Edição polêmica de HQ de Tin TIn é relançada no Brasil. No episódio o jornalista vai à África e a história é cheia de estereótipos preconceituosos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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A Folha de S. Paulo publicou interessante matéria na edição de hoje por ocasião do lançamento em português da coleção de HQs do personagem TinTin, do belga Georges Remi, o Hergé. Na verdade, a reportagem foca uma edição polêmica que tem o título original "Tintin au Congo". Foi considerada uma das visões mais preconceituosas da série de aventuras do personagem jornalista. Na reportagem de Pedro Cirne, o texto informa que quando a edição foi lançada na Inglaterra pela editora Edgmont, em 2005, trazia um aviso alertando leitores sobre os estereótipos e o conteúdo ofensivo da história. Em 2007, a Comissão para Igualdade Racial (CRE) pediu às livrarias britânicas que retirassem de suas prateleiras a HQ.

Veja trecho da matéria "Polêmica HQ de Tintim é relançada" de Pedro Cirne, na Folha:


"Nesta aventura, Tintim viaja à África para escrever reportagens. Chega ao Congo Belga (que depois viria a se chamar Zaire e, atualmente, República Democrática do Congo), então uma colônia da Bélgica (curiosamente, na primeira edição portuguesa, o nome foi alterado e virou "Tim-Tim em Angola", então colônia de Portugal). É nesse ponto que começam as questões que trariam problema aos futuros editores.

Tintim aparece como mais forte e inteligente que os africanos, retratados com inocência infantil e subservientes. Em uma cena, após causar um acidente que derruba um trem, ele convence os congoleses a colocar a máquina de volta aos trilhos sem que ele mesmo precise fazer força. Em outra, o jornalista substitui o professor dos jovens africanos e leciona aos congoleses sobre a sua "pátria, a Bélgica".

Quando Tintim volta à Europa, os africanos criam um ídolo de madeira para adorá-lo como se fosse um deus.

Há, ainda, cenas de violência contra animais. Em uma passagem, Tintim explode um rinoceronte com uma dinamite. Além disso, derruba mais de dez antílopes a tiro."

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