Cairo A um pouco menos de 700 quilômetros ao sul do Cairo, às margens do rio Nilo, está um paraíso de monumentos da humanidade. Também conhecida na Antiguidade como Tebas, Luxor, no Egito, é atualmente uma interessante combinação entre passado e presente. A cidade abriga o Templo de Luxor, o Templo de Karnak, o Vale dos Reis, o Vale das Rainhas, o Templo de Hatshepsout. Ao lado, porém, destes monumentos de cultura e história, habita também uma variedade de belos hotéis. Luxor foi a antiga capital do Novo Império, período entre a 18ª e a 20ª dinastia dos faraós egípcios.
A visão o grandioso do Templo de Luxor, no centro da cidade, se apresenta imediatamente aos olhos de quem chega. Ele foi construído durante o reino de Amenhotep III e modificado logo em seguida por Ramsés II. Ao local, o faraó acrescentou seis estátuas monumentais e dois obeliscos. Um dos obeliscos foi oferecido à França em 1831 e orna deste então a Praça da Concórdia, em Paris. Um pouco mais adiante, a cerca de três quilômetros, se encontra o Templo de Karnak, também construído durante o reino de Amenhotep III. Ele se assemelha a uma cidade fortificada e é conhecido por abrigar um dos mais importantes centros religiosos do Antigo Egito e o mais antigo de todo o mundo.
Um verdadeiro museu a céu aberto, o Templo de Karnak é o segundo local mais visitado no Egito depois das Pirâmides de Gizé no Cairo. Durante vários séculos, na antiguidade, o Templo de Karnak foi o principal centro religioso de todo o Egito. "Este foi o principal templo para o culto do deus Amon. Mas como em vários outros templos do antigo Egito, nele também eram venerados outros deuses e deusas", explica Mahmud, guia que trabalha no local. O templo é composto por quatro partes principais. Uma delas dedicada ao culto de Amon. As outras duas a outros dois deuses e enfim o templo de Amenhotep IV.
Mas também existe no local uma série de pequenos templos e santuários, que se encontram fora da área cercada pelos muros. "Pesquisas e escavações feitas nos últimos 40 anos nos permitiram saber, por exemplo, que a construção do templo de Karnak demorou dois mil anos", conta Mahmud. Segundo ele, nele também viveram Ramsés II e seu filho Merenptah assim como outros faraós, que foram também, com o passar do tempo, acrescentando monumentos ao local. "A grande diferença entre o templo de Karnak e todos os outros existentes no Egito é o fato de quase trinta faraós terem contribuído para a sua construção. Isso explica o seu tamanho, a sua complexidade e a diversidade de seus monumentos" explica Mahmud.
A margem ocidental
Do outro lado do rio Nilo, em sua margem ocidental, em Luxor, se encontram as várias tumbas dos diversos faraós. O Vale dos Reis e o Vale das Rainhas são os locais onde se encontram estes túmulos. "Os faraós achavam que deveriam enterrar seus mortos na margem oposta do Nilo. Enquanto a cidade de Tebas (consagrada aos vivos) se encontrava na margem oriental, todas as tumbas dos reis e das rainhas estão na margem ocidental", esclarece um outro guia da cidade.
No Vale dos Reis, a principal necrópole real do antigo Egito e que também data do Novo Império, foram descobertas cerca de 62 tumbas até hoje. Uma grande parte delas permanece, no entanto, fechada ao público pelas autoridades egípcias. "Tivemos que fechar muitas das tumbas por causa da umidade causada pela visita de um grande número de turistas. A transpiração e mesmo a respiração humana favorece a propagação de fungos que são fatais para as frágeis e preciosas pinturas, que ainda se conservam com grande dificuldade em suas paredes. O fenômeno contribui para aceleração da perda de suas cores", explica Yussef Mohamed, responsável pela preservação do local.
Entre as 62 tumbas descobertas até hoje, somente 25 são sepulturas de reis ou membros das várias dinastias. As outras são de altos funcionários ou de pessoas que não puderam ser identificadas. O local mais famoso e mais visitado do Vale dos Reis é o túmulo de Tutankamon, descoberto em 1922. No Vale das Rainhas, onde se encontram cerca de 80 tumbas, de mulheres e homens, as mais importantes são os túmulos do príncipe Amenkhepchef e da rainha Nefertari, esposa de Ramsés II. A tumba de Nefertari foi descoberta em 1903 e é hoje a mais conhecida do local.
O templo mortuário da rainha Hatshepsut é o mais belo monumento da margem ocidental. Está parcialmente talhado na rocha e funde-se na grandeza da encosta calcária que lhe serve de apoio. Sua visão constitui um espetáculo impressionante para todos aqueles que chegam ao local. A rainha Hatshepsut, que pertenceu à 18ª dinastia, reinou sobre o Egito durante 22 anos e foi a primeira mulher da história a ser chefe de governo.
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