Não posso dizer

quinta-feira, 20 de março de 2008

Se eu pudesse diria agora, aquilo que me comove
Que me remete a essa loucura
Incapaz de cometer
Pelos infortúnios da vida e da covardia
Minha
Sinto-me presa e sem poder reivindicar
Assumindo a pena com pena de mim
Inexplicavelmente quero que o mundo pare
E que tudo fique sem movimentos e sem som
E te imagino aqui
Ó é evidente e óbvio
Como todo o branco ao redor, sem atrativos, nos cega
Quero desvendar teu corpo
Saber por que és doce
Quero ver-lhe nu e calado
Porque não podemos falar?
Nem nos conhecer?
Admiro como se tu foste uma pintura
E desenho nossos enlaces apaixonados
Impossível decifrar-te pelos olhos acostumados com o clarão
Quero tocar-te agora
Não posso e se toco não sinto
Não sou nada, não encontro nenhuma inteligência em mim
Quando acredito que posso entender-te, mas insisto
Quero trazer-te e dominá-lo, sou branca
E admiro-te como se foste diferente de mim
E é o que sinto e por isso não posso dizer
Mirela Goi
20/03/2008

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