Embaixador da Tunísia, Sefeddine Cherif, disse à ANBA que cada vez mais companhias tunisianas procuram na embaixada informações sobre o mercado brasileiro.

quarta-feira, 26 de março de 2008

São Paulo – Cada vez mais empresas tunisianas buscam informações sobre o Brasil e companhias brasileiras procuram dados sobre a Tunísia. A informação foi dada ontem (24) à ANBA pelo embaixador tunisiano em Brasília, Sefeddine Cherif, que visitou a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. "Muitas empresas têm demonstrado esse interesse", disse o diplomata.

Segundo ele, prestar informações sobre os mercados dos dois países faz parte do dia-a-dia da embaixada. "É uma preocupação importante que nós temos", afirmou. De acordo com Cherif, procuram a representação diplomática especialmente companhias brasileiras que querem exportar produtos industrializados e alimentos, assim como empresas tunisianas interessadas em vender mercadorias como azeite de oliva, tâmaras e peças de reposição.

"É muito importante aumentar as trocas comerciais entre os dois países. Os nossos produtos, por exemplo, são muito confiáveis", afirmou o embaixador. "Nesse sentido, é importante também intensificar as viagens de delegações, assim os empreendedores podem identificar oportunidades, com a ajuda das embaixadas e da Câmara de Comércio", acrescentou.

Cherif destacou a relevância do conhecimento mútuo. Como exemplo, ele citou a vinda ao Brasil no início deste mês de representantes do grupo tunisiano Elloumi, que planeja ter no país uma fábrica de cabos elétricos para a indústria automobilística. "Eles vão fazer um bom trabalho por aqui", declarou.

Para o embaixador, incentivar os investimentos recíprocos é uma de suas prioridades. Ele quer também que companhias brasileiras invistam na Tunísia. "Somos um país aberto, com estabilidade política e econômica, muito perto da Europa e a partir do início deste ano nossa parceria com a União Européia passou a valer de maneira mais ampla", afirmou. As alíquotas de importação de produtos industrializados foram zeradas.

Ele acrescentou que se instalar na Tunísia pode significar uma vantagem para empresas do Brasil que querem acessar o mercado europeu. "As licenças para investimentos saem em 24 horas. As coisas são fáceis, não temos barreiras burocráticas, pois queremos incentivar esses investimentos", disse. "E as companhias brasileiras atuam em uma grande variedade de atividades que podem se encaixar na Tunísia", ressaltou.

Cherif lembrou que os dois países têm relações diplomáticas sólidas há mais de 40 anos, sendo que o Brasil foi um dos primeiros países a ter um consulado em Túnis no final dos anos 50. E essas relações, segundo ele, têm se fortalecido nos últimos anos com visitas de autoridades, a formação da Comissão Mista Bilateral, a criação do Conselho Empresarial Brasil-Tunísia, que terá sua próxima reunião este ano, e a realização de missões empresariais.

O embaixador acrescentou que as duas nações já têm acordos de cooperação assinados nas áreas de cultura e educação e que negociam atualmente um tratado no ramo do turismo, com o objetivo de fomentar a troca de experiências e o fluxo bilateral de turistas. "Este fluxo está crescendo, mais tunisianos vêm ao Brasil e mais brasileiros vão à Tunísia", declarou.

Ele ressaltou que o turismo é uma atividade muito importante para a economia tunisiana, pois o país recebe anualmente mais de 6 milhões de visitantes. "Os brasileiros gostam de viajar e muitos têm condições de ir à Tunísia, que dará as suas boas vindas", disse.

Cherif, de 45 anos, está no Brasil há quatro meses e uma das coisas que mais lhe chamou a atenção foi o desenvolvimento da economia brasileira. "A economia brasileira é ampla, cresceu mais de 5% no ano passado e está resistindo à crise financeira internacional. Isso, aliado ao volume de reservas internacionais, mostra que o país está andando para frente com confiança e sabedoria", destacou.

Ontem, além da Câmara Árabe, Cherif visitou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e, no domingo, participou de um almoço com a comunidade tunisiana que vive na cidade para comemorar o aniversário da independência do país, ocorrida em 20 de março de 1956. Hoje ele visitará o Hospital Sírio-Libanês, terá um encontro com o prefeito Gilberto Kassab e uma reunião da Câmara Municipal.

As exportações do Brasil para a Tunísia chegaram a quase US$ 170 milhões no ano passado, um aumento de 12,6% sobre 2006. Os principais produtos embarcados foram açúcar, aços laminados, café, vergalhões e chapas de alumínio. Já as importações somaram US$ 121 milhões, um crescimento de 48%. Os principais itens comprados foram fertilizantes e outros produtos químicos, resíduos de alumínio, cabos para a indústria automobilística, tâmaras secas e peças para máquinas registradoras.


http://www.anba.com.br/noticia.php?id=17777

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