HRW pede inquérito sobre violência na Nigéria

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - A organização internacional de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch, sediada em Nova Iorque, exigiu ao Governo nigeriano a abertura dum inquérito e o julgamento dos responsáveis pelos actos de violência de Jos, capital do Estado de Plateau (norte), que fizeram centenas de mortos nos últimos dias.

"O Governo nigeriano deve imediatamente constituir um inquérito independente para descobrir os que levaram a cabo estes massacres", pediu a organização num comunicado transmitido à PANA em Lagos.

De acordo com a HRW, o inquérito deve apurar se "um membro das forças de segurança reagiu a esta violência pelo uso desproporcional da força".

"O Governo deve igualmente tomar medidas concretas para pôr termo às políticas discriminatórias que tratam alguns grupos como cidadãos de segunda e que provocou estas violências", sublinhou a directora da Divisão África da Human Rights Watch, Gorgette Gagnon.

Sgeundo ela, este recrudescimento de violência chocante não deve ser uma surpresa para as autoridades nigerianas pois, explica, é o resultado directo da incapacidade do Governo de prever o nível de tensão étnica e religiosa no Estado de Plateau durante as recentes eleições, muito menos de atacar as causas fundamentais.

A organização de defesa dos direitos humanos exorta ainda as forças de segurança nigerianas a respeitar os princípios fundamentais das Nações Unidas no exercício da sua missão de restabelecimento da ordem em Jos.

Ela insta igualmente o Governo federal a votar uma lei que proíba a discriminação estatal contra as populações não indígenas em todos os domínios.

"As autoridades federais e estaduais devem igualmente levar a cabo uma campanha de sensibilização pública baseada nos direitos inerentes à cidadania nigeriana e na necessidade de pôr termo à discriminação contra os não indígenas", nota o comunicado.

Por outro lado, prossegue, estas políticas discriminatórias reduzem milhões de Nigerianos a um estatuto de cidadãos de segunda e alimentam as chamas das violências étnicas e religiosas, que eclodiram frequentemente durante as eleições.
 

0 comentários: