Percussão árabe promove inclusão social

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

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A orientadora pedagógica, Aida Gamal, ajuda um aluno a entrar no ritmo

São Paulo – O final de tarde das terças-feiras está mais alegre e ritmado para um grupo de crianças do Núcleo Habitacional Getúlio Vargas, no Bairro São Quirino, em Campinas. Há alguns meses elas fazem parte da Orquestra de Percussão Árabe do Instituto Jerusalém do Brasil, criado na cidade do interior paulista em 1981.

O projeto da orquestra é resultado de um convênio assinado em 2007 entre o instituto, o Ministério da Cultura e a Prefeitura de Campinas. O grupo, formado por 19 crianças da rede pública de ensino, com idades entre 10 e 14 anos, sob a orientação do professor Willian Bordokan, está aprendendo a tocar cinco instrumentos de percussão árabe: derbake, daf, ketem, tabel e snukes.

"O objetivo é estimular a inclusão social, cultural e econômica dos adolescentes das comunidades de baixa renda e seus familiares", afirma Ali El-Khatib, superintendente do Instituto Jerusalém do Brasil.

Segundo ele, enquanto as crianças participam do ensaio da orquestra, que tem orientação pedagógica de Aida Amaral, as mães e irmãs participam de oficinas de danças árabes. "Agora eles estão numa seqüência pedagógica gradual de ritmos e toques para depois formar um conjunto musical", observa o superintendente.

De acordo com Khatib, a idéia de criar uma orquestra árabe surgiu em 2004, quando o então secretário-geral do Ministério da Cultura, Célio Turino, estava analisando todas as iniciativas do instituto, que na época já tinha 23 anos de eventos voltados à cultura árabe. "Pensamos em fazer uma orquestra de inclusão. Fizemos o projeto, ele foi aprovado e o instituto foi incluído como um dos 600 pontos de cultura do Brasil", disse.

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As crianças da orquestra estão aprendendo a tocar cinco instrumentos de percussão árabe

O passo seguinte foi a contratação do maestro, a definição de um espaço para os ensaios e dos instrumentos de percussão que foram importados de países árabes como Tunísia, Egito, Síria e Palestina.

"O apoio financeiro do ministério e da prefeitura possibilitou também a compra de um kit multimídia com câmera fotográfica, filmadora e dois computadores para trabalhar imagens e som e interligar o projeto com os demais pontos de cultura do país", conta Khatib. A contrapartida do instituto é a parte organizacional e estrutural, como papel, tinta e uniformes. "Estamos inclusive buscando para o futuro o apoio de uma entidade que tenha ligação com os países árabes", diz.

Convites

A orquestra de percussão árabe ainda nem está em processo de formação e já recebeu dois convites. O primeiro é para realizar um ensaio aberto durante um evento do Ministério da Cultura nos dias 13, 14 e 15 de novembro, em Brasília. O segundo convite é para participar do Fórum Social Mundial, que vai ocorrer no começo de 2009, em Belém do Pará.

Na telinha

Uma novidade que vem mexendo com a rotina dos integrantes da orquestra e toda a comunidade do Núcleo Habitacional Getúlio Vargas é a gravação de uma matéria para a TV Brasil, do governo federal, agendada para o dia 14 de outubro. "Está todo mundo unido em torno do projeto e incentivando as crianças, cheios de esperança. O sonho de ver a percussão árabe resolvendo os problemas da comunidade começa a virar a realidade", diz o superintendente.

Contato

Instituto Jerusalém do Brasil
Fone: +55 (19) 3243-8329
E-mail: institutojerusalembr@terra.com.br
 

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