na totalidade do real, o olhar da fé, que devemos lançar nosso olhar sobre as religiões afro-brasileiras. Temos de vê-las em sua integralidade, sem cortes, sem abreviações. Assim, veremos serem estas tradições fenômenos constitutivos da realidade, portanto, permeadas pela vida, conseqüentemente, prenhes do Myoho-rengue-kyo. Julgá-las utilizando categorias inerentes a outras culturas, como faz o olhar do imperialismo cultural, é alimentar a cultura de guerra em vez de construir a paz.

NOTAS 1. TEIXEIRA, Faustino. Entrevista ao IHU On–Line, ano 5, nº 133, 21 de março de 2005. 2. Brasil Seikyo, edição nº 1.910, 4 de outubro de 2007, p. A3-A4. 3. IKEDA, Daisaku. Desafio de uma Nova Era — Paz. São Paulo: Brasil Seikyo, 2001, p. 186. 4. TEIXEIRA, ibidem. 5. Cf. KUNG, Hans. Teologia a Caminho – Fundamentação para o diálogo ecumênico. São Paulo: Paulinas, 1999, p. 279-280. 6. BOFF, Leonardo. Espiritualidade – Um caminho de transformação. Rio de Janeiro: Sextante, 2001. 7. BOFF, Leonardo. Mística e Espiritualidade, 4ª ed., Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 27. 8. Questionamento de todos os esquemas, de todas as ideologias, de todas as ciências, de tudo o que pretende ser uma explicação suficiente do real. 9. JUNG, Carl Gustav. Psicologia da Religião Ocidental e Oriental. Dom Mateus Ramalho Rocha, trad. OSB, Petrópolis: Vozes, 1980, p. 4. 10. Brasil Seikyo, edição nº 1.211, 13 de fevereiro de 1993, p. 5. 11. O termo nações se refere ao local geográfico de um grupo étnico e sua tradição cultural (JENSEN, Tina Gudrun. Discurso sobre as religiões afro-brasileiras: da desafricanização para a reafricanização. Maria Filomena Mecabô, trad. REVER — Revista de Estudos da Religião, nº 1, 2001, p. 1). 12. Cada uma das divindades das religiões afro-brasileiras. Simbolizam as forças da natureza: o raio, o vento, a chuva, o mar, a floresta, a peste, a guerra, entre outras. 13. Iniciação é um ritual pelo qual alguém é admitido em uma religião ou em uma sociedade. É um conjunto de conhecimentos indispensáveis para que se possa conhecer, inteirar-se de um sistema religioso, filosófico, artístico ou, simplesmente, social. As religiões ou sociedades que adotam a iniciação são chamadas iniciáticas. 14. RIBEIRO, José. Cerimônias da Umbanda e do Candomblé. Rio de Janeiro: ECO, s/d., p. 117-118. 15. BOFF, 2001, p. 58-63. 16. Idem, ibidem. 17. The Lotus Sutra, Burton Watson, trad. Nova York: Columbia University Press, 1993, p. 117. 18. IKEDA, Daisaku. Desafio de uma Nova Era — Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2001, p. 129. 19. Ibidem. 20. BUBER, Martin. Eclipse de Deus — Considerações sobre a relação entre religião e filosofia. Carlos Almeida Pereira, trad. Campinas,SP: Verus Editora, 2007. 21. Os Escritos de Nitiren Daishonin, v. 1, p. 2.
 
Fonte: Revista Terceira Civilização da Editora Brasil Seikyo
DEZEMBRO DE 2007 — EDIÇÃO Nº 472

Encontro de Daisaku Ikeda presidente da SGI (ONG budista) com o Presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo

Presidente Olusegun Obasanjo da República Federal da Nigeria — levando o povo ao poder


O presidente Ikeda encontrou-se com Obasanjo em 22 de maio deste ano.

Papai, não seja chefe de Estado," implorou sua filha de nove anos, Iyabo.

Tornar-se o líder da nação era o que sua família mais temia, motivo pelo qual eles não ousavam falar muito no assunto.

Fez-se um silêncio total na sala. Todos sentados aguardavam ansiosamente o que o chefe da família, Olusegun Obasanjo, responderia.

Era fevereiro de 1976, e nessa época tornar-se o líder da Nigéria significava colocar a própria vida em risco. O chefe de Estado anterior, general Murtala Ramat Muhammed, havia sido assassinado, e sua morte fora causada justamente por ele ter tentado conduzir a nação do regime militar ao civil. O general Obasanjo era o segundo no comando. Havia uma probabilidade muito grande de que o próximo líder no governo teria o mesmo destino de seu predecessor.

"Você tem minha palavra, Iyabo", disse ele, finalmente. "Amanhã, renunciarei ao final da reunião do Conselho Supremo Militar e nos mudaremos para Abeokuta e viveremos uma vida tranqüila."

Essa havia sido sua decisão, e já havia iniciado os preparativos para a viagem. Mas ele não sabia o que os dias seguintes lhe reservavam.

Obasanjo abraçou cada um de seus cinco filhos. Era seu presente de despedida para eles, caso algo terrível lhe acontecesse. Obasanjo estava com 38 anos. Sua decisão de abrir mão da posição de chefe de Estado não havia sido tomada por temer por sua vida, mas porque estava profundamente descontente com a situação de seu país. "A Nigéria não é mais um país pelo qual valha a pena servir tendo em vista a maneira tão cruel como o general Muhammed foi recompensado pelos seus abnegados esforços à nação," insistiu ele aos membros do Conselho.

Quando ainda estavam sob o regime colonial, muitas nações africanas consideravam "independência" como uma espécie de palavra mágica. "Com a independência, os séculos de sofrimento e luta chegarão ao fim"; "Se conquistarmos a independência, tudo ficará bem", pensavam. Mas isso era apenas uma ilusão que não tardariam a perceber.

Mesmo após a independência, eles continuaram sendo dominados, embora de forma diferente, pelas nações estrangeiras. Uma pequena classe privilegiada aliou-se aos exploradores e com isso encheu seu próprio bolso.

Grupos de reformistas aplicavam um golpe de Estado após outro, mas cada novo governo acabava manchado pela mesma corrupção. Isso ocorria em toda a África. As duas potências que sustentavam a Guerra Fria valiam-se das violentas guerras civis para vender armas para todas as facções.

Após conquistar a independência da Grã-Bretanha em 1960, a Nigéria caiu vítima da terrível tragédia da guerra civil e a felicidade de seu povo parecia algo cada vez mais distante.

Naquela reunião do Conselho, foi ressaltado ao general Obasanjo que se ele não aceitasse o cargo de chefe de Estado, o poder cairia nas mãos dos rebeldes.

Ele não tinha mais nenhuma escolha. "Talvez seja meu destino", pensou, "Ou então, meu dever".

Quando sua pequena filha soube que o pai não pôde manter sua promessa, ela chorou inconsolavelmente.

Encontrei-me com Obasanjo pela primeira vez dezesseis anos depois desse episódio, na primavera de 1992. Ele estava acompanhado do embaixador da Nigéria no Japão, Mai-Bukar Garba Dogon-Yaro.

Obasanjo viajara ao Japão como representante da África para uma conferência sobre meio ambiente que se realizaria em Tóquio. Obasanjo atuou como chefe de Estado por três anos, de 1976 a 1979. Como havia prometido, acabou com o governo militar e introduziu uma constituição democrática que assegurava a soberania do povo e os direitos humanos fundamentais, estabelecendo um sistema presidencial de governo. Ele foi o primeiro líder nigeriano que deixou seu cargo para dar lugar à democracia.

Nessa primeira visita ao Japão, Obasanjo participou de uma reunião de dirigentes da Divisão Feminina e proferiu um discurso afirmando seu apoio ao nosso movimento cultural. "A cultura", disse ele, "é a força motriz em nossa vida. Sem cultura, não temos raízes". Seu discurso foi transmitido via satélite para todo o Japão.

Ele identificou o espírito budista com a rejeição ao servilismo e à opressão, e declarou ainda que o budismo possuía a força para elevar a espiritualidade da humanidade. Obasanjo demonstrou ser um líder digno, possuidor de uma mente aguçada e perspicaz e de um sorriso caloroso.

"Um líder deve ter raciocínio claro e objetivos próprios, caso contrário será manipulado pelos outros e acabará perdendo o rumo", disse ele.

O objetivo pessoal de Obasanjo era a educação. Durante seu mandato, tornou gratuita a educação nas escolas de ensino fundamental e construiu muitas universidades, com o desejo de que todos os jovens nigerianos tivessem acesso à educação.

