Um desenho Iraniano concorrendo ao Oscar?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Persépolis (2007)

Teerã 1978: Marjane, de oito anos, sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduziram à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islâmica inaugura a era dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, sonha em se transformar numa revolucionária. Pouco depois, a cidade é bombardeada durante a guerra contra o Iraque. Com as restrições impostas pelo conflito e o desaparecimento rotineiro de membros da família e entes queridos, a repressão torna-se cada dia mais severa. Como o ambiente fica a cada dia mais perigoso, a rebeldia de Marjane sugere um grave problema. Seus pais decidem mandá-la para a Áustria, para sua própria proteção. Em Viena, Marjane vive outras revoluções aos 14 anos: adolescência, liberdade e o peso do amor mas, além de toda a também excitação, vem também a sensação de exílio e solidão e o gosto amargo de estar à margem da sociedade. No elenco de dubladores, a atriz Chiara Mastroianni dá voz à Marjane criança e adolescente, enquanto que sua mãe na vida real, a veterana Catherine Deneuve, vocaliza a mãe de Marjane, Tadji.

De nacionalidade franco-iraniana, Marjane Satrapi nasceu no Irã, em 1969, e se mudou para a Europa em 1983, onde estudou na Escola Superior de Artes Decorativas de Estrasburgo. Vincent Paronnaud nasceu em 1970, em La Rochelle, França, escreveu roteiros para filmes de TV e estreou na direção com Raging Blues (2004). Entre 2005 e 2007, realizaram juntos a adaptação para as telas de Persépolis, a autobiografia da cineasta impressa como história em quadrinhos em quatro álbuns de luxo, que se tornaram fenômeno de crítica e público na França e também foram publicados no Brasil. O resultado conferiu ao casal o Prêmio do Júri em Cannes 2007.

http://www2.uol.com.br/mostra/31/p_exib_filme_366.shtml


Nota da Big Eyes:


Você deve pensar que maravilha um desenho "Iraniano" concorrendo ao Oscar!
Parece otimista demais essa afirmação, ok eu menti na frase acima.

O desenho na verdade é Francês, é a autobiografia de Marjane Satrapi (que você leu acima). Sendo assim a revoltada Iraniana, desenhou toda sua adolescência vivida no Irã, ela faz uma denúncia frontal ao totalitarismo fundamentalista que domina o Irã desde a queda da tirania monárquica.

O que me deixa intrigada e talvez até indignada é que aqui, sim aqui no Brasil, nós odiamos quando os Estados Unidos invadem os países em prol da LIBERDADE.

Mas o desenho me parece um pedido, senão uma súplica, para que a AMÉRICA desmantele aquele governo ditador e que então finalmente eles possam ter sua liberdade.

Quero ficar em cima do muro, vou calar minha boca.

Quanto à arte do desenho: Marjane Satrapi é talentosa, seu desenho estilo cartum tem humor, é inteligente, com traços "simples", porém agradáveis, foi colorido apenas em momentos especiais.

Não sei que tipo de comparação pode ser feita com seus adversários ao prêmio Oscar: "Ratatouille" e "Tá dando onda". 

Será que a animação foi indicada e talvez ganhe por outras questões?

"Tá dando onda" me deixará feliz se for o ganhador. Sem pecar na qualidade da sua arte, carrega um conjunto maior de características compatíveis com o gênero (que a meu ver ainda tem a ver com crianças e diversão) desde o seu tema, personagens, enredo e humor, "Tá dando onda" deu show!

0 comentários: