sexta-feira, 19 de julho de 2013

acho que uma correção

qallbi arabi


Come over here cyclone
beloved
Habib albi

Maktub

When should I meet him?

Falling on my dreams
Like a need
I believe. I´m feeling it

Tear drops falling on my face

Oh little! Tefell
Sweetest words Baba
Machallah

Tear drops falling on my face

There are a lot to do
Allah, give me power
To hit this qallbi arabi


For Rached
Tunisia

Mais estudos árabes na USP

sexta-feira, 10 de junho de 2011

São Paulo – Criado no fim de 2008 para ajudar a Universidade de São Paulo (USP) a aumentar a quantidade de pesquisas sobre Rússia, Ásia e Oriente Médio, o Laboratório de Estudos da Ásia (LEA) se prepara para lançar o primeiro livro com artigos produzidos por seus acadêmicos em agosto. É o primeiro passo do LEA em seu curto período de vida. Antes deste livro, resultado de um trabalho acadêmico, o LEA lança em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) um livro sobre a Rússia.

Co-coordenador do LEA, o professor Angelo Segrillo afirma que o laboratório foi rápido na produção do primeiro livro com artigos acadêmicos sobre os países estudados, mas observa que a língua é a maior barreira para os pesquisadores.

"Quando vim para cá, eles queriam um professor de história contemporânea com ênfase em Ásia", afirma Segrillo, que é especialista em história da Rússia e ex-URSS eurasiana. "Eles queriam alavancar os estudos sobre a Ásia. Eu achava que São Paulo estava mais avançado neste sentido, mas mesmo aqui essa produção ainda é embrionária", observa Segrillo, que vive em Niterói, no Rio de Janeiro, mas está na USP, em São Paulo, três dias da semana.

O LEA é dividido em três grupos de trabalho. Segrillo coordena os grupos de trabalho de Rússia e Ásia Central e Ásia. Outro professor coordenador do LEA, Peter Demant, coordena o grupo de trabalho de Oriente Médio e Mundo Muçulmano, mas ele está afastado e retorna no segundo semestre. O LEA é subordinado ao Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), mas tem pesquisadores de outras faculdades e universidades. Quando a língua-mãe do país ameaça interromper algum projeto de pesquisa, o Departamento de Línguas Orientais da FFLCC ajuda os profissionais do LEA.

"Para estudar e desenvolver o projeto Stricto Sensu (mestrado e doutorado), o pesquisador precisa conhecer a língua-mãe, consultar os documentos originais", afirma Segrillo. Além da barreira cultural, Segrillo diz que a formação dos estudantes também prejudica o desenvolvimento de trabalhos que contemplem países do Oriente. "A formação dos alunos ainda é eurocêntrica. Há menos trabalhos sobre a Ásia do que sobre a África", diz.

O Grupo de Trabalho de Oriente Médio e Mundo Muçulmano costuma atrair mais alunos e pesquisadores do que os outros. Segundo a pesquisadora Carolina Alberice, este grupo recebe mais estudantes porque os países e os temas da região têm uma exposição maior do que os outros. Atualmente, há nove pesquisadores neste grupo de trabalho. "Muitas pessoas leem sobre o assunto, veem as notícias e se interessam em conhecer melhor o que acontece na região", afirma.

Não há um número fixo de países contemplados por este grupo de trabalho. São estudados os países muçulmanos (inclusive aqueles que estão na África) e do Oriente Médio (mesmo que não sejam árabes). Irã, Israel e Turquia também são temas de estudo no LEA. Mas não são os únicos. Todos os assuntos que envolvam a região e a religião ganham espaço no grupo de trabalho. Uma das alunas, por exemplo, desenvolve um projeto acadêmico sobre o papel da mulher na Turquia e no Egito. O país do Norte da África foi tema de duas reuniões dos alunos neste ano após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro.

Carolina substitui o outro co-coordenador do LEA, Peter Demant. Ela pretende iniciar um mestrado sobre o Líbano. "Sempre que leio o jornal, procuro primeiro as notícias do Oriente Médio. Sempre me interessei pela região e agora vou me aprofundar. Para poder estudar o Líbano, tenho que conhecer e contextualizar o conflito Israel-Palestina", observa.

http://www.anba.com.br/noticia_orientese.kmf?cod=11993740

Pela primeira vez, 'Livro da Alma', escrito em árabe por Avicena, ganha tradução para o português a partir da língua original.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

São Paulo - Pela primeira vez, o "Livro da Alma", escrito em árabe pelo médico, político e filósofo Ibn Sina ganha uma tradução em português. O trabalho consumiu quase três anos de dedicação do professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Miguel Attie Filho. Neste livro, o autor procura descrever a natureza humana por meio da alma sem, no entanto, valorizá-la do ponto de vista religioso. É também considerado uma "ponte" entre a história do pensamento grego e europeu.

Divulgação Divulgação

'Livro da Alma' é parte da obra 'A Cura'

O "Livro da Alma" é parte de uma enciclopédia chamada, em árabe, de Al Sifa (A Cura), escrita entre 1.020 e 1.030. O "Livro da Alma" é o sexto da parte das Ciências Naturais, uma das divisões que compõem "A Cura", também formada pela Lógica, Matemática e Metafísica. Avicena, como Ibn Sina é conhecido no Ocidente, também é um dos precursores da falsafa, a filosofia em árabe. Seu pensamento é influenciado pelos pensadores clássicos: Platão (para quem existem duas realidades: a concreta e a abstrata), Aristóteles (que defendia a existência da realidade concreta e que é nela que se deve filosofar) e o neoplatonismo desenvolvido pelo pensador Plotino, que defende, por sua vez, que o mal não existe, porém a imperfeição sim.

A história do pensamento está na base da formação acadêmica de Miguel, assim como a obra de Avicena. Os estudos sobre o "Livro da Alma" começaram quando Attie preparava o mestrado e continuaram pelo doutorado, pós-doutorado e livre-docência do professor, de 50 anos. Não é recente, contudo, seu interesse pela obra deste filósofo que nasceu onde hoje fica o Uzbequistão e desenvolveu seu trabalho no mundo persa. "Quando estudava para o mestrado, vi que quase não havia referência aos pensadores árabes. Não apareciam em lugar nenhum. Fui incentivado a pesquisar porque sua presença estava muito ausente, embora nos anos 50 e 60 houve um resgate deles", recorda o tradutor.

Quando foi convidado pela editora Globo a traduzir o livro, pouco depois de concluir seu doutorado, em 2004, Attie conhecia bem o "Livro da Alma". Mas, depois de começar a tradução, percebeu que se tratava de uma "aventura". "O chamado para traduzir o livro foi quase um desafio porque o que eu sabia a respeito dele e de suas expressões estava no limite. Neste caso, não se trata apenas de traduzir do árabe para o português. Trata-se, também, de interpretar e traduzir os conceitos de filosofia", recorda. Em muitas ocasiões, Attie precisou consultar expressões em grego para encontrar a palavra ideal.

Para o tradutor, além de fazer existir no Brasil uma obra da filosofia nunca traduzida diretamente do árabe para o português, o "Livro da Alma" encaixa mais uma peça no quebra-cabeças da história do pensamento. Os pensadores árabes do século 9 estão no "meio do caminho" entre gregos, como Platão (427a.c – 347a.c) e Aristóteles (384a.c. – 322a.c.), e os eurpeus dos séculos seguintes. Attie afirma que uma das principais características de Avicena é mostrar que não existem dois tipos de pensamento: Oriental e Ocidental. "Isso aparece na Europa depois do Renascimento (no século 14). Isso é parte de uma ideologia. Por isso existe essa divisão. O 'Livro da Alma' apresenta dificuldades para quem defende essa cisão", diz.

Quando escreveu o "Livro da Alma", Avicena não o fez pensando na alma do ponto de vista religioso. "Ele também era médico. Para falar da alma, fala antes de outras áreas do corpo que não tratam da alma. Trata antes do corpo, para depois falar da alma. Ele descreve os sentidos, as câmaras cerebrais, a cognição. O modo como arquiteta o livro não é pela religião, mas pelo viés da razão. É um livro de ciência e filosofia", diz Attie. "Ele fala da cura da alma a respeito das coisas: do homem, da sociedade, da natureza e do universo", explica. Attie observa que, embora não seja em si religioso, o "Livro da Alma" ganha uma interpretação "esotérica" em regiões de maioria islâmica xiita. "Eles tiram do livro a parte mais espiritualista, enquanto a interpretação científica é maior na Europa", completa.

Attie, que é descendente de sírios, já traduziu três filósofos do mundo árabe: Al-Farabi, Al-Kindi e Avicena. Revela que se a filosofia árabe tivesse mais exemplares traduzidos para o português ele se aventuraria por outras traduções da obra de Avicena. Mas isto ainda não ocorre. "Gostaria, então, de traduzir a obra principal de cada um dos grandes autores", afirma. Desses, ainda falta o filósofo Averróis.

Curso de mosaico árabe no Sesc

São Paulo – O Sesc Pompeia vai ensinar um pouco de arte e história do mundo árabe em quatro aulas em junho. O minicurso de mosaico estilo árabe começa no próximo dia 8 e será realizado sempre às quartas-feiras, das 19h às 21h30. A técnica será ensinada pelo professor Eng Goan, que já aplicou outras técnicas artísticas em aulas com objetos de cerâmica. É a primeira vez que a arte árabe entra no ateliê de cerâmica da unidade.

De acordo com o coordenador das oficinas de criatividade do Sesc Pompeia, Guilherme Leite Cunha, este minicurso é a oportunidade para quem deseja aprender mais sobre arte árabe e mosaicos. É também uma oportunidade de compreender as diferenças entre a arte dos países do Oriente Médio e Norte da África e aquela dos impérios bizantino e romano.

"O mosaico árabe tem a característica de fazer um trabalho geométrico, com tecelas (os pedaços de cerâmica que formam o mosaico) muito coloridas e que têm relação com a arquitetura moura", afirma. Ele observa que, enquanto os mosaicos romanos e bizantinos valorizam os desenhos de homens e animais, o mosaico árabe procura se distanciar destas narrativas e valoriza a geometria.

Divulgação Divulgação

Alunos aprenderão a montar mosaicos no Sesc



Os mouros invadiram e dominaram a Península Ibérica em 711. Ficaram lá por oito séculos até serem expulsos em 1492. A herança dos mouros, no entanto, ficou, especialmente na arquitetura. Os prédios mouriscos se destacam, sobretudo, pelos mosaicos geométricos. Em alguns casos, fazem referência a Alá.

As quatro aulas do curso são teórico-práticas. O professor faz uma pequena introdução histórica para contextualizar a monstagem dos mosaicos. Parte das tecelas já existem. Outra parte deverá ser feita nos fornos da unidade. Durante o curso deverão ser utilizadas tecelas de argila, vidro e esmalte cerâmico. Para participar não é preciso ter formação em artes plásticas. O curso só não é recomendado para menores de 16 anos.

Para participar

O minicurso de mosaico estilo árabe terá 15 vagas, que deverão ser preenchidas no sábado (4), em sorteio que será realizado na unidade. O curso custa R$ 7 (para trabalhador do comércio e serviço matriculado no Sesc e dependentes), R$ 14 (usuário matriculado, maiores de 60 anos, professores da rede pública e estudantes) e R$ 28. O Sesc Pompeia fica na Rua Clélia, 93. Mais informações no telefone +55 (11) 3871-7700.

Conhecer a Cultura Árabe é um bom começo para quem pretende fazer negócios.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Países Árabes

Atualmente,  são denominados "Árabes" os países nos quais a população fala o idioma árabe, totalizando 22 países que tem o árabe como idioma oficial, desde o oceano atlântico e norte da África, até a parte oriental do Mar Mediterrâneo e Golfo árabe.

 Muitos cientistas tentaram determinar os primeiros "falantes" da língua árabe, mas não determinam o tempo e lugar exato de origem do idioma ou os primeiros a falar árabe.

Os cientistas concordam que se trata de uma das antigas "línguas mães", como o Aramaico e Cananeu, e alguns acreditam que "arabizados" foram os primeiros a falarem árabe, e denominarem o idioma de língua de árabe. Havia quem considerasse o árabe como sendo a língua falada no paraíso ou a língua de Adão, que remota ao princípio da criação. Outros já afirmam que Ismael, filho de Abraão, do qual descendem todos os árabes, foi quem primeiro falou árabe quando tinha 14 anos de idade.

Falta a estas opiniões documentação histórica, evidências ou provas que os dêem respaldo histórico e científico, são todas teorias e toda teoria tem seus pontos fracos, e as lacunas não preenchidas até agora, se devem a escassez de referências e evidências arqueológicas deixadas pelos árabes e demais habitantes da península arábica.

 O primeiro texto escrito em árabe foi descoberto em gravações em pedras (Al manara) na Síria e remota ao ano de 328.

Se os pesquisadores discordam em determinar o local e data do nascimento da língua, são unânimes em afirmar que não se tratava de uma língua única antes do aparecimento do Islamismo, mas uma variedade de línguas que convergiam algumas vezes para dialetos, sendo às vezes a diferença entre elas tão grande que dificultava a comunicação entre os falantes destas línguas.

 Como as demais línguas, o árabe foi sofrendo grandes mudanças e evoluindo através de centenas de anos. Antes do islamismo, e por curto período, a língua árabe usada no norte da península arábica foi denominada de "Mudar" substituindo outros dialetos árabes mais antigos. Enquanto que a língua árabe do sul foi conhecida como "Jumeirah".

Por volta do primeiro milênio (d.C), surgiu o "Quraysh", da tribo do profeta Maomé (Mohammad) e a língua da tribo "al rabiah" e a da "Qadhah", são dialetos próximos entre si e compreendidos mutuamente.

O islamismo veio para imortalizar a língua árabe de "Quraysh", na qual foi revelado o Alcorão, que a tornou a língua árabe clássica desde o aparecimento do islamismo até aos dias de hoje.

Segundo Professor Helm Nasr (2010), em entrevista  sobre idioma na cultura árabe, o idioma árabe é uma língua muito antiga que teve sua origem com o povo semita e desenvolveu-se na península arábica. Entretanto com o surgimento do islamismo e, a partir daí se expandiu para outros países.  Não é possível precisar quantos falantes da língua árabe no mundo.  O árabe é falado nos 22 países árabes e em algumas outras regiões,  podemos dizer que o árabe é a língua da religião islâmica.  O Alcorão, livro sagrado para o islamismo, foi escrito em árabe, portanto seus seguidores deveriam ter conhecimento do idioma árabe, uma vez que a religião para os árabes é um elemento essencial para vida. A UNESCO determinou 6 línguas oficiais e o árabe é uma delas.

Na península arábica, mesmo antes do islamismo o idioma era falado por poetas, que tinham muito prestígio e admiração, inclusive promoviam uma feira onde elegiam o melhor poema.

 Algumas características da língua:

O Alfabeto árabe possui 28 letras, e é escrito da direita para a esquerda, interligando as letras, com espaçamentos entre as palavras.

O árabe é composto de substantivos, verbos e partículas (preposições) e se destaca pela ciência gramática e artes retóricas.

Gramática: a ciência que determina a forma correta das frases, regras de expressão, questões ortográficas e suas funções, e demais propriedades referentes ao assunto.

Artes Retóricas: inclui métodos e propriedades inovadoras na escrita prosaica e poética.

Os países que adotaram o árabe com língua oficial são: Jordânia, Eritréia, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Argélia, Tunísia, Djibuti, Arábia Saudita, Sudão, Síria, Somália, Iraque, Omã, Palestina, Catar, Kuwait, Líbano, Líbia, Egito, Marrocos, Mauritânia e Iêmen.

A influência Árabe na língua Portuguesa: A língua portuguesa recebeu diversas contribuições durante sua evolução histórica. Neste processo o árabe teve uma importante contribuição.  Desde 711, com a presença islâmica da península, o árabe tornou-se a língua administrativa. A população continuou a usar as suas falas românicas e o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro. Mesmo após a retirada dos muçulmanos, a influência na língua portuguesa se fez definitiva. Hoje existem milhares de palavras de origem árabe na língua portuguesa.

Exemplos de palavras de origem árabe:

Português

Transliteração

Árabe

Fulano

Fulan

فلان

Alface

Al-khas

الخس

Almofada

Al-mukhada

المخدة

Azeite

Az-zayt

الزيت

Álgebra

Al-jabr

الجبر

 



Ambiente de Negócios

Em alguns aspectos o mundo árabe é uma realidade diferente para o homem de negócios ocidental. Em outros, o brasileiro possui algumas similaridades culturais. No geral, é importante dar especial atenção para os detalhes e as divergências comportamentais em relação ao que existe no Brasil. A mediada em que o mundo se globaliza, a tendência é de que os ambientes de negócio sigam um padrão mais internacional de pontualidade, etiqueta e práticas comerciais. Apesar da cultura negociadora caminhar lentamente para uma existência independente das diversas culturas nacionais, conhecer a cultura da outra parte pode ser um diferencial para facilitar o processo de comunicação e negociação. 

  • Tempo: Assim como em muitas regiões do Brasil, a noção de tempo nos países árabes é bastante flexível. Os árabes não são muito receptivos à idéia de que os horários devem governar sua vida. Planejar com muita antecedência não é costumeiro, também pode ser considerado ofensivo apressar uma negociação. É prudente deixar folgas nos horários marcados e não cobrar pontualidade extrema. Um casual atraso de um árabe não significa que ele estará ofendendo ou menosprezando o combinado. Porém, esta atitude não deve ser imitada por quem deseja fazer negócios com os árabes, a fim de se seguir um costume internacional. Os árabes são orientados para o passado, gostam de falar de sua história, tradição, herança e cultura, e podem esperar o mesmo da outra parte. O respeito pelos ancestrais, predecessores e mais velhos também é característico.
  • Ritmo: O ritmo das negociações deve ser moderado e as questões devem ser apresentadas uma a uma. Normalmente há muitas exigências iniciais com concessões lentas através do regateio, prática bastante corriqueira no mundo árabe. Os árabes são conhecidos, de maneira geral, por serem negociadores muito eficazes. É regateando que os árabes se misturam socialmente com seus parceiros comerciais, tomam decisões, e obtêm o sustento de suas famílias. O negociador brasileiro deve estar preparado com estratégias definidas de resposta para a barganha.
  •  Interrupções: É possível que durante reuniões de negócio, o telefone toque, pessoas alheias à reunião entrem na sala, ou ainda o assunto seja mudado repentinamente sendo retomado num momento posterior. Os árabes gostam de conversar durante um longo tempo sobre temas diversos antes dos negócios.  É recomendado que se tenha tempo entre uma reunião e outra. Toda esta atmosfera faz parte do ambiente cultural de negócios no mundo árabe. 
  • Formalidade: Deve–se evitar ser excessivamente formal e esperar um feedback expressivo caso haja divergências. A sensibilidade, emotividade, e espontaneidade são características comuns entre os árabes. Ser levemente emotivo nas negociações pode demonstrar sinceridade e ajudar nos negócios. 
  • Datas e feriados: Em muitos países árabes os feriados semanais são quinta e sexta-feira. Muitos países têm mudado para sexta e sábado a fim de obter mais dias úteis em comum com o ocidente. Há ainda países árabes que adotaram os feriados semanais ocidentais nos sábados e domingos.

Quintas e sextas: Arábia Saudita e Omã.

Sextas e sábados: Argélia, Bahrein, Catar, Egito, Emirados Árabes, Iêmen, Ilhas Comores, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbia e Síria.

Sábados e domingos: Líbano, Marrocos, Mauritânia e Tunísia.

Sextas: Djibuti, Palestina, Somália e Sudão.

  •  Coletivismo x Individualismo: Os árabes possuem uma orientação mais coletivista que individualista. Isto é mais nítido quando se negocia com empresas governamentais ou semi-governamentais. O processo decisório geralmente ocorre coletivamente, porém com a palavra final dada pela pessoa de maior nível hierárquico, que deve ter sua autoridade respeitada.
  • Pessoas x Empresas: Para os árabes, a pessoa do negociador é extremamente importante e é consenso que esta parte não deve ser substituída no decorrer do processo de negociação, pois no hábito árabe de se pensar, as pessoas estão claramente divididas entre amigos e estranhos. Caso a pessoa do negociador seja trocada, todo o processo de construção da confiança e segurança deve ser retomado, o que pode atrasar ou comprometer a negociação. Não se deve esquecer que segurança e confiança são dois pontos fundamentais nas negociações e estão intimamente ligadas à pessoa do negociador.
  •  Comunicação não Verbal: A comunicação não verbal também é bastante expressiva e os contatos físicos entre os homens são mais próximos que no Brasil. Durante a negociação o contato ocular e a proximidade física são levemente superiores ao que ocorre no Brasil. Bastante gesticulação também pode ser esperada em alguns países. Não é recomendado mostrar a sola do pé ou do sapato para um árabe. Isto está ligado a um costume herdado dos nômades do deserto, que andavam descalços com os pés muito sujos e dispondo de pouca água para lavá-los, constituía-se em ofensa, então mostrar essa parte do corpo tornou-se rude, por representar a sua parte mais suja e baixa. Colocar a mão direita no coração depois de apertar a mão de alguém é demonstração de respeito e sinceridade. Os homens se levantam quando uma mulher entra na sala, todos se levantam quando novos convidados chegam a uma reunião social e quando uma pessoa de mais idade ou de alto cargo entra ou sai da sala. Se o negociador ocidental ou qualquer que seja a pessoa admirar algum objeto (quadro, escultura, etc.), o árabe poderá insistir que aceite como presente e em muitos países, presentes são dados ou aceitos com as duas mãos e não são abertos na frente do doador. Havendo tal distinção em receber o presente, é importante retribuí-lo. Os árabes são reconhecidos por sua hospitalidade e generosidade, por isso será indelicado recusar convites para almoços, jantares, cafés, chás e/ou presentes. Normalmente, a troca de presentes pode caracterizar o início de um relacionamento pessoal.
  • Religião: É importante estar preparado para a importância dada à religião. Isto pode influenciar muito na negociação. Procurar neutralidade, respeito, ser paciente, e saber lidar com imprevistos irão auxiliar na sua jornada de negócios com os países árabes. Na sua essência, o Islã tem muito em comum com o cristianismo, já que reafirma o conteúdo dos evangelhos e do antigo testamento. Muitos dos capítulos do Alcorão se referem a passagens também presentes na Bíblia. Allah, portanto, não é senão o mesmo Deus presente na Bíblia cristã, pronunciado em língua árabe. Para os muçulmanos, Deus é o Criador de tudo, e tanto o presente, como o passado e o futuro são conhecidos ou feitos por Ele. Por isto é comum se escutar "Insha Allah" (se Deus quiser) ao se planejar algo no futuro. O Islã abrange a política, o direito e o comportamento social, não havendo, geralmente, separação entre a Igreja e o Estado; as instituições públicas e o próprio poder jurídico são regidos pela religião. Familiarizar-se com a cultura islâmica é essencial para entender a cultura árabe. Como o Alcorão, (livro sagrado do Islamismo) deve ser lido na língua árabe, virtualmente todos os muçulmanos, mesmo não árabes, conhecem o árabe escrito. Com isso, o árabe se torna uma das línguas mais utilizadas no mundo. O calendário árabe é determinado em função da religião e é baseado nas fases da lua.

O calendário lunar é composto de 12 meses, que correspondem cada um, a rotação completa da Lua em torno da Terra. A extensão do ano medida nesses termos é aproximadamente onze dias menor que a do ano solar (calendário gregoriano-ocidental). 

  • Hierarquia: As apresentações de negociadores ocidentais, quando feitas por uma pessoa de "status", respeitada pelo árabe, pode alterar positivamente o rumo das negociações. Hierarquia e idade são fatores de "status" para os árabes. A marcante demanda, por parte dos árabes, em negociar com pessoas que tenham poder de decisão na empresa é outro ponto considerado fundamental para ser bem sucedido. Deve-se conhecer, acima de tudo, o processo de tomada de decisão da outra parte para otimizar o processo de negociação. Em alguns países árabes, notadamente do Golfo Arábico, há estrangeiros que negociam pelos árabes, mas é relevante saber que a última palavra será da pessoa com quem se negocia ou de seu superior, o árabe. 
  • Legislação Sharia: Sharia: caminho - referindo-se ao caminho que um muçulmano deve seguir para a salvação. A lei islâmica ou sharia governa os assuntos de religião, justiça penal, sistema financeiro e ética de negócios. A maioria dos Países Árabes têm uma parte da  lei sharia lidando com questões como casamento e divórcio. No sistema bancário Islâmico é proibido cobrança de juros e a iniciativa, o esforço e os riscos envolvidos são mais importantes que o próprio dinheiro investido. A economia islâmica é baseada na crença que o provedor de capital deve dividir os riscos nas empreitadas de negócios. Investimentos em negócios considerados proibidos (bebidas alcoólicas, carne suína etc.) devem ser desconsiderados.

 Dicas

  • Assuntos: É importante informar-se sobre o país e sua história antes de visitá-lo. Muitos homens de negócio gostam de falar das conquistas nacionais, de sua cultura e história. Evite falar de política ou religião. Seja bem-humorado, mas não faça piadas com conotação sexual ou racista. Não é comum perguntar a um árabe muçulmano sobre filhas e esposa especificamente, mas sobre a família e as crianças em geral. Será conveniente conversar sobre o idioma árabe, as contribuições à língua portuguesa e a cultura brasileira, as contribuições do árabe para a evolução da humanidade durante a Idade Média, entre outros temas. Futebol é um assunto sempre bem-vindo entre os árabes.  
  • Cumprimentos: A religião também rege os cumprimentos. Geralmente usa-se "As-salamu Aleykum"  - Que a paz esteja convosco. A resposta deve ser "Waleykum As-salám". O aperto de mão é usado sendo que os homens locais se cumprimentam com beijos na face. Os homens devem estender a mão primeiro para que uma mulher o cumprimente.  

Caso uma mulher ou um homem não estenda a mão, leva a mesma ao coração como sinal de respeito. A despedida geralmente é "Ma-assálama".   

  • Mulheres: Atualmente, a mulher goza de liberdade para a maior parte das atividades antes desempenhadas apenas por homens na grande maioria dos países árabes. As mulheres podem possuir cargos de importância e também negociar.  
  • Roupas: De maneira geral não há diferença entre as roupas usadas no Brasil e nos países árabes durante uma reunião de negócios. É importante, porém que as mulheres brasileiras cubram os braços e as pernas como sinal de respeito. Mulheres que visitam a Arábia Saudita devem usar aabaia (túnica negra) sobre a roupa. Nas demais regiões, ternos femininos são bem aceitos. Para os homens, terno e gravata são apropriados. 
  • Idioma: Muitas pessoas nos países árabes falam inglês ou francês (países do Magreb) e há uma crescente minoria que fala espanhol principalmente no Norte da África. Porém é importante que se fale lentamente e com palavras simples para facilitar a comunicação. O conhecimento de algumas palavras em árabe é uma demonstração de interesse e respeito pela cultura local e pode trazer bons resultados. 




A cultura gastronômica árabe é uma das mais interessantes e peculiares.   Pode-se dizer que a  culinária árabe é um conjunto de cozinhas dos países árabes, influenciada pela gastronomia mediterrânea e da Índia.

A religião tem papel marcante nos hábitos alimentares no mundo árabe. A grande maioria dos árabes é muçulmana e, como tal, seguem as normas alimentares ditadas pelo Alcorão, que determina muitos detalhes da vida e cultura dos seis fiéis, influenciando, a exótica e deliciosa "cozinha árabe".

O conceito de comida nos países árabes, está relacionado a hospitalidade. Para o povo árabe, as refeições são verdadeiros rituais, demorando-se à mesa, não esquecendo da sempre constantes na vida árabe, as orações, agradecendo e pedindo ao deus Alá a benção do alimento.   Adoram receber amigos, convidados, pessoas que estimam.  Durante as refeições geralmente as portas permanecem abertas e todos que chegam são convidados à mesa.

Uma frase do Profeta Maomé traduz a base de toda a hospitalidade árabe "comida  para dois é suficiente para três, e comida para três é suficiente para quatro". Recepcionar visitas com comida é parte integrante da cultura desse povo e ao convidado é oferecido sempre um cardápio variado, preparado com prazer e em grandes quantidades.

 O Ramadam  é uma festa sagrada que influencia diretamente a cozinha árabe.  Ao por do sol, depois de um dia de jejum, começa um festival de pratos, preparados durante todo o dia. 
 

Durante o Ramadan alguns pratos assumem uma importância especial, alguns deles são elaborados especialmente para esse período. Entre eles estão o "khushaf", egípcio, uma macedônica de frutas secas, e o "harira" marroquino e algeriano, uma sopa de carne e legumes secos, são pratos particularmente leves, mas completos, ideais para a quebra de um jejum de longas horas

 Pode-se dizer que a culinária árabe dá prazer para o corpo e para a alma. Nessa cultura, o comer bem faz parte da própria existência.

Fonte: http://www.ccab.org.br/informacoes/br/cultura/paises-arabes.aspx

Chega às livrarias, nesta semana, um dicionário árabe-português de autoria do fundador do Setor de Estudos Árabes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alphonse Nagib Sabbagh.

domingo, 1 de maio de 2011

São Paulo – Começa a ser distribuído nas livrarias brasileiras, a partir desta segunda-feira (11), o Dicionário Árabe-Português, de autoria do libanês Alphonse Nagib Sabbagh, fundador do Setor de Estudos Árabes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e radicado no Brasil. Sabbagh trabalha há mais de 40 anos com lexicografia, técnica de redação e criação de dicionários, e já publicou, em 2004, um dicionário do português para o árabe, pela editora libanesa Librairie Du Liban.

Divulgação Divulgação
Primeiro dicionário de Sabbagh, de 2004
O novo dicionário é uma coedição da editora Almádena, que fica no Rio de Janeiro e é especializada em temas da cultura árabe, e da Fundação Biblioteca Nacional. Segundo o editor e proprietário da Almádena, João Baptista de Medeiros Vargens, o autor teve a colaboração de alunos e professores do Setor de Estudos Árabes da UFRJ para elaborar o dicionário.

O Dicionário Árabe-Português, de capa dura, tem 768 páginas e ao redor de 60 mil verbetes. O prefácio é da professora do Curso de Árabe da Universidade de São Paulo (USP), Safa Jubran. "A obra é importante àqueles que lidam com as duas línguas: estudantes, tradutores, diplomatas, homens de negócios", afirma Vargens. Serão feitos lançamentos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Foz do Iguaçu, no Brasil, além de Lisboa e Silves, em Portugal.

Reprodução Reprodução
Dicionário tem capa em português e árabe
Sabbagh tem 93 anos e nasceu na cidade libanesa de Deir El Kamar. Além de especialista no idioma árabe, ele é monsenhor da Igreja Greco-Católica Melquita. No Líbano, Sabbagh estudou em uma escola onde o ensino era ministrado em francês. Também morou, entre os anos de 1938 e 1945, na França, onde estudou grego e latim. Depois morou por mais um tempo no Líbano e, então, se mudou para o Brasil, atrás da família, que havia emigrado.

No Brasil, além de se dedicar às suas atividades religiosas, ingressou no mundo acadêmico, primeiro na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e depois na UFRJ, onde criou o Setor de Estudos Árabes.

"Meu trabalho acadêmico cultural é como o ofício de um monge. Ler, escrever, corrigir, pesquisar, rever, reescrever... É muito bonito, chega a dar grande satisfação descobrir a sutil diferença que a Língua Portuguesa atribui entre o significado de uma palavra e outra, especialmente pelo fato de eu não ter nascido no Brasil", disse Sabbagh, em entrevista para a editora Almádena.

Além da obra de Sabbagh, foi publicado no Brasil, em 2005, o Dicionário Árabe-Português do professor Helmi Nasr, egípcio naturalizado brasileiro que é vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e foi fundador do curso de árabe da Universidade de São Paulo (USP).

Serviço

Dicionário Árabe-Português
Autor: Alphonse Nagib Sabbagh
Editora: Almádena e Fundação Biblioteca Nacional
Páginas: 768
Preço: R$ 299 (livrarias) e R$ 169 (www.almadenaeditora.com.br)


http://anba.com.br/noticia_educacao.kmf?cod=11752723&indice=0

Um total de 2.964 pessoas fazem exame de proficiência no idioma português em unidades de aplicação no Brasil e exterior. Há sete árabes entre eles.


São Paulo - Sete pessoas de origem árabe fazem exame em língua portuguesa entre esta quarta-feira (27) e quinta-feira (28) para comprovar o seu nível de conhecimento do idioma. As provas do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) serão aplicadas a um total de 2.964 estrangeiros ou mesmo brasileiros que não têm o português como língua materna.

A avaliação é feita em 66 instituições credenciadas como postos de aplicação no Brasil e em 26 países da América, Europa, África e Ásia. Como não há este tipo de unidade em países árabes, as pessoas desta origem farão suas provas em outros postos ou no Brasil. Do mundo árabe, há um avaliado do Líbano, um do Egito e um da Palestina, dois da Argélia e dois do Marrocos.

O Celpe-Brasil consiste em duas avaliações, uma escrita e uma oral. Os participantes poderão ser certificados como intermediário, intermediário superior, avançado e avançado superior. Os resultados devem sair em 27 de junho. O Celpe-Bras é exigido no Brasil pelas universidades para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação.