Em agosto de 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) tornou-se a caçula da família de importantes festivais literários como Hay-on-Wye, Adelaide, Harbourfront de Toronto, Festival de Berlim, Edimburgo e Mântua. Com a presença de autores mundialmente respeitados, como Julian Barnes, Don DeLillo, Eric Hobsbawm e Hanif Kureishi, a primeira FLIP estabeleceu um padrão de excelência às edições seguintes. Em um curto período, ficou conhecida como uma das principais festas literárias internacionais, sendo reconhecida pela qualidade dos autores convidados, pelo irresistível entusiasmo de seu público e pela descontraída hospitalidade da cidade.
A FLIP já recebeu alguns dos grandes nomes da literatura mundial, como Salman Rushdie, Ian McEwan, Martin Amis, Margaret Atwood, Paul Auster, Anthony Bourdain, Jonathan Coe, Jeffrey Eugenides, David Grossman, Lidia Jorge, Pierre Michon, Rosa Montero, Michael Ondaatje, Orhan Pamuk, Colm Toíbín, Enrique Vila-Matas, Jeanette Winterson, J. M. Coetzee e Marcello Fois.
Dos brasileiros, alguns dos autores mais talentosos já estiveram na FLIP, como Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Ferreira Gullar, Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura, Barbara Heliodora, Ruy Castro e Lygia Fagundes Telles, além de ícones da cultura brasileira como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Com um repertório eclético de convidados do dramaturgo inglês Tom Stoppard à psicanalista Elisabeth Roudinesco, do quadrinhista Neil Gaiman à roteirista argentina Lucrecia Martel , a sexta edição da FLIP confirma mais que nunca sua vocação a mercado cosmopolita de todo tipo de idéias manifestadas através da palavra escrita.
A cada ano a FLIP homenageia um expoente das letras brasileiras. No primeiro ano, em 2003, celebrou-se o poeta e compositor Vinicius de Moraes (1917-1980). João Guimarães Rosa (1908-1967) foi o homenageado no ano seguinte. Em 2005 foi a vez de Clarice Lispector (1920-1977), em 2006, do baiano Jorge Amado (1912-2001), e, em 2007, do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980). Em 2008, ano do centenário da morte de Machado de Assis (1839-1908), a FLIP presta homenagem ao grande escritor carioca.
A música brasileira, uma das maiores riquezas da nossa vida cultural, não poderia estar ausente da FLIP. Os shows de abertura, que já valeriam a ida a Paraty, ofereceram aos convidados a chance de assistir Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Adriana Calcanhoto e José Miguel Wisnik, Orquestra Imperial e Maria Bethânia darem as boas-vindas aos visitantes da FLIP.
Enquanto a programação principal acontece na Tenda dos Autores e é transmitida ao vivo na Tenda do Telão, vários outros eventos ocorrem simultaneamente em diversos locais. A Oficina Literária, destinada a jovens aspirantes a escritor, é realizada por grandes autores brasileiros e internacionais. Há também uma programação exclusiva para as crianças a FLIPINHA , em que jovens estudantes de Paraty apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados. O sucesso da Festa também estimulou o desenvolvimento de uma programação de leituras, shows e lançamentos de livros, batizada de Off-FLIP.
Paraty é uma cidade litorânea contornada pelo mar azul-turquesa da baía da Ilha Grande e por grandes faixas intactas de mata atlântica. Localizada a aproximadamente quatro horas de carro do Rio de Janeiro e de São Paulo, esse antigo porto, de onde se enviava a maior parte do ouro do Brasil ao Velho Mundo, é uma cidade histórica que atrai muitos eventos culturais. Poucos locais poderiam ser mais agradáveis para sediar a FLIP que esta charmosa cidade. Suas ruas de pedra propiciam encontros casuais proveitosos, enquanto restaurantes e bares convidam a um bate-papo descontraído. As pousadas e os serviços oferecem excelente padrão de qualidade.
Desde a primeira edição, o crescimento da Festa Literária está intimamente ligado à vida e às necessidades de Paraty. Artistas locais, comerciantes, hoteleiros e donos de restaurantes acolhem a FLIP, que, por sua vez, mantém os habitantes locais ativamente envolvidos. Por tudo isso, a FLIP se destaca de outros encontros literários contribuindo para a atmosfera alegre e calorosa que tem caracterizado esse grande evento.
Escritores africanos esquentam a FLIP
domingo, 6 de julho de 2008
Nem o sol quente de Paraty tirou o público da fila da primeira mesa da manhã deste sábado (5). A nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e o angolano Pepetela leram trechos de seus livros mais recentes (Meio sol amarelo e Predadores) e refletiram sobre os rumos da literatura africana. Com mediação do veterano em FLIP e também angolano José Eduardo Agualusa, discutiram ainda os conflitos separatistas do continente e a conseqüente influência na produção de suas obras. "A Nigéria ainda carrega seqüelas de uma nação dividida", comentou Chimamanda, que vive há 12 anos nos Estados Unidos.
Angola também sente na pele os resquícios da Guerra Civil dos anos 70. "As desigualdades sociais são imensas em Angola e, para piorar, o racismo tem se intensificado", desabafou Pepetela. Não por menos, Predadores , que, em breve, será publicado no Brasil pela Língua Geral, retrata os últimos 30 anos em Angola. "É a descoberta de um angolano da importância do MPLA (Movimento Pela Libertação de Angola) para a sobrevivência do país", sintetizou o autor.
Vencedor do Prêmio Camões pelo conjunto da obra em 1997, Pepetela declarou sua admiração pela literatura brasileira e disse que Jorge Amado marcou muito os angolanos. "Todos ficaram extasiados pela Gabriela do baiano", contou Pepetela, depois de revelar que seu grande inspirador é a obra de Amado. Outro problema apontado tanto pelo angolano como pela nigeriana foi a falta de acesso da maioria dos africanos aos livros. "Poucos jovens dominam suficientemente a língua para embarcarem nas leituras", lamenta Pepetela. Sem contar que, como ressaltou Chimamanda, os escritores africanos mal se conhecem. "Muitos são publicados na Europa antes mesmo de serem lançados na África". Apesar de morar nos Estados Unidos, a nigeriana ainda mantém uma relação forte com sua terra e reconhece: "A África ainda não tem sua vida completamente reconstruída".
Fonte: http://www.flip.org.br
O que é a FLIP
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