Designer egípcio conhecido como o poeta do plástico expõe pela primeira vez no Brasil.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

São Paulo – O designer egípcio Karim Rashid abriu sua primeira mostra no Brasil, na semana passada, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A exposição poderá ser vista até o dia 4 de janeiro de 2009. Entre as cerca de 60 peças apresentadas ao público brasileiro, estão alguns dos principais trabalhos do designer, reconhecido mundialmente por suas criações coloridas – com predominância do rosa -, alegres e, claro, úteis. Karim faz design para todos, é democrático, como gosta de dizer. Em 2006, quando abriu seu escritório no Brasil, ele concedeu uma entrevista à reportagem da ANBA.

Na mostra de São Paulo estão obras representativas do trabalho de Rashid e importantes para entender sua evolução. Estão expostos peças de mobiliário, como as cadeiras Poly e Club Br, a namoradeira Love Seat, desenhada para a Veuve Clicquot e vendida por cerca de 10 mil dólares, e os sofás Spline e Zanotta Koochy. O visitante também poderá encontrar a lixeira Garbino, a luminária BlobM e os vasos da linha Ego. Tudo sempre muito colorido e abusando das formas orgânicas. O resultado e um design futurístico.

Logo na entrada da mostra, um choque aos visitantes. Uma estátua de cera de Karim Rashid convida os transeuntes a um passeio pelo que há de mais novo no design mundial. E as cores não param de surpreender os olhos. Amante inconstestável do rosa, ele apresenta luminárias translúcidas e um belo sofá, feito de fibra de vidro, que completam às boas vindas. Mais isso é só o começo, painéis mostram detalhes de seus projetos arquitetônicos, entre eles um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e uma loja de departamentos em Moscou, na Rússia.

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Mesa de som amarela

A curadoria da exposição foi feita por Albrecht Bangert, que vive em Munique, fundador da editora Bangert e do estúdio Bangert, que desenvolvem projetos de livros e exposições para artistas, arquitetos e designers do mundo todo. A maior parte dos objetos veio do museu alemão Die Neue Sammlung, também de Munique. Peças de Rashid, no entanto, estão espalhadas por várias instituições, entre elas o MoMA, em Nova York, cuja última aquisição para seu acervo foi a lixeira Garbino.

Designer do mundo

Filho de pai egípcio e mãe inglesa, Rashid nasceu no Cairo, em 1960, mas logo a família mudou-se para o Canadá. Por lá, cursou Desenho Industrial e, quando formado, transferiu-se para a Itália, a terra do design e da moda. Com a experiência italiana, voltou ao Canadá propondo às empresas trabalhar com plástico (polipropileno), mas ainda era difícil inserir o material no mercado.

Na década de 1990, o designer, enfim, fincou os pés na Big Apple. A inauguração do escritório em Nova York abriu portas para Rashid. Em pouco tempo, as audaciosas criações do designer encantaram marcas renomadas internacionalmente como Prada, Giorgio Armani, Carolina Herrera, Lacoste, ligadas à moda, e também de outros setores. Ele desenvolveu trabalhos para Hyundai, Sony, Veuve Clicquot e Citibank, por exemplo.

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Melissa desenhada por Rashid em 2005

Rashid faz de tudo, de revista à sandália, de decoração de hotéis e restaurantes à frascos de perfume. Atualmente, mais de 2.000 produtos levam a assinatura dele em todo o mundo. Entre eles, a sandália Melissa, da Grendene. Em 2005, Rashid foi convidado a desenhar um modelo da popular marca brasileira. Deu salto alto e, claro, muitas cores à sandália. A Melissa by Karim Rashid, por sinal, também está na mostra.

Serviço

Exposição Karim Rashid, arte e design num mundo global
Quando: até 4 de janeiro de 2009
Onde: Instituto Tomie Ohtake, avenida Faria Lima, 201, São Paulo
Entrada gratuita

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