São Paulo No mês de agosto deste ano, um grupo de futuros oficiais da Marinha do Brasil vai passar por terras e águas tunisianas e egípcias. São guardas-marinhas que estão em processo de formação dentro das forças armadas brasileiras e farão um viagem de seis meses em um navio escola. A embarcação parte do Brasil no mês de junho e volta no mês de dezembro, ancorando por vários portos do mundo, entre eles Túnis, na Tunísia, e Alexandria, no Egito. A viagem é feita todos os anos e de acordo com o capitão de Mar e Guerra da Marinha, Nilo Moacyr Penha Ribeiro, serve para complementar a formação de futuros oficiais e estreitar laços de amizade com nações amigas.
Penha foi o comandante da última viagem do navio escola, que também passou pelos dois países árabes. No ano passado, foi a sétima ocasião em que a Marinha passou com turmas em formação pelo Egito e a segunda na Tunísia. O navio escola, que fez o tour entre janeiro e dezembro de 2007, também esteve na Venezuela, Colômbia, México, Estados Unidos, Inglaterra, Noruega, Suécia, Rússia, Alemanha, Portugal, França, Itália e Grécia. Em cada porto ancorado, normalmente ocorrem encontros com autoridades militares e políticas locais, são promovidas recepções, no navio brasileiro, para convidados do país, além de atividades de intercâmbio com as marinhas e programações culturais.
As atividades são organizadas pelas embaixadas brasileiras locais. No Egito, por exemplo, a programação incluiu uma homenagem no Monumento ao Soldado Desconhecido, que os países mantém em homenagem aos soldados que morreram em batalha e cujos corpos nunca foram localizados, encontros com autoridades militares locais e políticas, recepção para 200 pessoas dentro da embarcação, passeio cultural pelo Cairo, a locais como as pirâmides, visita a navios egípcios e à Academia Naval Egípcia. Eles também levaram até a Biblioteca de Alexandria uma doação brasileira de livros e disputaram uma partida de futebol com a seleção da Marinha local. "O jogo deu empate", conta Penha.
Na Tunísia a programação foi parecida e teve encontros com lideranças locais, recepção no navio e jogo de futebol. No Egito, o idioma usado para a comunicação foi o inglês, mas na Tunísia os brasileiros contaram com a ajuda de um oficial local que falava português já que o idioma utilizado é o francês. De acordo com Penha, a formação da Marinha, nos dois países árabes, é semelhante à do Brasil. "Também tem período acadêmico e estágio de aplicação profissional. Eles também fazem viagem de instrução", explica o capitão.
Penha, que já havia estado na Tunísia em 1994, servindo em um navio, disse que ficou maravilhado em ver como Tunis se desenvolveu de lá para cá. "Tunis é belíssima e se desenvolveu muito", afirma. Alexandria, para o comandante, foi uma surpresa. "Eu sempre quis conhecer o rio Nilo", brinca, lembrando que o seu primeiro nome é Nilo. A passagem do navio escola no Egito, no ano passado, ocorreu em outubro, e pela Tunísia em novembro. Em cada um dos países a embarcação permaneceu por três dias.
A viagem no navio escola é sempre a parte final da formação dos guarda-marinhas. Um bom desempenho nela, para quem já passou por quatro anos de escola naval, garante o posto de segundo tenente aos estudantes. As atividades dentro do navio englobam desde a prática da navegação, operações navais, manobras de navio, simulações de guerra até o aprendizado da parte administrativa da viagem, que dar ordens para os colegas e preparar cardápios. Além dos guardas marinhas, que no ano passado foram 185, o navio também leva oficiais, alguns convidados de outros países, forças armadas ou governo, e a tripulação, encarregada da manutenção da embarcação.
http://www.anba.com.br/noticia.php?id=17537
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