Mulheres árabes entre as 100 mais influentes do mundo

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

São Paulo - Cinco mulheres árabes fazem parte da lista das 100 mulheres mais influentes do mundo publicada na última semana pela revista Forbes. A publicação norte-americana é especializada em economia e negócios. As árabes ocupam o 72º, 79º, 82º, 97º e 99º lugares. O primeiro lugar na lista, entre as árabes, é de Maha Al-Ghunaim, presidente e diretora administrativa da companhia de investimentos Global Investment House (GIC), do Kuwait.

Maha tem 47 anos de idade e fundou, em 1998, a Global Investment House. Acabou cedendo, porém, o cargo de chefia a um banqueiro de mais idade. O motivo: por ser mulher, Maha não podia comparecer a reuniões informais na casa de executivos após o expediente, como reza a tradição do Kuwait, e é nesses encontros que muitas vezes negócios são fechados.

Em março de 2007, ela finalmente chegou à presidência da empresa. "A história e a experiência me ensinaram que se você fecha negócios, as pessoas entram em contato com você", diz. Sob seu comando, o banco de investimentos cresceu e hoje administra ativos de mais de US$ 7 bilhões. Recentemente, a companhia recebeu permissão para operar no Catar e agora pretende entrar na Arábia Saudita.

Maha Al-Ghunaim acredita que existem muitas oportunidades no Oriente Médio e Norte da África. Ela participa de mais de meia dúzia de conselhos, é presidente no Kuwait da organização pan-árabe Young Arab Leaders, que promove a educação e o empreendedorismo.

A mulher árabe de número 79 na lista da Forbes é Mozah Bint Nasser Al-Missned, primeira-dama do Catar. Mozah vem usando sua influência crescente para promover a educação e o desenvolvimento no mundo árabe e em seu país, rico em reservas de gás natural e sede da rede de TV Al-Jazeera, que pertence ao seu marido, o emir Hamad Ben Khalifa Al-Thani. Em maio último, Mozah viajou pelos Estados Unidos, onde fez uma série de discursos sobre as concepções errôneas que os ocidentais têm das mulheres muçulmanas e sobre a necessidade de se combater a violência no Oriente Médio por meio da erradicação da pobreza e da falta de esperança.

Recentemente, Mozah anunciou a criação da Fundação Árabe para a Democracia, com uma doação de US$ 10 milhões do seu marido, o emir do Catar. A fundação deverá incentivar o desenvolvimento da sociedade civil e estimular a liberdade de imprensa, entre outras ações. Mozah já defende a liberdade de expressão nos debates que ocorrem em Doha, capital do Catar, fóruns mensais onde são debatidas questões polêmicas com a participação de convidados como lideranças de Israel.

Uma das maiores realizações de Mozah Bint Nasser Al-Missned é a Cidade da Educação, um campus de 4,046 mil metros quadrados perto de Doha, que abriga filiais das universidades de Georgetown, Carnegie Mellon e Virginia Commonwealth.

A rainha da Jordânia, Rania Al-Abdullah, ocupa a 82ª posição na lista da revista Forbes. Rania é uma grande defensora dos direitos das mulheres no Oriente Médio. A rainha também chama a atenção para a necessidade de ajudar a juventude do mundo árabe. Muitas mudanças estão acontecendo por influência da rainha Rania. Um exemplo: a Injaz al-Arab, organização não-governamental (ONG) voltada para a educação de crianças em países árabes. Em abril deste ano, a Jordânia inaugurou seu primeiro museu interativo para crianças.

O trabalho de Rania for reconhecido nos Estados Unidos: em maio, a Universidade de Harvard batizou duas bolsas de estudo para mulheres jordanianas com o nome da rainha.

A 97ª posição na lista das 100 mulheres mais influentes do mundo, segundo a revista Forbes, é ocupada por Vidya Chhabria, presidente da companhia Jumbo Group, dos Emirados Árabes Unidos, com capital avaliado em US$ 2 bilhões. Chhabria assumiu a presidência do conglomerado em 2002, após a morte de seu marido, Manu Chhabria.

Sediado em Dubai, o grupo administra 28 companhias operando em mais de 50 países, nos setores de bens duráveis, produtos químicos, maquinário, bebidas alcoólicas e agricultura. A companhia é mais conhecida como proprietária da Jumbo Electronics, uma das maiores distribuidoras de produtos eletrônicos, tecnologia da informação, produtos para o setor de telecomunicações e eletrodomésticos do mundo.

O 99º lugar na lista da Forbes é ocupado por Lubna Al Qasimi, ministra da Economia dos Emirados Árabes Unidos. Lubna assumiu o cargo em 2004. Ela ficou em evidência no ano passado, após a tentativa da companhia Dubai Ports World de assumir a administração de importantes portos nos Estados Unidos. Coube a Lubna tranqüilizar o mercado internacional.

Em abril deste ano, Lubna foi aos Estados Unidos em missão especial e reuniu-se com 30 congressistas, durante quatro dias, para "mostrar a cara dos Emirados Árabes Unidos", como ela mesma diz, com um sotaque norte-americano perfeito. Em seu país, Lubna implementou leis mais rigorosas para evitar a ação de especuladores no mercado de ações, exigiu maior transparência e introduziu conceitos de governança corporativa. A ministra de 49 anos de idade viaja para quatro países por mês para promover relações comerciais. "Estamos construindo nossa 'marca'", ela afirma.

Formada em ciência da computação pela California State University, Lubna foi diretora de tecnologia da informação do Departamento de Portos de Dubai. Posteriormente, o vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, encarregou Lubna de cuidar de uma nova empresa de comércio eletrônico (www.tejari.com), que ela transformou na maior companhia on-line de business-to-business (B2B) do Oriente Médio.

Em junho deste ano, Qasimi lançou um perfume com seu nome, na loja de artigos de luxo Saks Fifth Avenue em Dubai, e doou 20% do lucro para a organização de Dubai Amigos dos Pacientes de Câncer, onde é membro do conselho administrativo. O restante do lucro ficou com o criador do perfume e com a Saks.

Pelo segundo ano consecutivo, Angela Merkel, primeira mulher a ser eleita chanceler da Alemanha, encabeça a lista de mulheres mais influentes do mundo. Entre outras realizações, Merkel conseguiu fazer com que os países membros do G8 concordassem em reduzir de forma significativa a emissão de gás carbônico e convenceu os países da União Européia (UE) a assinar um acordo para modificar a Constituição Européia.

*Tradução de Gabriel Pomerancblum
http://www.anba.com.br/noticia.php?id=15802

2 comentários:

She Python disse...

muito bom bom bom...

Anônimo disse...

alguem tem q ter problema no rcoração?abraço
o/