Um site para conectar os libaneses do mundo

segunda-feira, 9 de março de 2009

São Paulo – Para aproximar os mais de 12 milhões de libaneses e descendentes espalhados pelo mundo, o estudante libanês de engenharia de telecomunicação, Fernando Rohayem Khatlab, criou o site Mahjar – Conexões Libanesas. O portal é fruto de um concurso realizado no ano passado pelo jornal em francês L'Orient-Le Jour, de Beirute, em parceria com a empresa de software Murex. "O objetivo do concurso era desenvolver um site destinado aos libaneses e amigos do Líbano no mundo e deveria ser uma referência para a diáspora libanesa", afirmou Fernando.
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Anúncio do concurso do jornal L'Orient-Le Jour



O fascínio por informática e o acompanhamento das pesquisas e trabalho de seu pai, Roberto Khatlab, escritor e pesquisador brasileiro da emigração libanesa, influenciaram na decisão de Fernando de participar do concurso. De acordo com ele, a importância da emigração libanesa é tanta que parte da economia do país vem da diáspora. "Pelas pesquisas, vi quantos sites e entidades libanesas existem no mundo e pensei que seria interessante fazer um anuário para que os internautas pudessem descobrir a variedade e riqueza das informações sobre o Líbano, um pequeno país geograficamente, mas imenso pelos contatos e expansão da emigração", disse.

Segundo ele, a idéia não foi criar mais um site sobre o Líbano, pois já existem vários, mas fazer um ponto de referência, como solicitava o concurso. Fernando explica que o anuário de entidades libanesas é de livre acesso, inclusive para aqueles que tenham interesse em indicar novos endereços. "As entidades são referências que o internauta poderá entrar em contato para descobrir até parentes e amigos que emigraram. São grandes fontes de informação", disse ele, que postou no site os endereços e links da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da ANBA.

O estudante desenvolveu também um anuário de libaneses, descendentes e amigos do Líbano, que as pessoas podem se registrar e manter um intercâmbio com as demais. "É uma rede de conversação que faz conexões nos quatro cantos do mundo", disse. Segundo ele, com pouco tempo de existência, o site já tem registro de pessoas residentes no Líbano, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, França, Bélgica, entre outros países.

Além disso, o internauta também encontra no site lista de nomes de todas as cidades e vilarejos libaneses, fotos antigas, história do país, hino nacional, informações turísticas, serviços e negócios.

O site Mahjar (que quer dizer diáspora em árabe) foi desenvolvido em cinco idiomas: árabe, francês, inglês, espanhol e português. Segundo Fernando, a escolha dos idiomas espanhol e português é devida ao fato da maior parte dos emigrantes libaneses estar na América Latina; o inglês por ser uma língua internacional; o francês por ser a língua do jornal L'Orient-Le Jour, que fez o concurso, e por ser o idioma falado em muitos países onde existe um grande número de emigrantes; e o árabe por ser a língua oficial do Líbano e de outros países árabes onde existem muitos emigrantes libaneses.

Em dezembro de 2008, Fernando ficou sabendo que ele e mais um estudante libanês, Fady Khoury, ganharam o concurso do jornal. Segundo ele, não houve primeiro e segundo lugar, os dois estudantes foram eleitos vencedores e cada um ganhou o direito de publicar o seu site e mais US$ 5 mil.

Brasileiro-libanês

Com 19 anos e cursando o segundo ano da Université Antonine, em Beirute, Fernando se define como brasileiro-libanês, pois nasceu em Beirute e é filho de brasileiro com uma libanesa. O pai de Fernando, Roberto Khatlab, nasceu em Maringá, no Paraná, e se mudou para o Líbano em 1986. O nome Khatlab vem do bisavô paterno de Fernando, que nasceu no atual território da Arábia Saudita e que em 1924 emigrou sozinho para o Brasil.

"Já estive no Brasil várias vezes de férias e achei o país e o povo maravilhoso e tenho orgulho de ter essa nacionalidade", afirmou. Segundo Fernando, o povo brasileiro não tem muitas diferenças com a cultura árabe. "É um povo hospitaleiro, com a diferença de que no Brasil, quando as pessoas se encontram perguntam, quase sempre, qual é o seu time de futebol, e aqui, no Oriente, perguntam qual é a sua religião", acrescentou.

Serviço

Mahjar – Conexões Libanesas
www.connexionslibanaises.com

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