Grupo de jornalistas ativistas publica lista dos países com maior censura na internet

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A censura na internet pode ser entendida como a supressão de publicações ou do acesso às informações que estejam contidas na rede mundial de computadores, com padrões legais similares à censura não virtual. As decisões de bloquear determinados sites, palavras-chave ou domínios são estritamente governamentais e podem ser praticadas de diversas formas.

Uma das alternativas para se controlar downloads indesejados é a diminuição da velocidade de conexão de todo o país. No Irã, por exemplo, blogueiros, ativistas virtuais e até mesmo técnicos de informática já enfrentaram sentenças de prisão e diferentes formas de violência física por terem desafiado as repressoras leis de imprensa do país.

Um grupo virtual de jornalistas ativistas, denominado Reporters Without Borders (Repórteres sem Fronteiras), que luta contra todo e qualquer tipo de repressão praticada na rede, elaborou uma lista com os 13 países mais intolerantes do mundo e os classificou como "Internet Enemies", ou Inimigos da Internet. São eles: Arábia Saudita, Bielo-Rússia, China, Cuba, Egito, Irã, Coréia do Norte, Mianmar, Síria, Tunísia, Turcomenistão, Usbequistão e Vietnã.

Arábia Saudita
A Arábia Saudita não faz questão nenhuma de camuflar a sua censura ao conteúdo disponibilizado na internet. Diferentemente da China, onde os sites sofrem constantes bloqueios devido à "problemas técnicos", os filtros usados na internet da Arábia Saudita avisam claramente aos usuários que o acesso a determinados sites são proibidos. A censura está basicamente concentrada em conteúdo pornográfico, mas também visa sites de oposição política, publicações israelenses ou sites que apresentam conteúdo homossexual.

Bielo-Rússia
O gorverno do país monopoliza as telecomunicações e não hesita em bloquear o acesso aos sites de oposição sempre que sente necessidade, especialmente em tempos de eleições. Publicações independentes também são freqüentemente atingidas.

China
A China continua a ser, inquestionavelmente, um dos países mais avançados do mundo em termos de filtros aplicados a conteúdo online. Autoridades chinesas monitoram cuidadosamente os progressos tecnológicos para garantir que nenhuma nova janela se abra para a liberdade de expressão. Incialmente focadas em sites de bate-papo e fóruns online, os novos alvos das autoridades chinesas são agora os blogs e as trocas de vídeos. Em um país com cerca de 17 milhões de blogueiros, poucos se atrevem a abordar assuntos considerados 'delicados'.

Cuba
Com menos de 10% da população online, Cuba é um dos países mais atrasados do mundo em termos de acesso à internet. Uma investigação realizada pelo grupo Repórteres sem Fronteiras revelou que o governo cubano usa diferentes níveis de proteção para garantir que este meio de comunicação não sirva como base para uma revolução. O primeiro passo foi impedir acessos domésticos. Cubanos que queiram checar e-mails, por exemplo, precisam ir até lan-houses ou universidades, pois nesses locais as atividades são mais facilmente monitoradas. O segundo passo foi fazer com que a própria polícia instalasse os softwares em computadores de cybers cafés e da maioria dos hotéis do país. Cada vez que buscas com palavras-chave proibidas são efetuadas, a polícia é avisada. 'Revolução', 'sexo' e 'gay' são algumas delas.

Irã
A repressão contra blogueiros no Irã apresentou uma pequena redução a partir de 2006, depois que mais de 20 blogueiros foram presos no ano anterior. Mas os filtros da internet iraniana continuam a trabalhar prefeitamente, e nos dias de hoje são mais 10 milhões os sites considerados "imorais". Pornografia, política e religião são os temas mais delicados. A recente aparição de sites com conteúdo relacionado aos direitos humanos da mulher e dos homossexuais também fez com que as autoridades do país bloqueassem a conexão com outros países. Assim, o acesso à cultra ocidental (como vídeos e músicas) ficou totalmente impossibilitado.

Coréia do Norte
A internet da Coréia do Sul continua sendo considerada como o maior buraco negro do mundo. Apenas poucos oficiais do país têm acesso à rede, que utiliza conexões alugadas da China. O domínio do país, .nk, ainda não foi lançado e os poucos sites que existem são criados pelo governo do Japão e da Coréia do Sul.

 

http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/3_51_68049.shtml

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