Narguilé no Brasil

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Dizem que fumar narguilé é pior que cigarro comum! Em campinas você pode encontrar Narguilé no Shopping Dom Pedro :) segue a notícia interessante...


São Paulo – A difusão do uso do narguilé no Brasil está impulsionando o aumento das importações do produto dos países árabes. Enquanto entre janeiro e julho do ano passado as compras de narguilés árabes por parte dos brasileiros somaram US$ 18,8 mil, nos mesmos meses deste ano as importações alcançaram US$ 125 mil. O narguilé é aparelho para fumo tradicional no mundo árabe e entra no Brasil com a denominação de cachimbo ou piteira. Os números indicam aumento de 564% nas compras destes produtos no período.

"O turismo tem aumentado nos países árabes. Os ocidentais acabam conhecendo os hábitos dos árabes e quando voltam para os seus países procuram estes produtos", afirma o assessor especial da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Ely Dawly. Ele lembra também que a internet facilitou o contato dos demais países com os costumes árabes. No Brasil, o narguilé pode ser visto tanto em bares e restaurantes, onde normalmente é alugado pelos clientes para fumar, como pode ser adquirido em lojas de presentes e em tabacarias.

Os narguilés árabes adquiridos pelo Brasil neste ano vieram do Egito, Síria, Emirados Árabes Unidos e Líbano. O Egito foi o maior fornecedor, com US$ 80 mil. O segundo foi a Síria com US$ 26 mil, o terceiro os Emirados, com US$ 17,4 mil, e o quarto o Líbano, com US$ 1,4 mil. Entre os egípcios o narguilé é conhecido como shisha. As importações deste ano superaram as do ano passado inteiro, que somaram US$ 80 mil.

Muitos consumidores, segundo o empresário Radwan Raad, proprietário da Império Árabe, importadora paranaense de produtos árabes, compram o aparelho para decoração. "Eles querem algum objeto árabe", diz Raad. Normalmente decoradas, as shishas têm na parte inferior um vaso para se colocar água, geralmente de vidro. A parte superior - onde vão o fumo, que pode ser de vários sabores, e o carvão - é de metal. Para fumar, aspira-se por uma mangueira que faz a fumaça passar pela água e o que chega à boca parece um vapor frio, só que com sabor.

O empresário confirma que a procura pelo narguilé está crescendo no Brasil. De acordo com ele, já se disseminou entre os brasileiros o costume de reunir os amigos para fumar narguilé. "As pessoas levam o narguilé para a praia, para os bares, juntam os amigos para conversar e fumar", lembra Raad.

Bil Rajab, um dos proprietários dos bares Alibabar, de temática árabe, também fala da alta procura pelo produto. No Alibabar, que tem unidades na Vila Olímpia e na Zona Norte, em São Paulo, os clientes chegam a trazer os seus narguilés de casa para fumar.

Rajab afirma que quando ele abriu o primeiro Alibabar, na Zona Norte, há cinco anos, não tinha notícia de outro estabelecimento que oferecesse o produto. Hoje, vários bares, até sem a temática árabe, alugam o narguilé para os seus clientes fumarem. No Alibabar, o aluguel de um aparelho com dois carvões custa R$ 19. Se o cliente trouxer o narguilé de casa vai pagar R$ 10 para entrar com ele no bar. Quando abriu o Alibabar, Rajab até vendia narguilés, que ainda eram peças raras no Brasil. Mas ele saiu do negócio. "Hoje em qualquer esquina você encontra narguilé para comprar", diz.

De acordo com o importador Radwan, os preços do produto variam muito, mas os mais procurados, no Brasil, são os importados por preços entre US$ 10 e US$ 15. Nos países árabes, segundo o empresário, metade dos narguilés é feita de forma artesanal, em produções familiares. A outra metade é feita em indústrias, mas de pequeno porte.

Os chineses, porém, já descobriram o narguilé e estão fabricando o produto para exportar e vender até mesmo para os próprios árabes. O Brasil importa narguilés chineses. Nos sete primeiros meses do ano passado, levando em conta todas as importações do produto feitas pelo Brasil – e não apenas as oriundas do mundo árabe – o Egito foi o maior fornecedor, mas a China foi o segundo. O Brasil importou da China US$ 33 mil em cachimbos e piteiras entre janeiro e julho de 2007. O Brasil importou, nestes produtos, oriundos de diversas partes do mundo, um total de US$ 175 mil nos primeiros sete meses deste ano.

Apesar de os valores ainda não serem muito grandes, as compras de narguilés dos países árabes vêm aumentando a cada ano no Brasil. Em 2004, por exemplo, elas estavam em US$ 13,4 mil. Passaram para US$ 44,3 mil em 2005 e para US$ 80 mil em 2006.


Isaura Daniel
http://www.anba.com.br/noticia.php?id=15736

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