"Por que a Eritréia?"
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As parcerias entre árabes e brasileiros não estão apenas nos setores mais comuns como o comércio. Poucos sabem, por exemplo, que já ocorreram joint-venture entre brasileiros e árabes no cinema. O cineasta brasileiro Ari Cândido, paranaense de Londrina, fez uma produção com patrocínio tunisiano ainda na década de 80.Cena do filme 'O Moleque', do brasileiro Ari Cândido
Foi o média metragem "Por que a Eritréia?", que recebeu prêmio do Júri Popular na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1984. Ou seja, árabes e brasileiros se conhecem bem há mais tempo do que se imagina.
O filme de Cândido foi feito em parceria com um cineasta da Tunísia, Mohamed Charbagi, e teve patrocínio da produtora estatal tunisiana Satpec. Em junho, Cândido foi vencedor do "Toronto International Portuguese Filme Festival", mas com o filme "O Moleque".
Mercado ascendente
Hoje, os países árabes são o terceiro maior mercado para os produtos alimentícios brasileiros. O que chama atenção, ao se analisar os números do primeiro semestre do comércio com os árabes, é que, além dos produtos tradicionais da pauta de exportação do agronegócio, como o complexo carne, outras mercadorias brasileiras também estão ganhando mercado naquela região do mundo.
É o caso de ovos, complexo leite e mel. No primeiro semestre desse ano, as vendas de ovos para os árabes registraram um crescimento de 551%, a receita gerada foi de US$ 22,6 milhões. No mesmo período, com importações de US$ 48 milhões, o mercado árabe se tornou o segundo destino mais importante para os produtos lácteos brasileiros.
Impressionante também foi o desempenho das exportações de cereais nesse primeiro semestre do ano. Com o embarque de 230 mil toneladas e uma receita de US$ 68 milhões, os cereais assumiram o terceiro lugar entre os capítulos de produtos alimentícios mais exportados para o mundo árabe.
Ciência
O Brasil é o 15º colocado no ranking da produção científica mundial. Com 19.428 artigos publicados em 2007, o país, superando a Suiça e a Suécia, responde por 2,02% do total da produção científica mundial. E a área brasileira que mais se destaca no âmbito mundial é a agricultura, com 4.139 artigos produzidos entre 2003 e 2007, 4% da produção mundial total.
Dentro do país, é a medicina que se destaca. Em 2007, foram 3.745 artigos publicados. No balanço dos últimos quatro anos, entre os textos publicados, 71% são da área de neurociência.
Ciência Parte 2
De acordo com o Ministério da Educação, entre os países latino-americanos, o Brasil é destaque. Em segundo lugar no continente vem o México, na 28ª posição mundial, com 7.469 artigos publicados no mesmo período, o que corresponde a 0,78% da produção no mundo.
Quando combinados os fatores território (países com mais de quatro milhões de quilômetros quadrados), população (países com mais de 100 milhões de habitantes) e economia (países com PIB maior do que 400 milhões de dólares), o Brasil figura entre os quatro primeiros produtores científicos do mundo, junto com a Rússia, os Estados Unidos e a China.
Ordenha manual
O Brasil possui 1 milhão e 300 mil produtores de leite e 80% deles utiliza ordenha manual. Atenta às necessidades desses pequenos e médios produtores, a Embrapa Gado de Leite desenvolveu um kit de ordenha composto por utensílios simples, associados a uma cartilha contendo orientações técnicas a respeito da ordenha manual.
A contagem bacteriana, um dos fatores que determina a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isto ocorre devido a procedimentos incorretos que levam a uma higiene deficiente, tanto dos tetos da vaca quanto das mãos dos ordenhadores e dos utensílios utilizados. Estudos realizados nos estados brasileiros que passaram a utilizar o kit mostram que o uso adequado pode reduzir o índice de contagem bacteriana de 40% a 85%. Leite de qualidade garante preços, no mínimo, 10% maiores para o produtor.
O kit completo custa cerca de R$ 150. O sucesso da iniciativa foi tão grande que a idéia será exportada para países tropicais como Venezuela, Colômbia e Equador. Também há possibilidade de levar para Angola e Uganda, na África, Índia e Paquistão.
Basta querer
Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destaca o papel de três empresas brasileiras na inclusão das camadas mais pobres nos processos produtivos. De acordo com o estudo, Natura, Sadia e VCP (Votorantim Celulose e Papel) têm projetos que ajudam as comunidades a produzir matéria-prima e trazem ganhos de renda e ambientais.
O poder da economia de gerar trabalho decente depende, em grande medida, do setor privado. E o setor privado, por fornecer bens de consumo e serviços, traz mais chances e oportunidade para os pobres", afirma o relatório. O estudo apresenta exemplos de iniciativas empresariais que conseguiram ampliar o acesso dos pobres a bens de consumo e contratá-los, em alguma etapa do processo de fabricação.
Segundo o relatório, essas são maneiras de reduzir a pobreza e ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) - uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015.
Torradinho de ouro
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Amendoim: produção em São Paulo deve chegar a 200 mil toneladas nessa safra
Amendoim, para brasileiro, é aperitivo para ser devorado com uma boa cerveja. Mas para muitos agricultores do interior de São Paulo, é mais do que isso: é artigo de luxo, matéria-prima dos biscoitos mais finos da Europa e a principal fonte de renda de muitos deles.
O amendoim descascado nunca esteve tão em alta, o preço internacional para a tonelada chegou a US$ 1,7 mil. E a produção desta última safra, 2007/2008, é a maior de todos os tempos. No estado de São Paulo, que responde por 80% da produção do país, 70% da área plantada e 98% das exportações do produto, a produção deste ano deve chegar a 200 mil toneladas. Somente no primeiro trimestre deste ano, 5,4 mil toneladas de amendoim descascado foram exportados.
*Com Isaura Daniel, Débora Rubin e Geovana Pagel
E-mail para essa coluna: joel.guimaraes@anba.com.br ou joel@agenciameios.com.br
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