Agência paulista que elabora estudos de comportamento e inovação realizou uma pesquisa no Oriente Médio e na África.

domingo, 20 de julho de 2008

São Paulo – Pesquisar comportamento e buscar soluções inovadoras para o mundo corporativo. Essa é a missão da Mandalah, empresa criada no final de 2006, em São Paulo. Desde então, Igor Botelho e Lourenço Bustani, sócios criadores da agência, vêm ajudando grandes empresas, nacionais e estrangeiras, a se relacionar e comunicar melhor com seus consumidores. "Mais que isso, nós buscamos o humano por trás do consumidor. Por isso o H no nome Mandalah", explica Igor.

No começo de julho, Bustani fez uma viagem para os Emirados Árabes Unidos e para a África do Sul. O objetivo era realizar uma pesquisa comportamental para uma empresa automotiva sediada nos Estados Unidos (eles nunca revelam os nomes dos clientes).

Segundo Lourenço, o projeto completo envolve três regiões: América Latina, Oriente Médio e África. Como as tendências que surgem em Dubai acabam influenciando os demais países ao redor dos Emirados, o trabalho da Mandalah se concentrou apenas lá. Na África do Sul, a equipe ficou em Johanesburgo. "Fomos até esses locais para conversar com consumidores e experts e fazer o que chamamos de 'etnografia'", conta o sócio. "Nosso trabalho de investigação vai muito além das questões de consumo".

Arquivo pessoal/Lourenço Bustani Arquivo pessoal/Lourenço Bustani

Equipe da Mandalah fez filmagem em Dubai

A Mandalah foi acompanhada de uma equipe de filmagem. O resultado final do trabalho é apresentado no formato de um documentário, acompanhado de relatórios estratégicos sobre os três mercados estudados.

Essa foi a primeira vez que a empresa foi a um país árabe. "Mas não é a primeira vez que fazemos trabalho fora", diz Lourenço. A Mandalah, aliás, tem uma filial na Cidade do México. E deve dar largos passos no futuro, rumo a Londres e Nova York.

Raízes libanesas

Lourenço Bustani é bisneto de libanês. Quando o bisavô chegou ao Brasil, foi logo para a Bahia. Lá nasceu seu avô, que quando cresceu, foi para Rondônia. Lá nasceu seu pai, que foi para o Rio estudar para ser diplomata. Lourenço, por conta da profissão do pai, nasceu em Nova York.

O sócio da Mandalah conta que a família daqui ficou muito tempo sem contato com a família Bustani do Líbano. Há cerca de dez anos, no entanto, eles se reencontraram. "E o mais curioso é que mesmo sem estarmos em contato durante anos, descobrimos que temos os mesmos interesses, circulamos pelos mesmos meios e cultivamos os mesmos hábitos", conta. Um exemplo: José Bustani, o pai de Lourenço toca piano. A prima distante Myrna Bustani não só toca como organiza o festival anual de Mozart, no hotel comandado por ela, o Al-Bustan.
Arquivo pessoal/Lourenço Bustani Arquivo pessoal/Lourenço Bustani

Lourenço vestido a carater em Dubai



Lourenço já esteve duas vezes em Beirute. Na segunda passagem por lá, há dois anos, foi para o festival organizado por Myrna. Ele também foi à Síria e à Jordânia. Em Dubai, o brasileiro pisou pela primeira vez agora, a trabalho. E saiu de lá como quem sai de um programa de computador, de uma realidade virtual na qual prédios e obras faraônicas são erguidos em questão de dias. Ele não viu nada que lembrasse o Brasil por lá, a não ser por questões econômicas, como a indústria do turismo e do petróleo, e sociais. "Lá também tem uma desigualdade gigante", disse. "Mas é difícil comparar com Dubai com qualquer outro lugar do mundo."

Para ele, é o lugar perfeito para as pessoas que querem ganhar dinheiro rápido. "Tudo é glamour, o maior, o melhor, o mais alto", diz. E tudo é transitório – os estrangeiros, grande maioria, querem ficar um par de anos por lá e depois ir embora. "Mas os brasileiros que conhecemos e entrevistamos por lá já se ajeitaram. Sabem se divertir, viver bem e não têm data definida para voltar."

Saiba mais:
www.mandalah.com.br

0 comentários: