Brasil quer exportar sua literatura

sexta-feira, 25 de julho de 2008

São Paulo – O Brasil vai promover sua literatura no exterior. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex) assinaram ontem (23) um acordo para criação de um Projeto Setorial Integrado (PSI) com esse objetivo. A idéia é vender para editoras estrangeiras direitos autorais de autores brasileiros.

Apesar de alguns escritores nacionais, como Jorge Amado e Paulo Coelho, serem bastante conhecidos mundo afora, não se trata de uma regra geral. "Fora alguns poucos casos o Brasil não exporta muito sua literatura, a produção do país não é muito conhecida no exterior", disse à ANBA a conselheira consultiva da CBL, Mirian Gabbai. Nesse sentido, segundo ela, a iniciativa é "inovadora".

Como em outros programas desenvolvidos pela Apex, o PSI com a CBL prevê uma série de ações, como consultoria às empresas participantes, identificação de mercados potenciais, participação em feiras internacionais e a realização de projetos comprador e de imagem. O convênio nasce com 28 editoras participantes.

Não haverá limitação de temas. Segundo Mirian, o projeto pretende promover a exportação da cultura brasileira, seja por meio de obras de ficção, livros técnicos, universitários, sobre religião, entre outros. Ele não está também restrito aos membros da CBL, editoras não associadas podem participar.

Da mesma maneira, não há restrição sobre o tamanho da empresa. De acordo com a conselheira, entre as editoras já inscritas a menor tem 70 títulos em catálogo e a maior 2 mil. A exigência é somente que os trabalhos a serem promovidos sejam de autores brasileiros.

O PSI, que terá prazo de dois anos de duração, tem um orçamento inicial de R$ 2,8 milhões, sendo que metade ficará a cargo da Apex e a outra metade das empresas e da CBL. Os organizadores esperam que sejam gerados negócios de US$ 1,56 milhão nesse período.

Ações

Segundo Mirian, uma atividade já foi realizada, que foi a vinda ao Brasil, no início do mês, do alemão Frank Jacoby, especialista na área de direitos autorais. Entre as ações previstas estão o lançamento de um catálogo em inglês e espanhol com as publicações das editoras envolvidas e a participação brasileira na Frankfurt Book Fair, em outubro na Alemanha; na Feria Internacional del Libro de Guadalajara, no México, que vai ocorrer em dezembro; na Bologna Book Fair, na Itália em março de 2009, na London Book Fair, em abril do próximo ano; e na Feria Internacional del Libro de Madri, em outubro de 2009.

O primeiro projeto comprador, segundo os organizadores, deverá ocorrer já em agosto deste ano durante o Congresso Ibero-Americano de Editores, no Rio de Janeiro. Essa atividade consiste em trazer executivos de editoras, agentes literários e representantes de feiras internacionais ao país para negociar com as empresas brasileiras.

Na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorre também em agosto, os organizadores querem promover o primeiro projeto de imagem com a presença de jornalistas internacionais no evento.

Em termos de mercados, de acordo com Mirian, inicialmente o projeto centrará fogo na Europa. "Os europeus estão acostumados a comprar e vender direitos autorais e é mais fácil negociar como eles livros que não são best sellers", declarou.

Mais informações

CBL
www.cbl.org.br

Apex
www.apexbrasil.com.br

 

http://www.anba.com.br/noticia_oportunidades.kmf?cod=7532265

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