Recepcionamos Obasanjo novamente naquele mesmo ano, em outubro de 1992, dessa vez na Universidade Soka, onde um grupo de estudantes da Associação para a Amizade Pan-Africana apresentou um coral em sua homenagem. Eles entoaram a canção nigeriana "Abeokuta", que é o nome do povoado em que Obasanjo cresceu.



Essa colina, essa terra —

É onde você nasceu,

Uma terra de riquezas e paz.

Sou feliz, aqui nos penhascos de Olumo.

Jamais te esquecerei,

Sempre o terei em meu coração.



"Abeokuta" significa "sob as rochas". Essa canção alude à lenda dos penhascos Olumo, que salvaram muitas pessoas que fugiam do massacre da guerra e iam se enconder entre suas rochas.

Os verdadeiros líderes devem ser como rochas que protegem as pessoas. Em nossa conversa, Obasanjo e eu concordamos quanto à veracidade do ditado nigeriano: "O telhado luta contra a chuva, mas os que se refugiam sob o telhado não têm consciência de que estão sendo protegidos."

Obasanjo nasceu em 1937 numa pequena vila próxima a Abeokuta, como filho de um próspero fazendeiro. Contudo, aos treze anos, a situação financeira da família mudou drasticamente. Com esse empobrecimento inesperado, ele teve de estudar sob circunstâncias cada vez mais difíceis.

O jovem Obasanjo ia aos bosques nas redondezas para apanhar lenha, ou então ia até as margens do rio para apanhar areia e vendia tudo o que conseguia para as companhias de construção. Ele também trabalhou para outros fazendeiros. Frente a essas dificuldades, toda vez que se sentia desencorajado, lembrava-se do lema de sua escola "Ajude a si mesmo", e então empenhava-se mais arduamente. Ele custeou seus estudos de ensino médio realizando todo tipo de trabalho.

A escola localizava-se em Abeokuta, e ocasionalmente sua mãe viajava de sua pequena vila para levar-lhe a pouca comida que conseguia reservar.

Obasanjo obteve excelentes notas e pretendia ser professor, mas continuava pobre como sempre. Uma das principais razões pelas quais decidiu ingressar na carreira militar foi que ali poderia continuar estudando gratuitamente. Não era o curso adequado para uma pessoa cujos colegas de classe consideravam o que menos afinidade tinha com a vida militar.

Então, Obasanjo viajou para a Inglaterra a fim de estudar na Academia Real Britânica de Engenharia Militar, onde recebeu uma menção honrosa por se destacar como melhor estudante da Comunidade Britânica em toda a história da instituição.

Quando ele ingressou nas forças armadas, não se atreveu a dizer para sua mãe que havia escolhido uma das profissões mais perigosas, pois sabia que ela desmaiaria de susto.

Será que os heróis estão fadados às tragédias e os honestos, à traição? O caminho da democracia iniciado por Obasanjo foi bloqueado por um golpe de Estado, e o governo militar foi restaurado. Uma vez mais, a nação foi assolada pela corrupção e os bens públicos usurpados. Em meados da década de 80, o padrão de vida da Nigéria esteve abaixo dos índices apresentados na década de 50, ou seja, antes da independência.

A Nigéria tinha uma população de quase 120 milhões de habitantes, a maior da África. Um de cada cinco habitantes da Região da África Subsaariana é nigeriano, posicionando a Nigéria entre as principais nações do continente. Desde tempos antigos, foi berço de culturas altamente desenvolvidas, como as de Nok e Ife, que remontam a dois mil anos. Sua música e arte também tiveram uma grande influência na Europa moderna.

A Nigéria é rica em petróleo. É uma bela terra e seu povo é maravilhoso. Mesmo assim, por que havia tanto sofrimento e pobreza? Devido à corrupção. "A corrupção é uma ameaça maior do que a Aids ao desenvolvimento africano," declara Obasanjo, que continuou a promover a democracia mesmo após ter se retirado da política. Ele vive fiel à sua crença de uma vida a serviço da humanidade.

Obasanjo lançou a Nigéria no palco mundial. Ele criou o Fórum e a Fundação de Líderes Africanos, trabalhou para a Unesco e mediou incansavelmente as negociações de paz entre Angola e Namíbia. Obasanjo chegou a ser indicado como candidato a secretário-geral das Nações Unidas.

Em 1986, como co-presidente do Grupo de Pessoas Eminentes da Comunidade Britânica de Nações Sul-Africanas, ele viajou para a África do Sul e visitou Nelson Mandela na prisão. O ato de Obasanjo, de entrar numa praia "exclusiva para brancos", como protesto contra a política do apartheid durante essa visita, foi muito comentado. Ele fez isso para mostrar ao mundo o absurdo do apartheid. Posteriormente, Mandela louvou Obasanjo como "um amigo especial cuja grandeza está acima de muitos que hoje ocupam altos cargos".

O líder nigeriano possui muitos amigos em todo o mundo e luta continuamente para evitar que a Nigéria não se isole da comunidade internacional.

Mas como os líderes políticos de seu país retribuíram seus esforços? Com a prisão.

Em 1995, o governo prendeu esse homem que continuamente defendeu a democracia. Ele foi sentenciado à morte. Vigorosos clamores do mundo inteiro fizeram com que a sentença fosse reduzida para quinze anos, e ele foi confinado à Prisão de Yola, que também era conhecida como "o inferno sobre a Terra".

Obasanjo permaneceu preso por mais de três anos. Por fim, com a morte do ditador que oprimia seu país, ele foi libertado. Mas o que ele encontrou ao sair da prisão foi uma nação dividida e praticamente destruída por líderes corruptos e gananciosos.

Obasanjo decidiu levantar-se uma vez mais, em prol de sua amada Nigéria. Seu lema na campanha presidencial era "O povo no poder". E, em fevereiro de 1999, foi eleito presidente.

Ele seria o valente líder que conduziria sua pátria rumo ao século XXI. Quando visitou o Japão dois meses após ser eleito, eu o recepcionei com profunda emoção. Ele abriu bem seus braços feliz pelo reencontro.

Louvei-o por sua inabalável convicção. Embora fisicamente debilitado devido ao tempo que passou na prisão, seu espírito jamais se abalou ou rendeu-se ao desespero. Obasanjo tinha uma forte fé e sabia que um dia seria libertado. Ele jamais abandonou sua luta de servir à humanidade. Um amigo lhe escreveu enquanto estava na prisão: "Você parece ter algo que nós, aqui fora da prisão, não temos." Cada palavra de Obasanjo está imbuída de forte fé e comprometimento com a vida.

O que é democracia?

Há líderes que não abandonam suas convicções políticas, mesmo que tenham de ser aprisionados em defesa delas. Mas há também líderes que só se preocupam com ganhos imediatos e mudam suas crenças com a mesma facilidade com que trocam de roupa. Em sua busca do poder, não têm remorsos manipular a verdade e a justiça, e tampouco possuem escrúpulos na hora de usar as pessoas. Como esses líderes ousam falar em democracia?

Se não fosse pelas pessoas dispostas a arriscar a vida por suas crenças, a democracia se transformaria em algo inerte. Por mais perfeitos que sejam os sistemas políticos ou as constituições, se não houver um espírito democrático, não passarão de meras formalidades ou práticas vazias. Um corpo sem alento é um corpo morto.

Obasanjo disse que quer infundir autoconfiança ao povo de seu país. Quer restaurar em cada nigeriano a fé em si mesmo, em seu governo e em seu país. O fervor com que ele pronunciou essas palavras me comoveu quase às lágrimas. Os japoneses podem aprender muito com a humildade de Obasanjo e com seu amor pelas pessoas.

É muito mais nobre incutir esperança no coração de uma pessoa, mirar sempre o futuro, não importando as humilhações que tenha de sofrer, do que deixar que um breve período de prosperidade lhe suba à cabeça e o convença de que a luta espiritual é irrelevante.

Os japoneses têm a tendência deplorável de desprezar o que chamam "terceiro mundo". Mas julgar uma nação unicamente pela sua riqueza nada mais é do que uma evidência da própria falta de civilização e de cultura. Hoje, o Japão paga um alto preço por ter tratado com tanta hipocrisia a importância do espírito.

Desde os tempos antigos, as culturas africanas possuem um profundo respeito e admiração pela maravilhosa força vital que permeia a natureza, a sociedade e tudo o que existe no universo. A cultura materialista de hoje chegou a um beco sem saída e a África detém a chave para uma transformação que conduzirá a uma cultura de vida.

O futuro, um glorioso futuro, aguarda pela África.

Obasanjo e eu conversamos a respeito do futuro. Falei-lhe de minhas esperanças quanto a criação de um Estados Unidos da África; e o novo presidente nigeriano compartilhou suas esperanças com relação aos intercâmbios educacionais. Há um provérbio nigeriano que diz: "A esperança é o pilar que sustenta o mundo."

Presenteei Obasanjo com um poema de minha autoria intitulado "O Sol Nascente da África — Um Tributo à Democracia".O poema inicia assim:



O Sol jamais se apaga!

— "Nada pode me obscurecer,

Por mais profunda que seja

a escuridão."



O Sol jamais retrocede!

— "O caminho de minha missão é imutável,

Por mais furiosas que sejam

as tormentas!"



O Sol jamais descansa!

— "Brilharei enquanto houver pessoas que busquem minha luz, Por mais pesadas que sejam as nuvens da exaustão!"



O poema é também um tributo à África, o "grande continente do Sol", e um tributo à Nigéria, uma nação desenvolvida em meio à luta pelos direitos humanos e que soube romper a escuridão, lançando a luz da esperança a iluminar o mundo inteiro.

Publicado no Seikyo Shimbun de 13 de maio de 2000.
E na Revista Terceira Civilização da Editora Brasil Seikyo em 2001
SETEMBRO DE 2001 — EDIÇÃO Nº 397
 
NOTA:
 
Quando mostrei a materia para o Ola, meu namorado Nigeriano, ele não chegou a ler, mas a reação ao ver a foto do presidente não foi boa, ele não concorda que o cara seja um bom presidente e que se preocupa com o povo.

O Tambor da Salgueiro

Mais uma matéria, atrasada, mas importante para esse blog. Durante o carnaval o único desfile que assisti na TV foi o da Salgueiro. Foi muito bacana pois minha intenção era que o Ola, meu namorado Nigeriano, visse um desfile do Rio, pelo menos na TV esse ano. E pra minha surpresa o tema Tambor apresentava muito da Cultura Africana. Ele adorou.
 
Depois quando saiu o resultado e a escola foi campeã, não podia deixar de comentar e colocar a letra da música aqui no blog.
 

 

Tambor.

Da Natureza. Da Pré-história.
De árvores, troncos e peles.
Que vibra, comunica.
Que pulsa. Dá ritmo à vida.
Tocado, dobrado, sentido.

Ancestral, ritual.
Dos deuses.
Tribal, africano.
De raiz, da raça, da cor.

De culturas. De povos.
Do Oriente, do Ocidente.
Da arte e do vigor.
De História. De glórias e vitórias.
De crenças e mitos. De celebrações.

Místico. Sagrado.
De cultos e religiões.
De fé, de festa.
Que cura a alma e alegra o corpo.

Folclórico.
De Caboclinho, Ciranda e Bois.
De Crioula. De Ijexá.
Da coroação. Do Maracatu.
Da Marujada, Congada, Carimbó.
Do Maculelê, Jongo e Caxambu.
Do Reisado, do Forró, do Xaxado.
De Roda. Do Partido. Do Quintal

Moderno, contemporâneo.
Da inclusão. De lata.
Olodum, Afroreggae, Timbalada.

Do Carnaval, das escolas, das baterias.
Repiques, pandeiros e caixas.
Taróis, tamborins, surdos de marcação.
De magia. De samba.
Furioso. Dos Mestres. Do Mestre.
Da Academia.
Do Mundo. Da Vida.

Do Coração.

Tambor.


Renato Lage e Diretoria Cultural

 

Curso Reflexões para o Mundo Árabe Contemporâneo vai ocorrer em Curitiba entre os dias 12 e 20 deste mês

São Paulo – O curso Reflexões para o Mundo Árabe Contemporâneo vai ocorrer a partir da próxima quinta-feira (12) em Curitiba, capital do Paraná. O curso é promovido pelo Instituto da Cultura Árabe (Icarabe) em conjunto com a empresa Andrade Vieira – Comunicação e Marketing e ocorrerá na Associação Comercial do Paraná.

O curso terá foco geopolítico e vai abordar as questões atuais. Ele já ocorreu em São Paulo, no ano passado. Estarão na pauta das aulas, por exemplo, a situação da Palestina, Síria, Líbano e Iraque para que as pessoas entendam, a partir de elementos históricos sobre a região, o que está acontecendo neste momento.

"Se fará uma reflexão sobre a atual conjuntura das sociedades árabes, povos marcados por um evidente paradoxo: existem há milênios no Oriente Médio, mas vivem hoje em fronteiras traçadas há menos de oito décadas por imposição de potências externas. Por outro lado, seria um equívoco imaginar um passado homogêneo e glorioso, um suposto tempo mítico, quando a identidade árabe era plena entre todos os povos que fizeram parte dessa história", diz uma nota do Icarabe sobre o curso.

"Trata-se de um debate fascinante, que concentra a história do século 20, expõe cruamente a crise de valores tão característica do nosso tempo e lança uma indagação sobre os limites da civilização. Refletir sobre o Mundo Árabe contemporâneo, portanto, é encarar seriamente o desafio de entender o nosso mundo", diz o Icarabe em seu site. A primeira aula, por exemplo, terá como tema "Uma breve história da Síria e Líbano" e será ministrada por José Farhat, formado em Ciências Políticas em Beirute.

Além de Farhat, os palestrantes e condutores dos debates serão nomes como Arlene Clemesha, doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP), José Arbex Jr., doutor em História Social também pela USP, e Valério Aracary, historiador marxista.

As aulas vão ocorrer nos dias 12, 13, 19 e 20 de março, sempre entre 19h30 e 22 horas no Auditório Carlos Alberto Pereira de Oliveira, que fica dentro da Associação Comercial. Informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3320 2990 ou pelo e-mail ulc@acp.org.br .

Dica de Filme: documentário de animação Valsa com Bashir

O documentário de animação Valsa com Bashir (Waltz With Bashir) venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro na 34ª edição do prêmio César – Oscar do cinema francês, durante cerimônia realizada no último dia 27 de fevereiro, em Paris.

Lançado no último Festival de Cinema de Cannes e aclamado pelo público e pela crítica em diversos outros eventos similares pelo mundo afora, este é mais um prêmio para a bem sucedida carreira do filme israelense, que já acumula o Globo de Ouro, Critics Choice Awards, British Independent Film Award (todos na categoria de Melhor Filme Estrangeiro). Além disso, VALSA COM BASHIR ganhou os principais prêmios na última premiação da Academia de Cinema de Israel, incluindo Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Roteiro.

Em forma de documentário, VALSA COM BASHIR é uma reflexão da experiência do diretor Ari Folman como soldado israelense na dramática invasão do Líbano de 1982.  Produzido com ilustrações feitas à mão em fusão de animação em 2-D e 3-D, o documentário se passa durante uma noite em que um homem conta ao velho amigo Ari (Folman) o recorrente pesadelo no qual ele foi perseguido por 26 cães alucinados e a correlação com a missão deles no exército israelense na guerra contra o Líbano.

VALSA COM BASHIR será lançado em nossos cinemas pela Sony Pictures do Brasil no dia 03 de abril de 2009.

Petrobras começa a produzir na Nigéria

Rio de Janeiro - O campo de petróleo de Akpo, localizado em águas profundas na Nigéria e explorado pela Petrobras, começou a produzir ontem (09), segundo informações da estatal.

A Petrobras detém 16% de participação, em parceria com a francesa Total (operadora do bloco), as nigerianas NNPC (Nigerian National Petroleum Corporation) e Sapetro (South Atlantic Petroleum), além da chinesa CNOOC.

O início da produção de Akpo estava previsto para abril, mas a operadora conseguiu antecipar o cronograma em um mês. Descoberto em 2000, o campo está localizado a 200 quilômetros da costa nigeriana, em profundidade que varia entre 1.200 e 1.400 metros. As reservas estimadas são da ordem de 620 milhões de barris de óleo condensado, o que significa um petróleo leve e de maior valor comercial.

Em nota, a estatal brasileira divulgou que a estimativa é de que Akpo tenha um pico de produção 175 mil barris por dia, o que deve ser alcançado no terceiro trimestre deste ano.

A Petrobras iniciou suas atividades na Nigéria em 1998, em águas profundas do delta do Rio Níger. Além da atuação no campo de Akpo, a companhia tem participação em águas profundas no campo de Agbami.

http://www.anba.com.br/noticia_petroleoegas.kmf?cod=8234879

Curso de introdução a lingua árabe e religião - RJ

terça-feira, 10 de março de 2009

Assalam aleikum!
.
Venho por meio desta informá-los sobre o curso de introdução a lingua árabe e religião (os dois cursos só serão ministrados juntos).
.
curso: árabe / islam (módulo 1)
professor: Sami Ahmed
data do ínicio: 14/03/2009
dia da semana: sábado
horário: 15h as 18h
matricula: R$ 80,00
mensalidade: R$ 80,00
.
O curso será ministrado na mesquita situada na rua Gonzaga Bastos - 77 - Tijuca.
.
Obs.: as inscrições estarão abertas até o início do mês de março e as matrículas estão sendo feitas no endereço abaixo!
.
Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro
Av.Gomes Freire, 176 - salas 205-206 Centro
.
E-mail:sbmrjbr@yahoo.com
TelFax: 21 - 2224-1079
.
teremos também o módulo 2 entrar em contato por email ou telefone.


Esta mensagem foi enviada por Paulo Gomes (Mustafa).

Resposta de E-mail: Dicas de Viagem para Dubai

Mirela,
Gostaria de contar minha história rapidamente à vc, pq li seu blog e achei incrível.
Eu conheci um rapaz pela Internet em Maio de 2008 e ele mora em Dubai.
Enfim, estou pensando em ir p/ lá em Julho deste ano. Pq o meu sonho sempre foi conhecer este lugar lindo.
Porém, eu sou a rainha das gafes... Já li muito a respeito da religião e do lugar, mas tenho medo. Não posso mentir.
Tb sou apaixonada pela cultura árabe, mas como brasileira algumas coisas são meio esquisitas p/ mim.
Eu sou muito espontânea... Dou risada... Abraço meus amigos... Mando beijo pro porteiro... Isso é normal aqui. Conversar e dizer: Beijo, tchau...
Imagine? Eu em um lugar paradisíaco e não poder fazer nada disso?
Nem posso dar um abração nele no aeroporto... nem um beijinho? Nem andar de mãos dadas?
Se o Sheik aparecer na minha frente... Vou ter que pedir para tirar uma foto...
Não posso sorrir muito, não posso esticar a mão p/ cumprimentar uma mulher. Não posso
Não posso cometer nenhuma gafe, p/ não ofender o moço. Mas, imagine em um sol de 48ºC... torrando total... e ainda ter que ser finérrima e ficar preocupada em ser polida.
Afffffffff...
Acho que vai ser demais pra mim... rs rs
Vc tem algumas dicas?
Beijos
A.


Oi A.
Pelo visto você já sabe bem como se comportar lá. Acho que o mais importante é você conversar com o rapaz quando tiver dúvidas, ele é árabe?
Uma coisa que lembrei e você não comentou é tomar cuidado ao tirar fotografias, os árabes não gostam que tirem fotos sem serem consultados antes, principalmente de mulheres e crianças.
CUIDADO COM BEBIDAS ALCÓOLICAS. Evite.
Há lugares onde é proibido entrar mulher desacompanhada. Mas pelo que sei lá não é tudo tão rigoroso.
Dica, olhe a sua volta, veja como estão se comportanto as pessoas à sua volta. Pergunte... procure o contato do departamento de turismo de Dubai eles tem um site e são bem solicitos quando enviamos e-mails.
Agora o que mais me preocupa é mesmo sua segurança. Se vc tem confiança nesse rapaz, se tem informações seguras dele, telefone, endereço, onde trabalha? Já checou essas informações? Você tem o contato de outras pessoas além dele? amigos dele, família? Onde ficará hospedada? é um lugar que permite mulher solteira se hospedar sozinha?
Estas perguntas não são para que vc me responda, mas para vc analisar o quanto está se arriscando ou não. OK?
Também tenho amigos árabes e amigos de outros países, o que aprendi é que quando a pessoa não tem nada a temer ou esconder ela lhe dará todas as informações que vc precisa, e depois que tiver as informações em mãos verifique, confirme. e deixe uma pessoa no Brasil com as informações e fotos para que possam te ajudar em algum momento se necessário.
Enfim, acho que sua maior preocupação deve ser quanto a sua segurança e confiança no seu amigo. Muito cuidado com namoros.
Bjs
Boa sorte
Mirela Goi


Mirela,
Muito obrigada pela pronta resposta.
Pra te dizer a verdade do fundo do meu coração, eu tenho medo e não me sinto tão segura assim.
Ele é paquistanês, de Islamabad.
Eu não bebo, pq eu não gosto e pq eu passo mal. Não é algo que me preocupa ou que me faça falta, entende? Raramente, uma ou duas latinhas de cerveja.
Uma preocupação que eu tenho é com relação a dinheiro, o que levar, o que não levar... Enfim, qual o valor eu tenho que ter por dia...
Conversando com uma amiga que já vem acompanhando essa "história" (vários emails + SMS diários), ela disse assim: compre um pacote pela CVC ou outra empresa de turismo, confiável. Não vá sozinha de jeito nenhum. Dar uma de louca, comprar a passagem e embarcar, sabe? Meio na sorte? Eu não tenho coragem. Eu tenho medo. Então, ao menos comprar um pacote e ter um guia local, me dá certo conforto psicológico... rs rs
Confiança? É algo relativo. Eu te digo que eu não dormiria com os dois olhos fechados ao lado dele. Tenho medo desse cara ser um maníaco, trombadinha... Já pensei muita coisa... Vc não tem idéia! rs rs... Por outro lado, ele é doce, paciente... Não sei a troco do que, esse cara ficaria conversando comigo desde maio do ano passado. Sinceramente, estou em dúvida e me sinto dividida. Sinceramente, exatamente por causa da palavra segurança.
Informações seguras? Eu só sei o nome da empresa onde ele trabalha (eu liguei no escritório aqui do Brasil e a moça confirmou que ele é funcionário realmente). Só isso. Ela enviou um email p/ ele... Ele respondeu p/ ela.
E tenho o celular dele.
É muito pouco. Meu Deus, eu não tinha pensado nas respostas dessas perguntas.
Desde que conversei com ele, comecei a pesquisar na Internet INÚMERAS VEZES pelo nome dele no Paquistão e em Dubai, já procurei na Interpol... Sei lá, me achei meio ridícula. Já procurei como terrorista.
Não conheço absolutamente ninguém lá, nem amigos, nem família, nada.
Hotel: Ainda não sei, pq só qdo eu for fechar o pacote. A CVC me passou o IBIS.
Se permite mulher solteira, sozinha... Tb não sei.
Eu te respondi para ter uma luz. Eu sei que eu estou me arriscando. Eu sou uma pessoa que busco segurança e eu acho que é essa dúvida, que está me deixando bem preocupada entre decidir ir ou não, entende?
Eu concordo plenamente com o seu aprendizado e suas colocações. Vc é iluminada, obrigada.
Estou achando que eu sou muito idiota, pq nunca pedi isso a ele. Eu não tenho amigos árabes.
Não estou desesperada, mas achei que poderia ser legal. Mas, tb não posso esconder de vc, eu tenho medo.
Vc tem amigos que poderiam saber se ele já aprontou alguma coisa no Paquistão ou em Dubai? Se ele é uma pessoa decente mesmo.
Desculpe, pela ousadia ou folga, não sei. Mas, sinceramente, mesmo que seja através de pacote... Eu preciso me sentir segura. Já pensou se eu decido sair de carro com esse cara e de repente, acontece alguma coisa? Prefiro nem ir.
Eu liguei lá na Embaixada do Brasil p/ pedir ajuda, mas me ignoraram.
Já tentei buscar informações lá, em algum órgão do governo. Mas, eu não falo árabe e o meu inglês é bem mais ou menos. Vão pensar que eu sou louca.
Bjs e obrigada
A.


Olá A.
De tudo que vc me falou a única coisa que parece firme é o local de trabalho. Disso vc tem certeza? Pegue o telefone da empresa lá e ligue lá, sem ele saber, procure por ele. Tenha o telefone, endereço e os horários de trabalho dele. Também o endereço de onde ele mora, com quem ele mora.
Ele é casado?
E a familia dele mora no paquistão? Tem pais? irmãos?
Um terrorista não vai perder tempo com vc. Mas um homem a procura de sexo sim.
Se vc for pega com ele num hotel ou lugar impróprio pode ser acusada de prostituição (não precisa estar fazendo nada, basta estar junto) e isso é MUITO grave e não vai adiantar ele falar que não é isso. Se a policia religiosa achar que é, vc pode ter problemas.
Tudo vai depender das intenções dele e do cuidado que ele vai ter com vc. Ele conhece lá muito melhor que nós.
Investigar o nome dele não vai ajudar muito. Me parece que o emprego é a melhor informação até o momento.
Não há mais que eu possa fazer. Eu nunca estive em Dubai. Já pensei em ir, no caso eu ia me encontrar com um Saudita que iria para lá apenas para podermos nos encontrar. Mas a viagem não deu certo e perdi contato com ele. Sou uma pessoa que arisco muito. Mas não aconselho para nínguem, pois eu sei que é muito, mas muito fácil as pessoas mentirem e nos decepcionarem. E a responsabilidade disso é toda nossa. Por isso. Só vc pode avaliar seus riscos.
Bjs e boa sorte.
Mirela