Curitiba tem um centro cultural e gastronômico dedicado ao egípcio Alberto Massuda,

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

São Paulo – Quem passa pela altura do número 443 na rua Trajano Reis, em Curitiba, vai se deparar com um bonito sobrado, de tom amarelo. Aparentemente é apenas uma construção antiga bem preservada com algum funcionamento comercial. Mas um passo para dentro do sobrado revela que ali, além de serem servidas as delícias da culinária italiana, há arte. O local guarda obras que um egípcio deixou no Paraná. O nome dele é Alberto Massuda, nascido no Cairo em 1925 e naturalizado brasileiro em 1958. A família de Massuda, falecido no ano 2000, abriu o espaço, que mistura restaurante e arte, para manter viva a sua obra.

Divulgação Divulgação

Massuda deixou cerca de 400 peças

O estabelecimento, com três andares, foi inaugurado há cerca de um ano. Nos dois andares onde é servida a comida, o ambiente é decorado com os quadros de Massuda. E no andar dedicado à galeria são feitas exposições. Desde julho ocorre uma mostra com quadros de um grupo de artistas plásticos que foi integrado pelo egípcio na década de 60, no Paraná. Chamado de Grupo Um, ele era formado por cinco pintores como protesto ao pouco espaço que o estado dava, então, para a arte mais modernista. "Também tinha como objetivo fazer exposições mais próximas da população", diz Adriano Massuda, neto do egípcio.

O Grupo Um durou cinco anos e os pintores, apesar de continuarem amigos, resolveram cada um tomar o seu rumo já que tinham estilos artísticos diferentes. Mas enquanto permaneceram unidos como grupo, Álvaro Borges, Érico Silva, Renné Bittencourt, Waldemar Rosa e Massuda fizeram exposições em salas próximas de locais públicos, como as praças. Na exposição que ocorre no sobrado, denominado Centro Cultural e Gastronômico Alberto Massuda, há seis obras de cada um, além de um quadro onde os cinco foram retratados juntos e três pintados por eles em conjunto. 

Divulgação Divulgação

O Grupo Um, na década de 60

A mostra foi organizada pelos filhos dos artistas plásticos, todos já falecidos. Adriano Massuda, que é médico, professor da Universidade Federal do Paraná e pesquisador da Universidade de Campinas (Unicamp), coordena a exposição. O pai de Adriano, Cadri Massuda, filho do artista egípcio, foi quem abriu o centro cultural e gastronômico. Na área da galeria serão realizadas exposições variadas, sempre com o foco na arte do Paraná. Essa primeira, que vai até 03 de outubro, marcou o primeiro ano de funcionamento da casa.

Massuda dedicou toda a sua vida profissional à arte. Quando se mudou do Egito, primeiramente para a Itália, já era um artista conhecido. "Na Itália ele era respeitado pelo reconhecimento que tinha no Egito", conta Adriano. Massuda cursou Belas Artes no Egito e Cenografia de Cinema na Itália. Sua obra, com mais de 400 peças, está espalhada por várias partes do mundo, como o Museu de Arte do Cairo, Museu de Arte Moderna de Alexandria, Museu de Arte do Paraná e Museu de Arte de Joinville, e também em acervos particulares em regiões como Europa, Oriente Médio e América do Sul.

Divulgação Divulgação

Familiares de artistas organizaram mostra

O restaurante dos Massuda em Curitiba tem como base a culinária italiana já que a mulher do artista egípcio era italiana. Os dois tiveram três filhos, um deles – Cadri – nasceu no Egito, outro na Itália e o terceiro no Brasil. O local onde funciona o espaço foi construído em 1905 e tombado como patrimônio histórico. No primeiro andar fica a galeria, destinada à exposição, no térreo o restaurante e também um espaço para lançamento de literatura, e no subsolo uma outra parte do restaurante, com área para música ao vivo e um deck para projeção de filmes e peças de teatro.




Serviço:
Exposição - Grupo Um
No Centro Cultural e Gastronômico Alberto Massuda
Até 03 de outubro
Endereço: rua Trajano Reis, 443 – Curitiba
Telefone: + 55 (41) 3076 7202
E-mail: contato@albertomassuda.com.br



0 comentários: